Traduzindo

quarta-feira, dezembro 30, 2009

Rosa Maria

Antes de mais nada, desejo um feliz ano novo para todos.
Tenho certeza que 2010 será um ano muito bom para todos nós!
Muita saúde e paz para todos!
Beijos e abraços!
(esses dias o blogspot estava me dando bastante trabalho, não queria abrir a página de jeito maneira, já estava ficando preocupado...)
=]

A mulher que um dia se foi, hoje, voltou. Eu quase não acreditei no que meus olhos – tão alegres – estavam vendo. Rosa Maria havia voltado. Depois de alguns anos na serra, em uma cidade bem ao sul do Estado, estudando Direito, enfim, regressou. Rosa era uma fonte de alegria no bairro, além de beleza pura. Em tudo se envolvia: grupos de teatro, coral da igreja, reisados, carnaval, São João e muito mais. Ajudava os mais novos com as lições, os mais velhos com sermões.

Era uma rosa, mas não fugia da briga. Brigava pelo bem de todos, não era de deixar amigo na mão. Adorava música, cantando na igreja e sambando muito nos quintais nos fins de semana. Bebia um pouco, mas não na frente das crianças, “pra não dar mau exemplo”, costumava dizer.

Não dava bola para ninguém, sendo desde mais nova perseguida pelos marmanjos de diversas idades. Não queria saber de namorar, nem mesmo de ficar com ninguém. Diziam as más línguas ter ela um coração de gelo. No entanto, eles não sabiam de tudo, na verdade, de nada sabiam.

Maria era de família humilde e estudou bastante para conseguir uma bolsa e estudar fora da cidade. Ajudava bastante em casa também. Sempre ao ir para o rio lavar algumas roupas para ajudar a mãe, passava em frente lá de casa, assoviando um código-samba, significando “estou indo pro rio, vem comigo?”. E eu começava a assoviar um samba-resposta “estou indo minha Rosa”.

E eu, tal qual jardineiro fiel, ia ver o fim de tarde com Rosa Maria. Ajudava a lavar a roupa e depois subíamos o morro para ver o pôr-do-sol. Quando noite voltava para casa, a mãe sempre perguntava: “Menino, por onde tu andavas?”. E eu respondia: “Fui cuidar da rosa mais bela da cidade”. “E desde quando tu sabes cuidar de planta menino?”. “Acho que eu nasci foi pra isso mãe...”.

Então Rosa apareceu lá por casa. Subimos o morro, conversamos sobre esses anos em que ela esteve fora. Saudades imensas, histórias do pessoal todo, histórias da faculdade, do novo emprego por lá, das aventuras de quando crianças. Na hora de falar sobre nós, ela foi bem direta. “Eu sempre fui louca por você, desde criança, mesmo tendo demonstrado apenas quando éramos adolescentes e nos encontrávamos escondidos.” Meu coração batia muito forte nessa hora. “Mas agora, sou uma mulher casada, devo voltar para meu marido, meu trabalho e para minha casa na serra”.

Foi um choque, sem tamanho. Fiquei sem ar, sem chão. Fiquei sem saber o que falar e tão sem noção do tempo e do espaço que quase não escuto meu filho gritar lá de baixo procurando por mim...
=]

quinta-feira, dezembro 24, 2009

Delírios

Antes de mais nada, feliz natal pessoal.
Espero que tenham um bom dia.
Beijos e abraços!
=]

Delírios

-Descobri, estou apaixonado.
-Nossa, conseguiu descobrir sozinho, sem minha ajuda? Ta melhorando, hein?

-Estou apaixonado, estou apaixonado...
-Bem, todo apaixonado é meio abestado, mas assim também é demais...

-É por estar tentando descrever a paixão que eu fico assim...
-Pois não force tanto essa sua cabecinha, outros tantos melhores tentaram e não conseguiram...

-Pois eu vou tentar te contar como estou me sentindo.
-Certo, se você mesmo não conseguir fazer isso, acho que ninguém vai fazer.

-É algo assim, digamos, inexplicável
-É mesmo? Que legal, não é mesmo?

-Eu acho que ela é a mulher da minha vida, vou fazer tudo para estar com ela, seremos felizes para sempre...
-Não se iluda meu rapaz, não se iluda...

-Ah consciência, dá um tempo. Qual a graça de estar nesse mundo se eu nem posso me iludir um pouco? Dá um tempo...
-Só tenha cuidado, eu sei que não adianta, mas estou avisando...

-Mas eu tenho que aproveitar esse sentimento, há tempos queria senti-lo novamente.
-É verdade, você deve ir mais pro lado da emoção mesmo, deixa que eu fico com a razão.

-Você acha que eu estou muito empolgado? Devo me controlar mais?
-E quem sou eu pra te pedir cuidado e não ficar muito nas nuvens?

-Ah, consciência, mas a graça de tudo estar em voar um pouco...
-...
=]

sábado, dezembro 19, 2009

Careta

- Você por aqui! Não sabia que gostava de festas, sempre foi o mais anti-social.

-Mas que história, eu sempre apareço, não vou para todas porque não tenho condições.

-E eu também acharia estranho se tu não viesse para a festa de formatura da nossa turma, aí seria demais, né?

-Eu não faltaria por nada, gosto demais da turma toda. Com alguns tenho pouco contato, mas tantos outros eu posso chamar de amigos, embora alguns tenham mudado tanto do começo da faculdade para cá...

-Você que não mudou nada, não é mesmo?

-Não é bem assim...

-Oura não é, o mesmo corpo, a mesma cara, não bebe, não fuma, não faz se...

-Opa, vai com calma no discurso aí. Cuidado com o que vai dizer...

-Não faz CErtas coisas, não faz CErtas coisas, fica com essa mentalidade atrasada, continua um careta.

-Só porque eu não encho a cara e nem fico chapado não quer dizer nada demais, é só uma opção...

-Bem, eu nem digo mais nada, vou ali beber mais um pouco e volto já...

-Vá lá, espero que quando voltar ainda lembre do meu nome...

.....
-A festa está boa, hein? Tá todo mundo louco.

-Verdade, o cansaço chegou depois de dançar e pular bastante.

-Pra uma pessoa careta, tu até se diverte, né? Bem, eu acho que a bebida está começando a pegar...

-Ah, você acha é?

-Bom, o ruim é que a festa está acabando, queria um pouco mais de curtição...

-Eita, mas você não cansa não?

-Estou longe de cansar, eu quero é outra festa!

-Bem, a gente podia aproveitar que o pessoal está junto e continuar a festa lá em casa.

-Onde o pessoal está junto?

-Aqui.

-Mas só estamos nós dois nesta mesa.

-Isso mesmo, pra mim já é um ótimo pessoal.

-E o que tem de bom por lá?

-No meu quarto tem a última palavra da indústria do entretenimento.

-E o que é? DVD? Vídeo games? Karaokê? Algum novo jogo de tabuleiro?

-Nada disso. Minha cama.

-E o entretenimento nisso?

-Basta você chegar por lá...

-Para fazer o quê? O que você tem em mente?

-Bom, ou você tem algum problema ou está se esquivando do meu convite pra uma noite bem caliente comigo...

-O que seria uma noite caliente?

-Já ouviu falar em, digamos, sexo?

- O quê? Sexo antes do casamento? Nunca, nem pensar, isso é coisa de doido...

-...
=]

sexta-feira, dezembro 04, 2009

Minha amiga

-Ela chegou logo dizendo, “Carlos Henrique, precisamos conversar. Ou eu, ou a final do campeonato, e aí?” Então eu disse para ela assim: “Bem, eu estou indo pro estádio, quando esfriar a cabeça você pode me ligar”.

-E ela? Ligou?

-Não, ainda não, mas é porque faz pouco tempo.

-E quanto tempo faz?

-Faz uns cinco meses só, acho que ela deve ligar um dia, nem sei... Brincadeira, isso foi antes da prova de ontem.

-Mas tu não tem jeito mesmo, Carlinhos. É um mané incurável...

-Oura, ela propõe um negócio incoerente desses, agora, espero que ela encontre alguém que a faça feliz...

-E lá vai a quinta do mês, e hoje nem é dia dez ainda, mas tu é safado...

-Poxa, Bruninha, mas tu ta me cortando direto hoje, hein? O que é que tu tem? O que eu te fiz ou te fizeram?

-Nada não, nada não...

-Foi teu ex-namorado? Ele continua te perturbando é?

-Não, aquele mala deu um tempo agora...

-E o que foi então?

-Sei lá, essas tuas histórias, já tão me enchendo ó...

-Poxa, mas tu que sempre me pergunta, tu que sempre puxa o assunto.

-Eu sei, mas agora quando eu perguntar não é pra contar. Estamos entendidos?

-Tudo bem, não conto mais nada.
-Tu anda muito safado, já ta bom de parar com isso e se aquietar, crescer, né? Pode parar de enganar as meninas e se comportar?

-Eita, mas tá atacada hoje, hein? Digo é nada. Quem vê tu falando assim até pensa que é verdade...

-E não é não? To mentindo?

-Não é que esteja mentindo, mas eu não fico enganado ninguém, pois nada prometo. E além disso, eu sempre respeito as meninas, nunca as tratei mal. Não dou em cima de mulheres carentes ou bêbadas, namorando ou recém saídas de um namoro, ainda abaladas com o término (isso, caso saiba), tenho meus princípios!

-Sei, muito bonito o discurso, mas não me engana não...

-Quanta amargura, hein? Tu, por exemplo, assim que te conheci, há mais ou menos dois anos, tu tinha acabado aquele teu outro namoro. E eu te ajudei, te dei meu ombro amigo.

-Bom, mas outro dia tu me contou ter pensado em um algo mais...

-É verdade, pensei mesmo e tu sabe bem disso. No entanto, para preservar nossa iniciante amizade, eu achei melhor não tentar nada, te respeitar...

-E quem disse que o que eu queria era teu respeito?

-...
=]

sexta-feira, novembro 27, 2009

A história de cafas

Arthur estava chegando do trabalho quando encontrou Alice sentada na calçada com um pedaço de papel na mão. Parecia ter chorado um pouco, devido aos olhos um tanto quanto vermelhos. Amigo de infância como era, ficou preocupado:
-Alice? Tá tudo bem?
-Oh, Arthurzinho, não tá nada bem! Aquele calhorda do Pedro me paga!
-Mas o que o Cafas fez?
-Cafas? Isso mesmo, cafajeste! Como pude ser tão burra? Um mês de namoro com ele e eu nem desconfiei de nada... Uma infância e adolescência com ele e eu nunca desconfiei de nada!
-Ele te contou tudo? Sabe que eu não poderia contar por ser quase um irmão dele...
-Tá tudo bem, pelo menos eu sei que só você sabia...

Alice estava agitada. A raiva parecia não ter passado.

-Sabe o que o safado fez? Foi embora!
-Embora? Como assim? Eu tinha escutado dele que ele estava tentando se ajeitar...
-Que se ajeitar que nada! Aquele safado não tem jeito não! Que raiva!
-...
- Olha a carta que ele me deixou. Não, não é uma carta de amor não, jamais ele faria isso! Escuta isso:
“Querida Alice, mesmo sabendo do acesso de fúria que terá ao ler a carta, saiba que foi o melhor para nós dois. Primeiramente, meu apelido não é Cafas por conta de uma fantasia de Califa em um carnaval, não é nada disso. O Arthur, assim que soube de minhas histórias, passou a me chamar de cafajeste e a esquecer meu nome. Para ficar um pouco mais suave, diminuiu para Cafas, e isso foi há mais de dez anos, em nosso início de adolescência.

Saiba, querida, que desde a mais tenra idade que eu sou um mulherengo, não tenho culpa. Juro que tentei me ajeitar com você. Tu era a minha esperança de salvação, mas não deu certo. O problema não foi você, e isso não é apenas clichê. Eu sou um problema ambulante no quesito relacionamento sério.

Não consigo, juro, ver uma mulher sofrendo, carente ou o que quer que seja. Meu pai me ensinou a sempre tratar bem as mulheres – A uma mulher não se nega amor, foi o que me disse. E eu não conseguia. Eu te amei, pode ter certeza, mas amar uma só mulher era negar amor para todas as outras. Um egoísmo sem tamanho! E, contraditoriamente, morria de ciúmes de você com seu amigo do curso de inglês. Eu tão solto e ao mesmo tempo tão apegado.

Assim, desde mais novo fui plantando cada vez mais rosas em meu jardim. Hoje em dia, em todo local eu possuía uma rosa que regava com muito amor. No trabalho, no curso de espanhol, na faculdade, na praia, no forró, no rock, no brega, no reggae, na rave... E assim ia, seguindo minha sina. Quando eu nasci um anjo safado veio dizer para mim: na vida será sempre amante, mas não terá ninguém pra si.

E na verdade, o problema é que eu tinha muito amor pra dar, ainda tenho, e não conseguia me controlar. Por um momento, todo esse amor foi teu, verdadeiramente. No entanto, não pude suportar, era amor demais para uma pessoas só e, além de egoísmo, poderia te sufocar.

Quero te agradecer, além da longa amizade, mesmo eu te escondendo esse meu segredo, por ter me ensinado tanto sobre relacionamento, mesmo tendo sido apenas um mês. Foi o meu mais duradouro e mais feliz, pode ter certeza. Espero me curar e, um dia, quem sabe, você me perdoar para sermos bons amigos.

No mais, você é uma mulher maravilhosa, o sonho de todo homem (eu sou muito burro mesmo). Tenho consciência de não encontrar outra igual. Não falo isso para todas, como deve estar pensando. Tu foi a única verdadeira dona do meu coração, desde aquele dia em que, crianças, me derrubou do muro e eu quebrei uma perna. Ali, não ganhei apenas aqueles quarenta pontos na perna, ganhei um amor que levarei para vida toda.

Vou passar um tempo no interior na casa de uma tia. Como ela mora sozinha com minhas primas desde que o tio morreu, vou ver se posso ajudar por lá. Eu volto um dia, mas não espero que me perdoe. No entanto, eu tentei...

Desejo tudo do bom e do melhor para você.
Se cuida.
Beijos!

Pedro”

-Eu posso com isso? Não posso! Que safado!
- Poxa, Alice, não sei o que dizer...
-Você é cúmplice dele, calado já ta errado, mas não tem culpa de nada não, meu negócio era com ele. Se eu pudesse ter falado com ele antes dele partir...
- Você pediria para ele ficar?
-Que pedir pra ficar que nada! E eu lá sou colecionadora de chifres? Eu queria mesmo era que ele devolvesse meus cds da Legião e do Cazuza!
=]

sexta-feira, novembro 20, 2009

Meu amor na minha frente...

Cansado por conta do longo dia de atividades diversas, havia saído fazia pouco tempo da aula de italiano, quase nove horas da noite, não gostaria de ir para casa em um ônibus lotado. Esperei passar alguns para pode ir em um menos lotado, mesmo com uma grande vontade de estar logo em casa. O que são as coisas da vida...

Sentei na cadeira do corredor com a cadeira da janela ao meu lado vazia, sendo ela utilizada por minha velha mochila de guerra por não haver ninguém querendo sentar. Encostei a cabeça na cadeira da frente, vazia, enquanto o lado da janela estava ocupado. Depois de uns minutos cabisbaixo, comecei a reparar na figura feminina que estava à minha frente, na diagonal. Não podia ser...

Aquele cabelo grande e bonito que eu costumava ficar alisando, preso em um coque. O mesmo fone de ouvido rosa, presente de aniversário. O conhecido jeito “desligado” olhando lá para fora. Os pelinhos loiros do braço, tão finos e pequenos como sempre foram. A mochila de um jeans escuro e a calça jeans clara. A pequena sandália branca, agora um tanto quanto amarelada. E o perfume, ah, o perfume...

Estava ali de frente – ou de costas – para um antigo grande amor. E ela não me percebia atrás dela. Na verdade, havia uma grande dúvida. Era ela ali mesmo? Estaria eu enganado, ludibriado por meus sentidos? Meu coração teria dado saltos à toa? Sim, havia essa possibilidade. Não havia visto o rosto dela. Era bem capaz de ser uma mulher apenas parecida, como já aconteceu antes. Não era o ônibus costumeiro dela também. Estava tentando dar um jeito de fazê-la virar, chamar atenção.

Estava tenso, encostar nela correndo o risco de não ser a pessoa esperada poderia ser constrangedor. Perguntar as horas seria demais. Falar alto no celular? Bem, poderia ser. Falei em meio tom: “Porcaria de celular...”. Ela não olhou. Já estava perto de casa e não conseguia desvendar tal mistério...

Até ela repentinamente tirar os fones, virar a cabeça e olhar para mim. Por um instante, ficamos nos olhamos, meio congelados no tempo. E ela disse: “Oi, nem te vi subindo...”. Estava confuso, mas mesmo assim passei para a cadeira da frente para conversar com ela. Não era meu amor, era só mais uma amiga agora. Amor não era mais...
=]

terça-feira, novembro 17, 2009

Meu beijo

Depois de uma ótima semana e um bom final de semana, estou de volta.
Vi pessoas maravilhosas, as de todo dia e as de de vez em quando.
Vi pessoas que, ê, ê, meu coração pula de alegria ao ver.
Amigos, amigas e amadas.
Resultado? Versos a seguir.

Não estou com preguiça (mentira) de voltar para as crônicas.
Tenho as idéias, falta a coragem, mas ela chega, sempre chega...

Beijos e abraços!
=]

O que eu quero?
Um beijo.
Um beijo apaixonado.
De ficar louco
Um beijo roubado.
De tirar o fôlego.
Um beijo inesperado.
E por que não, um esperado?
Um beijo na testa, de frente ou de lado.
Um beijo bem longo, demorado.
Um beijo de amigo (ainda sou teu amigo?), quem sabe amado.
Um beijo bem solto, descolado.
Um beijo inocente, feito menino.
Um beijo bem dado, escondido.
Um beijo bem forte, robusto.
Um beijo bem leve, sem susto.
Um beijo de tirar o fôlego, danado.
Um beijinho doce, comportado.
Um beijo no escuro, safado!
Um beijo às claras, educado.
Um beijo sem vontade, sem amor.
Desse me livre, por favor.
Um beijo alegre, animado.
Um beijo com fúria, revoltado.
Um beijo de língua, abusado!
Um beijo selinho, encabulado.
Um beijo santinho, delicado.
Um beijo diabinho, bem molhado.
Um beijo chegando.
E outro saindo...
.
.
.
.
Um beijo, teu beijo.
Que costumava ser meu
Meu beijo.
=]

domingo, novembro 08, 2009

Pra onde cê vai?

- Ei moço, sabe dizer qual ônibus vai para o Centro?
- Qualquer um aqui passa, é só dar sinal e cair dentro.

- E em qual parada devo descer?
- Basta perguntar ao motorista ou ao trocador que eles vão responder.

- Será que conhecem o restaurante Mesa Bem Posta?
- É só perguntar e terá a resposta.

- Muito obrigado pela informação.
- Não há de que, foi nada não.

- O senhor mora aqui perto?
- Do tempo que aqui era só um deserto.

- E isso faz muito tempo?
- Muito, desde que o mundo é mundo e o vento é vento.

- O senhor é sempre assim bem-humorado?
- Oura, desde novo, se estou bem lembrado.

- Posso lhe fazer outra pergunta?
-Essa já se computa?

- Não.
- Faça então.

- O senhor gosta um pouco de rima...
- Com certeza ela muito me anima

- E qual sua profissão nobre poeta?
- Pode não parecer, mas sou um atleta...

- Realmente a aparência engana...
- Sou campeão nacional de Dama

- Agora sério, e para ganhar a vida?
- Sou professor de nossa língua nativa.

-Ah, e o senhor ensina em faculdades e colégios?
- Com certeza, me orgulho desse privilégio.

- Ao que me parece o senhor é bem criativo...
- Tenho que manter o raciocínio rápido e sempre ativo.

- Posso dizer que nossa conversa me deixou contente...
- Se você gostar posso até criar agora um repente

- Eu fico muito agradecido, mas o meu ônibus já vem vindo
- Se eu pegar o mesmo, não vá pensar que estou seguindo-o...

- Sem problema, não vou pensar
- E no ônibus podemos continuar a conversar

- Na verdade, acho que vou esperar mais um
- Eu já vou nesse, não posso perder tempo algum

- Até mais
- Até rapaz. E uma pergunta: em qual atividade labuta?
- Sou jornalista e cronista, escrever bem todo dia é prazer e luta...
=]

quarta-feira, novembro 04, 2009

Linda demais - diálogo

Sempre fui fascinado por diálogos.
Estefoi escrito há mais ou menos cinco ou seis anos, ainda nos tempos da caneta e do papel, parceria que fazia muito bem.
Estou nostálgico, lembrando de amores de outros tempos.
Isso não é tão ruim como dizem, só consigo lembrar de coisas boas...
Espero que gostem.
Beijos e abraços!
=]


Diálogo das antigas

-Linda, simplesmente linda...
-Como assim? Que queres dizer com isso?

-Não há mais o que dizer, já disse...
-Anda fraco da cabeça ou do coração?

-Acho que meus olhos a procuram ainda...
-Deixe de besteira!... És realmente tão bela assim?

-“Pra ela os cachorros latem em versos...”
-Rá! Entendi! Queres me zoar não é?

-Imagina a noite mais escura da terra...
-Que conversa é essa? Queres confundir-me?

-E lentamente o sol surgindo no céu...
-Então já mudamos de assunto? Foi?

-É isso que ela me causa, essa sensação... a luz, o calor...
-Por essa cara de trouxa não precisa falar mais nada!

-Está decidido! Hei de conquistá-la!
-Mas como? De que estratégia irá usar?

-Irei me aproximar dela, aos poucos...
-Vou logo avisando pra ter especial cuidado!

-Disso já sei. Mas o que quer dizer com especial?
-O sol que buscas pode acabar te queimando...

-É preferível a dor e o calor que o frio atual...
-Tudo bem. Desejo-te sorte em tua...

-Busca? Conquista? Caçada? Em quê?
-Em tua loucura... Necessária loucura...
=]

sábado, outubro 24, 2009

As musas, às musas

Eu tinha planos de colocar uma outra coisa aqui, mas não deu pra segurar.
Fica como uma homenagem aos velhos tempos também, quando eu não enrolava pra postar, terminava de escrever e já vinha para cá.
Até o próximo.
Beijos e abraços.
=]


De repente a ficção invadiu a realidade. Minhas musas resolveram todas aparecer em um dia só. Em carne e osso. Não como as imaginei, mas uma representação carnal muito bem feita. Obrigado, pais e mães, fizeram um excelente trabalho. Não ia escrever sobre isso, no entanto, como se fingir de morto ao ver uma série de estrelas cadentes passarem por você?

A mulher mais velha a me encarar como se me conhecesse de algum lugar, do qual nem eu sabia de onde era (sonhos e versos contam?). A moça com roupa da academia a passar por mim como se eu fosse um poste, bem feio por sinal. A moça com farda, brinco de pena de alguma coisa, cadernos na mão e malicioso sorriso no rosto.

A moça de olhos verdes brilhantes a me sorrir alegremente a cada besteira dita ou olhar trocado. A morena raiz, rainha, imperatriz e o que mais ela quisesse ser, pois poderia.
Tão bonita que se meu relógio digital fosse uma ampulheta, a areia pararia de cair somente para ficar olhando para ela.

A moça que vende maçãs do amor e no mesmo instante ganha o meu, a moça pedindo informação e não querendo ir embora, a moça rindo tão alto e tão gostoso que todos querem rir junto, a moça apaixonada por futebol, apaixonante... E ainda a moça intelectual, a que faz versos, a que canta, a que adora o mar, a que não combina comigo, a que não gosta de mim, a que não concorda com nada que eu digo e até a moça do movimento estudantil a criticar o meu “naique” branco...

Pra finalizar, a moça da primavera. Surgida não se sabe de onde, quase trombando em mim e me deixando desorientado por conta de tanta beleza e perfume que espalhava pelo ar. Depois do “quase-trombo” passei por uma pizzaria zanzando por todas as mesas e batendo em algumas, a olhar para trás, a tempo de ver a moça rindo de minha desorientação...

Por qual razão vieram todas de uma vez, num só dia? É para eu voltar a escrever? Tudo bem, voltarei, mas depois não se arrependam...
=]

sexta-feira, outubro 16, 2009

Samba pra minha morena

Eu quero fazer um samba
Pra agradar minha morena
Você pode perguntar
-tal esforço vale a pena?
E eu respondo com alegria
Basta ver minha morena

É tão bela noite e dia
É tão linda o ano inteiro
Ela passa eu suspiro
Ela dança eu arrepio
Morena quando balança
Faz do mundo o que bem quer

Com alegria de criança
Com beleza de mulher
Na roda ela quem manda
Todos querem obedecer
Morena me dê a ordem
Faço tudo por você

Já pensei em fazer um templo
Mas dinheiro eu não tinha
Já tentei fazer poema
Fazer verso eu não sabia
Agora é a vez do samba
Vou tentar sem covardia

Mas depois de todo o esforço
A morena não me quer
Disse pra eu tentar de novo
Sambinha não vai querer
Ai meu Deus o que eu faço
Pra essa moça eu merecer?

=]

quinta-feira, outubro 08, 2009

Obrigado, mais uma vez

Bom, antes de mais nada, peço desculpas pela longa ausência, tempos loucos esses.
Na verdade, eu não vim postar nenhum texto novo, vim só pra agradecer mesmo.

Eu andei pensativo, mais do que o normal, nesses últimos dias.

Na última sexta-feira, dia 02, foi meu aniversário, e eu vim escrever sobre ele hoje.
Eu vim agradecer a todos os meus amigos por tudo que fizeram por mim.
Pelas ligações, mensagens, abraços, postagem, beijos, e-mails, cheiros, ligações, presentes e tudo o mais.

-Recebi até um telefonema anônimo, de uma moça que preferiu não se identificar, tudo bem, vai entender, mas foi engraçado. E até um comentário anônimo (eu nem sabia que o blog não permitia anônimos, desculpe, vou mudar isso) de outra moça que preferiu não se identificar. Será que é a mesma? Bom, obrigado pelas palavras, independente de quem seja.-

Andei pensando que eu sou um mal amigo, pois não sou muito de presentear, não sei o melhor presente, penso demais e acabo não dando nada. E nem sou o amigo mais presente para alguns, que mesmo morando perto, não tem contato comigo com tanta freqüência.

Não queria vir aqui e colocar aquele belo texto que fala dos amigos “basta saber da existência deles...” que eu não lembro bem agora. Eu não sei como agradecer todo mundo, não sei mesmo. Posso dizer que tudo isso me fez um bem danado. Agradeço a todos, os mais próximos e os mais distantes, mas igualmente amigos.

Alguns eu encontro depois de muito tempo e ainda assim, apesar da saudade, a conversa desenrola num clima ótimo, companhias agradáveis demais. E outros/outras, mesmo encontrando todos os dias, mesmo assim ainda há muita coisa para se falar. E para os que não falo muito, poucas palavras trocadas e um grande respeito e admiração mútuos.

Não sei agradecer, não sei mesmo. Mas vou tentar pelo menos dizer obrigado a todos. Eu vou tentar. Prometo, mais uma vez, tentar ser uma pessoa melhor, menos preguiçoso, relaxado, mais estudioso, mais concentrado, mais presente. Mais uma vez, aparecer mais por aqui, vou tentar, como sempre.

As semanas foram muito loucas, aniversário, trabalho, joelho, aulas de direção, muitos amigos em dias diferentes. Foi comemoração na quinta, na sexta e no sábado, e, acredito, ainda no domingo e na segunda. Vou tentar agradece-los, vou tentar.

Pra finalizar, algo que gostaria de falar. Uma amiga minha certa vez me disse que eu atraía pessoas boas, eu tinha essa sorte, más pessoas não cruzavam comigo. E eu acredito cada vez mais nela. Espero continuar com essas pessoas ao meu redor. Espero que minha amizade, minha companhia, meus textos, minhas ausências do que dizer, minhas besteiras, minha alegria, minhas viagens e meu sorriso possam fazer bem à todos como fazem um bem danado para mim.

Até o próximo.
Abraços e beijos fortes e sinceros.
=]

domingo, setembro 20, 2009

Beija?

E se eu te der um beijo agora?
Opa, o que é?

Um beijo
Que é que tem?

Se eu te desse um beijo agora
Agora?

É, agora
Que é que tem?

Eu é que pergunto, e se eu te desse um beijo agora...
Isso é uma pergunta?

Vai responder ou não?
Sim, é porque eu pensei que tu tava cantando

E tem alguma música com essa letra?
Eu nem sei, tu que conhece um monte de música, aí pensei...

Ave Maria, mas tu é estraga-clima, viu?
Foi mal, não tinha a intenção, mas vamos lá de novo então...

...
Repete aí pra mim?

E se eu te desse um beijo agora, o que tu faria?
Oura o que eu faria... Isso não é uma pergunta óbvia?

O que tu faria?
Eu beijava

Hum...
Que foi?

Bom saber... Bom saber...
=]

domingo, setembro 13, 2009

Dia de domingo

Eu acordei chato, não foi o domingo. Dormir mal não faz bem pra ninguém, se é que isso precisava ser escrito... Depois de tentativas frustradas de se começar alguma coisa ou pelo menos concluir alguma das inacabadas, desisti e vi que o melhor era sair de casa.

Não dava para ir para a praia e nem tinha vontade de ir ao mercadinho comprar um chinelo novo, o jeito era ir deixar o lixo, quer dizer, tudo serve como desculpa para sair de casa. Pensei melhor e vi que poderia fazer algo mais útil, pegar umas lições de italiano na casa de uma amiga. Saí de casa ainda um pouco mal-humorado.

Peguei o livro emprestado com a lição nova. Depois de um bate-papo rápido, decidi ir logo embora. Eu estava o mesmo, o caminho de volta para casa é que era outro. Um silêncio na rua, digno do meio-dia de domingo mesmo. Enquanto andava, reparava no vento sacudindo os galhos das árvores, como se me mandasse uma mensagem: Sai dessa, cara, vai fazer algo de bom!

Enquanto andava e ia pensando no assunto, percebo uma senhora andando na minha frente. Usava uma saia rosa clara e uma blusa de um amarelo bem claro também. A senhora devia ter entre sessenta e setenta anos, mas parecia ter muito mais energia do que eu nos meus vinte e poucos anos. Reparando melhor, ela parecia bem mais leve do que a própria roupa, parecia flutuar pelo chão suavemente. Que inveja daquela senhora!

Aquilo pra mim foi uma lição de vida, embora para muitos não tenha significado algum. Todos querem dar lições de vida, mas a vida é quem dá suas lições. Decidi, além de chegar em casa e contar a história, procurar algo útil para fazer. Domingo não é um dia inútil e chato como dizem alguns, chatos estamos alguns de nós quando acordamos. Inútil mesmo é não fazer nada de agradável nesse dia tão bonito...
=]

ps: texto sobre o domingo passado, hoje, domingo de novo, foi um dia extremamente agradável, que talvez até apareça por aqui depois. Dia de praia, piscina, lagoa, amigos e outras coisas mais. Boa semana para todos.
Bjoos e abraços!
=]

sexta-feira, setembro 04, 2009

Ela e a primavera

Ela passou e trouxe consigo toda a primavera... Trouxe frescor para todo o calorento ônibus, deixou-o perfumado, agradável, nem parecia estar caindo aos pedaços em plena duas horas da tarde. Trouxe o cheiro das flores, do campo, uma sensação de alívio e prazer aos presentes. Passou por mim, voltou e sentou-se ao meu lado.

Um vestido azul floral de aparência bem leve, bem fresco. O cabelo preso em um coque, auxiliado por uma caneta. Uma bolsa usada em sentido transversal (sabe como é isso, né?). Sandálias rasteiras, unhas dos pés e mãos brilhando. Sem maquiagem, nem batom, nem nada. Desfez o coque (que charme!), prendeu a caneta na boca por alguns segundos (que sexy!) e guardou-a na boca.

Ao lado dela, em pé, um guarda-costas, não sei ao certo se era o namorado ou o irmão, não o havia visto chegando, ainda mais, quem olharia para ele? Quem sabe até um amigo, não é mesmo? Olhando de baixo para cima demorei alguns segundos para chegar até a parte da cabeça, como era alto...

Bermuda de surfista, camiseta colada, cordão de prata e óculos escuros. Era cabeludo e forte como o King Kong e feio como o Godzila. No entanto, era forte, bem forte e assustador. Não me atrevia nem a olhar para o lado, vi tudo isso em uma fração de segundos, num olhar 43, fingindo olhar a paisagem do outro lado e observando pelo reflexo à la Sherlock Holmes ou à la Bond, James Bond.

E entre o medo e a curiosidade, o desejo de admirar, fiquei com o segundo, discretamente, é claro. Como não olhar para aquela mulher que mudou tudo sem fazer nada? Só pela simples presença ela criou um novo mundo dentro do ônibus. Olhava-a sorrateiramente até eu perceber que ela percebia. Havia sido flagrado.

Confusão agora? Não, não, ela nada disse e nem o sujeito percebeu coisa alguma. Na hora de descer, o sujeito indo à frente e ela indo atrás. Antes de descer do ônibus mesmo, ainda a vejo olhar para mim e sussurrar um tchau por um leve sorriso de Monalisa, mas mais bonito. Não ganhei nada demais. Só um tchau e um sorriso. Mas por qual razão eu sentia como se tivesse ganho a primavera só pra mim?
=]

sexta-feira, agosto 28, 2009

Sorria!

Ando em crise.
Antigamente eu brincava dizendo que quando saísse do estágio iria acabar com meus escritos, por conta de ir pensando e reparando nas coisas durante as várias viagens nos coletivos.

E hoje em dia, a poesia, o lirismo, o olhar do cronista, as boas tiradas nos finais dos textos parecem fugir de mim. Eu tenho grande parte da culpa, por conta da preguiça cronica para escrever. Sempre tive, não é de hoje. Mas sempre o fiz, e faço, com grande, enorme, inestimável prazer.

Ando com uma certa dificuldade para escrever, e, vou lutar contra ela. Não é mais uma das milhares promessas que faço. Vejo que estou melhorando, já nem chego mais atrasado nas aulas de italiano, consigo ler uma coisa ou outra, corrigi a monografia... Aos poucos vou melhorando, tenho certeza!

Vou deixar uns versos, que na verdade era um recado que fui deixar para a Marina (vez por outra a inspiração bate na hora de comentar mesmo e aí peo desculpas pela empolgação nos comentários). E é isso, vou lutar!
Beijos e abraços!
=]

Eu sigo acreditando
que vai dar certo, sempre,
e, se não der, tem problema não,

a vida segue,
a gente se ergue,
a força aparece,
a terra se mexe

a gente vê que a vida é boa
a gente até ri à toa
a gente encara numa boa
e até desvira a canoa

a gente tenta se encontrar
a alegria volta a brotar
a gente se perde de novo
não tem tristeza nem estorvo

a gente vê que tá vivo
que tem sempre amigos
que não tá sozinho
nós construímos caminhos

Viveremos feito loucos
Idéias, crises, ê vitória, ê sufoco
Dormiremos tal qual as crianças
- Acalme-se, sempre há esperança

Basta querer e conseguirá
Olhe bem para onde quer ir
Atitude não pode faltar!

- Sorria, você está sendo imitado

Nós multiplicamos sorrisos

=]

quarta-feira, agosto 19, 2009

Parceria

Nossas Melodias
Uma parceria entre Rafael Ayala & Marina Cavalcante

Nunca foi somente pela beleza
Nem por bens, posse, riquezas

Se eu soubesse te dizer
Nem consegueria entender
Nem eu conseguiria contar
Seria assim e assim o é:
Inexplicável, faz a razão calar e gritar o coração

Quem é cego vê, quem é surdo escuta
Como não ouvir os gritos sem contenção?
Como se fingir de morto?
Como não pensar em amor?

Se o cego sente, escuta
Se o surdo sente, vê
Como não sentir, ver e escutar?

Teus olhos, pra mim, encanto
Teu sorriso, pra mim, refúgio

Como não pensar em te ter?
Como calar o coração que quer tanto te dizer?
Como se fingir de morto?
Isso eu queria saber.

=]

quinta-feira, agosto 13, 2009

Dois anos de viagens!

Dois anos, sim, dois anos... Eu lembro como se fosse ontem fazendo a primeira postagem direto do estágio... Lembro da Julianna Sampaio, a estagiária anterior, dizendo: "Faz um blog porque na maior parte do tempo não tem nada pra fazer aqui". (E era assim mesmo mas depois o negócio

mudou pra bem melhor). Mas ela mal sabia que eu já tinha um blog, ou pelo menos um projeto de blog.

Vou ser chato e fazer um negócio cronológico.

Em dezembro de 2006, apenas um teste, eu ainda não sabia o que ia escrever por aqui, se o faria num estilo diário mesmo. Nesse tempo eu apenas

anotava minhas viagens no caderno ou em um bloquinho de papel.

Quando foi em fevereiro de 2007, eu coloquei um texto da cadeira de Jornalismo de Cidades, corrigido. O blog seria um local para guardar os textos.

Voltei em julho pra saber se o blog ainda estava funcionando e deixei um recado: "Depois de uma pífia tentativa de manter um blog, só fiz dois posts, estou de volta. Se isso é bom ou ruim só o tempo ou um leitor desprevinido poderá dizer ".

E quando foi em agosto mesmo eu comecei a produzir pro blog. Já era no estilo viagensnaveia mesmo, umas coisas loucas que passam por minha cabeça. Mas esse eu considero o primeiro mesmo, mas não sei dizer a razão. Fiz umas pequenas mudanças, mas é esse aí mesmo.


de novo

É hora de tirar a poeira
de onde quer que ela esteja
É hora de sacudir o esqueleto
nem que não seja o seu
É hora de tirar o gelo
do coração e da vida
É hora de uma pausa

Pausa

É hora de voltar
E é hora pra isso
ou para aquilo
mas é hora

de decidir
se fica aqui
se vai embora
mas é hora

de rir de novo
de ficar tonto
de olhar no olho
de dizer tchau
eu vou embora

de dizer
estou de volta
não aguento
tentei
mas você sabe
ora bolas

de enxegar
de perceber
de se tocar
melhor saber
se tem lugar
ou se é hora
de ir embora

de se expressar
de extravasar
de dizer tudo
e mais um pouco
que não é tarde
que sempre há tempo
que sempre é hora

de perceber
a ilusão
pra pior
ou pra melhor

de descobrir
se vale a pena
ou já valeu
de guardar tudo
em algum lugar
ou lugar nenhum
de esquecer
ou relembrar

se quer msm ficar
ou se precisa
ir embora
em boa hora

existem mesmo
uma melhor hora?

=]

E eu ainda tô com vontade de escrever, perdão por ser tão longo. É o seguinte: eu sou muito grato aos amigas e amigas blogueiras que por aqui

sempre passam, entre eles as de mais tempo: Lorena, Carla e Simone.

A Lorena é uma escritora de mão cheia, amiga feita na faculdade, laços estreitados por e-mails. Por vezes eu olhava primeiro o Lugar de Leveza

para depois olhar o meu blog heheheeh. Trocando textos e mais textos, ela foi a primeira a saber do blog. Começamos a trocar textos antes mesmo dos dois blogs existirem de verdade.

Eu sempre espero por um comentário dela, desde o começo até hoje em dia. E se ela não comenta, fico preocupado... Vendo nossos e-mails e

textos, como dissemos antes, vejo o quanto nós crescemos. O primeiro conto, a primeira crônica, os primeiros versos... Os meus e os teus

nascendo juntos! Agradeço demais pela amizade durante esse tempo todo. Obrigado!

A Carla e a Simone são duas ótimas pessoas com quem eu tive a sorte de encontrar na blogosfera. Escrevem super bem demais, cada uma ao seu estilo.

Sempre uma alegria ver os textos delas, assim como os comentários. A cafeteria 24 horas é sempre um lugar bom demais de se visitar, agradeço pelos ótimos cafezinhos. E Simone, brigadão pela dica sobre o visual do blog, ficou super bem melhor agora. Se eu puder ajudar em alguma coisa, só dar um toque!

A Marina CQM, amizade recente e não menos importante, é também uma ótima surpresa, tanto ao vivo quanto no blog. Vou já colocar nossa parceria aqui, certo?

A Airtiane, sumiu por um tempo, mas escreve dum jeito... Não dá pra pensar em chuva e em panela de brigadeiro sem lembrar dela ó... ela gosta demais - assim como eu.

O grande Diego Medeiro, do Devir Arte, sujeito dos bons, dos melhores que conheço. Dono de uma escrita que eu sempre me pergunto se um dia eu conseguiria escrever algo semelhante. Dono de uma criticidade e de uma sensibilidade aguçadas. Espero vê-lo de volta por aqui.

O Yslan, que eu sempre digo ele escrever mais mas ele é teimoso e insiste em não escrever, "devia escrever maxo!".

O Juss, sujeito super gente boa demais, um cara que todo mundo gosta. Escreve super bem e tá entrando na querida Comunicação da UFC agora. Um boa sorte bem grande pra ele. Sei que vai gostar do curso de das diferentes pessoas que há por lá.

Bom, tomara que não tenha esquecido ninguém.
E espero continuar por mais tempo escrevendo aqui e lendo vocês também.
Eu queria escrever um negócio mais bonito, melhor trabalhado, mas ultimamente ando tão sem inspiração que não sei o que é isso... Aí achei

melhor escrever logo alguma coisa do que não escrever nada.
Mas as coisas melhoram, tenho certeza!
Bjoos e abraços!!
=]

terça-feira, agosto 04, 2009

Pra onde foi?

Caminhei por águas tão tranqüilas que até estranhei
Procurei-te por toda parte e não te vi
Por isso, talvez, minha tranqüilidade...

Nadei por céus tão limpos que até estranhei
Tão azul que parecia o mar
E tu, mais uma vez, não estavas...

Decidi voar em terra pra achar não sei o quê
Parecia estar a sonhar acordado
Nada então me despertava...

Então, só havia mais um local a procurar
Hesitante, pelo medo de quem iria encontrar
Seria mesmo preciso tal busca?

Dentro de mim, perdido num universo de memórias
Comecei minha caçada: - Onde estás?
Infatigável serei em minha luta...

Te achei e parecia o início da vida
Te perder seria mais uma morte
Cada momento uma dádiva
Tínhamos junto de nós a sorte

Estrelas, livros, lugares, situações,
Cheiros, sabores, presentes e discussões
Músicas, doenças, chocolates e flores,
Igrejas, camas, capetinhas e pastores...

Arrebatador, de tirar o fôlego
Se tinha dúvidas, não há mais
Agora o coração bate mais forte
Não quer nem saber de paz

Se são dias ou semanas nem importa
O pequeno tempo junto aumenta
Mais do que a duração
O que importa mesmo é a presença

De tempo longo ou contato intenso?
Alegria e raiva em pequenos gestos
Olhares reveladores e silêncios explicativos
A ausência das palavras com a presença gritante do desejo...


Não sei o que escrever aqui, não consigo pensar em nada para dizer.
Deixo os parabéns para a Simone Schuck por conta do um ano do blog, maravilhoso, por sinal. Que venham outros aniversários!
Parabéns e obrigado.

E falando nisso, vou ver o tempo do meu, lembro do Lugar de Leveza da Lorena fazendo aniversário, uma alegria imensa para mim que acompanho desde o começo e para os outros leitores com toda certeza.
Vou indo pra voltar depois.
Bjoos e abraços!
=]

quarta-feira, julho 29, 2009

Ô Deus...

- Ô Deus, tá me ouvindo?
- ....

- Tá muito ocupado agora? Posso falar?
- ...

- Meu irmão, quer dizer, meu Pai, preciso lhe agradecer por tudo antes de mais nada. Obrigado por tudo o que vem fazendo por mim, pelo que está dando certo, e, agradeço também o aprendizado depois de cada erro. Espero poder usar tais lições.
- ...

- E tem mais coisa, nunca fui organizado, de planejar com bastante antecedência, você sabe, né? Sabe como sou relaxado, enrolo pra fazer as coisas, deixo pra última hora... Quantas vezes eu disse que iria mudar? “Esse ano tudo vai ser diferente”. “Esse semestre tudo vai ser diferente”. Pois é, não foi. E, em parte, te agradeço por isso também: por me deixar errar até aprender (quando vou aprender mesmo?), e por ter tido um tempo maravilhoso, mesmo errando.
- ...

- Eu sei que o Senhor não concorda com tudo que fiz, sei disso, fiz algumas besteiras mesmo. No entanto, me recuso a dizer “eu nunca mais vou fazer isso ou aquilo”. Não quero trair minha palavra, cair em contradição, afinal, não sei como vai ser o futuro, em quais situações estarei. Não, não é uma desculpa antecipada para meus erros, estou apenas “avisando”... Brincadeira, eu irei me esforçar em ser uma pessoa melhor.
- ...

- Vou tentar, vou dar a cara a tapa, vou me decepcionar mais, vou comemorar mais, vou dividir mais, vou viver mais, à minha maneira hoje ou como achar melhor na hora. Não sairei feito um louco gritando e fazendo “carpe diem”...
- ...

- Contudo, irei seguir meus princípios, quer dizer, voltar a tê-los, pois os mesmos andam em baixa... Estou dizendo, vou me esforçar!
- ...

- Vou ter mais tempo com minha família, com meus diferentes amigos, vou fazer novos amigos e ter contato com os velhos amigos. Vou me esforçar para crescer profissionalmente. Ter um controle do meu dinheiro – que mesmo não sendo muito, salva a pátria. Vou ter mais cuidado com o meu corpo, tirar Raio-x do pé (ainda dá tempo?) e da coluna (tem jeito?). Vou ter mais cuidado com o coração (ah, danado!), o meu e o dos outros (esse assunto merece outros milhares de textos).
- ...

- E essa não é mais uma das várias promessas que já fiz, sinto algo diferente nessas.
- ...

- E então, Senhor, tem algo a me dizer?
- Deus te abençoe meu filho...


Este aqui é o final número dois:

- E essa não é mais uma das várias promessas que já fiz, sinto algo diferente nessas. Talvez seja essa serra onde estou, essa solidão, o frio da noite, esse ar puro, talvez seja o cheiro do vinho. E não estou falando isso apenas por ter bebido alguns litros de vinho, quem está falando não é o cérebro, é o coração, e coração na se embriaga não é mesmo? Hum, de amor ele se embriaga, mas isso é uma outra história. E então, Senhor, tem algo a me dizer?

- Vou te dizer pela última vez: Limpe os ouvidos! Eu não sou Deus, eu apenas decidi morar nessa serra sozinho e não corto há anos minha barba e meu cabelo. Estou gritando contigo há horas! Vê se sai da minha caverna! Pára de beber esse vinho barato e vai pra casa! Que Deus lhe abençoe!
=]

sábado, julho 18, 2009

Eu e o Tempo

Antes de mais nada, agradeço, mais uma vez.

Eu sou enrolado mesmo.

Fico enrolando pra fazer as coisas, pra fazer quase tudo, mas um dia eu melhoro, um dia...

Ia colocar outra coisa, mas tava "viagem" demais, aí vou deixar amadurecer melhor o texto. E tem outro texto pronto ali, com dois finais e talz... Depois coloco aqui eheheheheh.

Eu sempre escrevo coisas de amor, sobre os ônibus e sobre a chuva, além das "viagens" que sempre aparecem. E escrevo e penso muito sobre o tempo, quer dizer, nem tanto assim, mas ele vez por outra quer aparecer demais, nossa relação fica meio conturbada, mas depois dá certo, sempre dá certo...

E agora - férias!! (desemprego eheheheh)e então terei mais tempo pra cá, quer dizer, acho que sim!!

Bjoos e abraços!!
=]

Eu e o Tempo / O Tempo e Eu

Sempre escrevo sobre o tempo
Que é louco, que é pouco e tudo o mais

E pensei agora: que relação louca é a nossa...
E percebi que se a relação não vai bem
Muitas vezes é por minha causa

Eu, quando tenho tempo,
Nada faço,
E quando não tenho,
Em tudo penso

Se eu passasse mais tempo
Fazendo do que pensando
Eu o teria mais
E não menos, como agora

Quanto mais eu o tenho
Menos eu uso
E quanto mais eu o uso
Menos eu tenho

E ele passa tão rápido
Quando é pra ser devagar
E passa tão devagar
Quando é pra ser rápido

E ficamos nesta brincadeira
De mais e de menos
E travamos esta luta
Onde nós dois perdemos

Ah, meu amor
Pra quê brigar?
Você me completa
E eu te complico

Vamos nos juntar
O eterno e o passageiro
A tua calma
Meu destempero

Sem nenhuma discussão
Vamos sentar e combinar
Você em casa
E eu a vadiar

E quanto menos eu te tenho
Mais eu te quero
E quanto mais você me tem
Menos você me quer

E toda vida essa história
Que não consigo entender
Resolvamos logo isso
Pra eu não enlouquecer

Mas isso não fica assim
Aguarde. Vou me vingar
Vou te deixar sozinho
E pra ti, não mais rimar
=]

terça-feira, julho 07, 2009

Obrigado!!

Eu tô faz alguns minutos pensando no que escrever.
Pra explicar melhor: defendi minha monografia quinta-feira agora, dia 02 de julho. A colação é dia 10 de julho e estão todos convidados.
Sim, e daí né?

Pois é, daí que meu amigo Juss do Ócio Produtivo (tem o link ali do lado, ainda não sei criar atalhos =\) escreveu sobre o tal ocorrido. Gostei demais do texto (demais mesmo) e ainda não encontrei palavras para agradecê-lo. E, com a autorização dele, por conta de ser um cara legal demais da conta, vou colocá-lo aqui no blog. Juss, só mais uma coisa, a admiração é recíproca, vocÊ é um cara legal de verdade, precisando, pode contar comigo!

E falando em agradecer, não posso deixar de falar dos amigo presentes no dia da defesa. Aurimar (o homem do social), Carlos, Juss (é lógico hehehe), Carol (Ê semana boa), Ranne (uma irmã), Marina (aquela que canta e encanta, mesmo quando não canta), Marcelo (amigo de faz é tempo), Airtiane (ajudando sempre), Leonel (um dos melhores), Julianna (ê produção do Zé, esqueço é nunca!), Lorena (ai, ai, minha escritora favorita), Lidi (opa! "tá tudo bem contigo?", Zenon e o Rafael de Oliveira (grande amigo, companheiro de faculdade e pós-faculdade dos mais presentes e ajuda certa). Todos fundamentais. Deram-me forças!

E também tenho que falar do Yslan, que não foi porque não tava aqui, e do Saulo, que não foi porque tinha trabalho para apresentar. Os dois são sem comentários, indispensáveis, se é que posso adjetivá-los com alguma coisa. Além do Paulo Alencar, figura ímpar, inigualável que não pôde ir porque foi ajudar um outro amigo. Com ele não tem tempo ruim, uma ótima amizade feita na faculdade. E agradeço aos demais amigos que não compareceram mas deram uma grande força, mesmo sem saber. Muito sucesso para todos nós!

E até o próximo!
Bjoos e abraços!
Agora lá vai o texto (eu enrolo né?)
=]

Parabéns ae, rapaz!

Tá certo que eu nem sou do 1° semestre da faculdade, ao menos até dia 3/8, mas me meti de penetra numa sala com um monte de gente que fazia 6°, 7° semestres ou até mesmo já tinha terminado um curso ou que nao fazia curso nenhum. Não era necessariamente uma aula de faculdade, mas posso equipará-la a tal. Não era um professor formado, ao menos até o último minuto. Também não era uma sala de aula qualquer, mais parecia um estádio de futebol, com seus torcedores vibrantes e ansiosos para que o jogo terminasse e todos pudessem gritar o 'É campeão!'. Era 'apenas' mais uma defesa de monografia.

Tá, mentira. Não era uma monografia qualquer. Nunca havia assistido uma outra. Digamos, então, que eu comecei com o pé direito. É... O cara lá foi brilhante. E que se dane uma introdução ou um tópico 1.2, o que interessa é que o trabalho tava muito bom! Conforme um professor lá falou, ''O trabalho foi feito com paixão!''. E se essa paixão toda pudesse ser extravazada, teria até nome. Rafael Ayala. Dedicação, companheirismo, um cara que conheci esse ano, mas que já tem uma grande admiração por parte deste que vos escreve. Trabalho árduo de cento e trinta e poucas páginas que eu nem sei quanto tempo durou pra ser feito, mas que a gente via no jeito que ele falava, nas expressões, nos trejeitos e na voz que era algo que ele realmente gostava. Se bem que ele é suspeito pra falar de futebol. Escolher esse tema, pra monografia, pode até ter ajudado, mas não tira de maneira nenhuma o mérito desse jornalista.

E diante de todos aqueles comentários, dos 20 e poucos minutos que cada professor falou, discursando mil e uma coisas, entre toques de celulares e burburinhos da 'torcida', a apresentação finalmente se finda. A espera ansiosa do lado de fora da sala aumenta as expectativas de todo mundo. Chego a escutar o nosso artista principal falar que, pra ele, qualquer coisa acima de um 7 era lucro. Ah, rapaz... ledo engano. Talvez ele até desconfiasse do brilhante resultado que havia obtido, mas nada como ouvir um ''Parabéns, Rafael. Voce foi aprovado e com nota 10.''.

Parabéns, novamente, queridão. Muito, mas muito sucesso pra você. =]

sexta-feira, junho 26, 2009

Menina bonita

Hoje o dia amanheceu preguiçoso. Deitando na cama não dava nem para ver o sol, talvez fosse melhor abrir as cortinas. Fazia um vento frio e opressor, desses que mandam qualquer um para cama. Trabalhos para fazer, ligações para fazer, textos a estudar, enfim, uma vida inteira pra viver e o danado do edredom não queria largar de mim. Depois de muita força, consegui escapar.

O céu estava estranho, com o cinza e o azul em luta para saber de quem seria a supremacia naquele dia. O branco assistia ao espetáculo como se não fosse com ele também a luta com o cinza, e, o sol, tímido, ainda nem tinha aparecido.

Banho, roupa, comida, escovar os dentes, sair de casa, ônibus, rotina conhecida demais, mas deverei sentir falta quando isso tudo mudar, um dia. Quem sabe eu nem escove mais os dentes ou então eu troque a ordem das coisas. Tipo, escovar os dentes, ônibus, banho, comida, sair de casa e roupa, quem sabe, né?

Já dentro do coletivo, consigo uma vaga pra ir sentado, na janela, olhando o movimento, distraindo-me com o mundo lá fora. Enquanto isso, ao meu lado senta um senhor de cabelos brancos e uma cara de bom velhinho, tipo a do Gepeto, pai do Pinóquio.

Como de costume, estava atrasado e pensando em deixar de me atrasar quando o ônibus precisa parar por conta do sinal vermelho. Sinal vermelho é péssimo para quem está atrasado. O jeito é ficar reparando nas pessoas de dentro e nas de fora do ônibus. Acontece algumas vezes, sem querer, claro, até de escutar a conversa dos outros. Dá até vontade de se intrometer e dar um conselho. A conversa é pública, as pessoas conversam tão alto que logo todo o ônibus está sabendo do assunto. Mas hoje nem tem ninguém conversando. Todos estão um pouco tristonhos, deve ser porque é segunda-feira.

Do lado fora, nada parecia acontecer. Tudo parado. Nem o vento mexia as folhas. E então reparei nela, como não havia reparado antes? Um sorriso branco-brilhante-arrebatador, tem essa cor? Olhos negros, fortes. Cabelo liso, leve. Uma beleza que não se contentava em ficar presa no corpo e se expandia para tudo ao redor. Uma explosão de beleza.

Não conseguia tirar os olhos, nem falar nada, só admirar. O Senhor Gepeto ao meu lado, curioso como todo ser humano é, também começou a olhar. Não falava nada, apenas olhava. Cutucou o jovem da frente e este passou a olhar. Uma moça viu a movimentação masculina e começou a olhar também. E nada dizia, cutucou outra mulher para mostrar, e essa, cutucou uma senhora que estava à frente. O cobrador, de costas, virou-se para olhar.

O sinal não abria. O motorista bateu com uma moeda nos ferros do ônibus e avisou o motorista para olhar. O sinal abriu. O ônibus não se movimentou e ninguém reclamou. Todos olhavam. Até o sol saiu por detrás das nuvens para olhar, enquanto o azul vencia a luta pela supremacia do céu. Pássaros saíram de não sei onde e lotaram as árvores. Não cantavam, apenas olhavam.

E a moça, nada fazia. Apenas permanecia ali, imagem congelada, espalhando charme e beleza para todos. Era apenas uma imagem, uma propaganda de uma marca de roupa, mas ninguém reparava na roupa, apenas na moça. Tudo estava em silêncio no ônibus, não se escutava as buzinadas lá fora. Todos pareciam mudos, até alguém falar por todos – ou então foi um pássaro a cantar dizendo:
- Eita, mulher bonita...
=]


ps: Só pra dizer, que é muito bom voltar a escrever. Finalmente deu tempo de escrever alguma coisa, ter de novo minhas idéias doidas. Tava uma saudade grande daqui, parecer fazer tempos e tempos que não venho aqui. Saudade também dos amigos blogueiros. Estava a ler vez por outra os blogs, mas nem comentava por conta do tempo mesmo. Agora com essa pausa voltarei a ser mais presente.
bjoos e abraços!
=]

segunda-feira, junho 08, 2009

De volta

Opa!
De volta, rapidamente.
Tempo pouco, tempo louco.
Se te tivesse mais um pouco
Nao viveria nesse sufoco.

Depois eu volto.
Espero que não demore tanto.
Abraços e bjoos
=]

Domingo na TV

De manhã cedinho começa a corrida
Nosso bom corredor Rubinho
Parece ter sido amaldiçoado
A ser sempre o segundinho

E mais cedo ainda tem um programa rural
Fazenda, gado, sítio, plantação
Muito bom pra começar o dia
E esquecer de qualquer complicação

E todo mundo sempre reclama
Mas na TV ninguém quer ver a cultura
E olha ali a Inezita Barrosso
Com amigos, cantando, que formosura!

E tem também o Senhor Brasil
Com o mestre Rolando Boldrim
Ah se outros apresentadores
Aprendessem com ele um “pouquim”

Bom exemplo pras crianças
À tardinha tem o Padre de Melo
E pra fazer o contraste
Tem o Deputado e seu castelo

Na TV todo dia é dia de futebol
E é pior quando tem o mala Bueno
Que de tanto falar besteira
Deixa-nos o ouvido doendo

À tarde tem tanta besteira
Uns programas muito ruins
Se a tv sumisse um pouco
Não seria o nosso fim...

À noite tem um tal fantástico
E em outras um espetacular
Quem dera fosse algo didático
Pra vida de todos melhorar

Tem muita coisa boa na TV
Na fechada ou na aberta
Tem que escolher o que se vê
Achar uma programação que presta

Eu vejo pouca TV e não nego
Com controle remoto na mão
Mas prefiro ir pra janela
Descobrir aonde as nuvens vão...
=]

Lições

Não
Isto não é um
Desabafo

Não
Não há raiva

É apenas uma
Constatação

Sobre perdas e ganhos
Vitórias e derrotas

Se hoje algo me escapa ao alcance
Se hoje não posso ter algo
Se hoje eu perco
Se hoje eu dependo de alguém
Isso não vai me aborrecer completamente
Isso não vai estragar o meu dia

Hoje eu tive uma boa notícia
Tem dias com umas boas
E algumas ruins
Umas mais fortes
Outras mais fracas

E percebi algo sobre
A espera
A ansiedade
Por algo bom

Se durante um tempo eu levei porrada
Eu fiquei triste
Eu sofri por nada poder fazer
Isso só serviu para uma coisa
Me mostrar
Me ensinar a...

Valorizar mais ainda as vitórias

Eu já provei o amargo da derrota
E hoje, como um louco, aproveito o doce sabor da vitória
Ainda que parcial...
=]

segunda-feira, maio 25, 2009

Parabéns!

Hoje, dia 25.
Ontem, aniversário da Lidiana.
Amanhã, aniversário da Marina.
Duas pessoas que só me fazem bem.

Conseguem me aguentar, escutar minhas histórias, minhas viagens.
Conhecem meus defeitos.
Meu celular no silencioso, as chamas perdidas, as mensagens.
Quero aqui dar os parabéns para as duas.

Para a Lidiana, por me fazer querer ser uma pessoa melhor e pela paciência que tem comigo.
Para a Marina, por colocar mais música na minha vida e me fazer acreditar que vou melhorar um dia, um dia...

Parabéns!
Bjos e abraços!

Vai, me deixa...
Te ouvir cantar
Te fazer sonhar

Mais uma vez
Me chama
Não se acanha

Me deixa entrar
Na tua casa
Na tua vida

Vou te dizer
Eu quero entrar
Não mais sair

Me deixa ver teu sorriso
No rosto, na alma
Multiplicando os meus

Mas eu te aviso
Eu tenho asas
Não fico preso
Quero voar

Me deixa ser livre
Sair um pouco
Depois voltar

Deixa eu te fazer sorrir
Te ver voar
Não te prender
Te ver gostar

Já conheci muitos lares
Muitas vidas e amores
Alegrias e dissabores

Mas hoje você
E só você
Me faz sorrir...

Ah, Marina
Deixa eu ser a tua canção
A tua rima

Me deixa Marina!
Vai ser minha sina
Entrar de vez
Na tua vida...
=]


Hoje sonhei tendo mais tempo
Para estar ao teu lado
E coloquei muito sentimento
Neste meu seguinte versado

Vou dizer com sensatez
O que penso em fazer
Nem precisa rapidez
Sei que vai acontecer

Vou passar na tua rua
Vou te dar alguns presentes
O céu, estrelas e a lua

Vou falar no teu ouvido
Bem baixinho, bem suave
Tudo que estou sentindo

Vou dizer que eu te quero
Te entregar estes meus versos
És agora a minha musa
O sol de meu universo

E troco meus versos por um verso
Que te faça sorrir
Meu mundo por um verso
Que te traga para mim!
=]

terça-feira, maio 19, 2009

Diálogos do meio da noite...

E aê!
Bom, veio um diálogo na cabeça.
Vou colocar aqui, quem sabe um dia eu reaproveito, ou não
bjoos e abraços!
=]

- Oi, com licença, você vem sempre aqui?

- Olha, venho sim, mas se for pra continuar recebendo cantadas desse nível eu vou parar de freqüentar o local.

- Ah, desculpe, eu só vim dizer que esta é uma área para não fumantes, e a senhora...

- Oh, mil perdões. Desculpa mesmo, estou com a cabeça tão cheia que acabei nem percebendo.

- Tudo bem, todo mundo tem seus dias ruins. Peço desculpas pelo modo como cheguei, ficou passível de outra interpretação mesmo. Agora vou indo, obrigado pela compreensão...

- Espera, escuta. Eu realmente estou num dia ruim, mas peço desculpas pelo modo grosso como te tratei, não tinha intenção, quer dizer, até tinha, mas, enfim... Desculpa mesmo.

- Não foi nada, relaxe. Nesses dias assim é bom fazer algo relaxante ou estar com quem a gente gosta. Ou, quando o nível de stress é grande mesmo, o bom é ficar sozinho para não sobrar para ninguém...

- Eu estava sozinha até quase agora...

- Entendi, já vou indo...

- Não, não era isso que eu ia dizer. Espere.

-- Só falei aquilo porque quando sou eu, é o que eu faço. Não encare como se eu estivesse me intrometendo na tua vida, é só uma opinião.

- Tudo bem, desculpa, tem um quê de verdade no conselho. Acontece que o mais relaxante no momento me pareceu o cigarro e o café desse barzinho meia-boca, um dos poucos abertos uma hora desssas...

- Eu te aconselharia a ficar só no café, menos destrutivo, eu acho...

- Tem razão. A culpa é do meu chefe, aquele mala, me estressou a tal ponto que tive que vir aqui. Conseguiu me tirar do sério mesmo, não que eu seja um exemplo de paciência, mas tem dias, ah esses dias... Sorte esse barzim ter café quente numa hora dessas...

- Não se preocupe, as coisas vão melhorar...

- Como pode ter tanta certeza?

- Eu não tenho, eu apenas acredito e pronto.

- Escuta, não quer ficar mais um pouco? Toma alguma coisa comigo?

- Vamos marcar para uma próxima, hoje não vai dar certo, tenho que fechar o bar meia-boca agora pois pela manhã bem cedo eu tenho outro emprego...
=]

sexta-feira, maio 15, 2009

Perdi Camila

Bom, o nome ia ser "eu criei um monstro", porque o texto que ia sair era bem pequeno.
Mas por preguiça de terminar, fechar logo o texto, ele acabou crescendo, crescendo.
Eu colocava mais um pouco, mudava outra coisa...
E aí taí ele um pouco grande!

Quem tiver paciÊncia de ler, espero que goste.
Muito obrigado À todos.
Espero voltar em menos de uma semana, vou tentar, eu juro!
Bjoos e abraços
=]

Andava triste o sujeito e ninguém sabia a razão. Os amigos lhe perguntavam e ele dizia: Não é nada não, apenas um momento de reflexão. Ficava pensativo a maior parte do tempo, não precisava dizer nada a ninguém, mas todos sabiam que estava com algum tormento.

Estudou com Camila durante três anos, os últimos do colégio. E o que de começo era apenas amizade, tornou-se um algo mais no último ano. Durante esse tempo viveram um romance, não declarado para todos, num acordo silencioso com alguns, um clima de vai acontecer o namoro a qualquer momento e todos irão saber. Ficavam de vez em quando. Nada era certo, mas eles gostavam quando estavam juntos. Durou quase um ano tal aventura, até o fatídico dia.

Estavam todos na festa do final de ano, a tradicional despedida de turma. E depois de algumas bebidas as conversas começaram a fluir mais facilmente. Saíram os dois para uma conversa particular. E ela já começou assim: “Vamos resolver logo isso, ou colocamos um ponto final e acabamos ou então oficializamos”. E ele, tão menino ainda apesar da barba rala e do bigode fino que ostentava com tanto orgulho, não soube o que dizer. Ficou pensando apenas que no próximo ano estaria cursando direito no Interior e ela, Medicina na Capital. Não conseguiu dizer nada, tentou falar, mas enrolou-se todo com as palavras.

Até, com muito esforço, começar a falar. Não tinha certeza de que queria esse relacionamento à distancia. Achava melhor cada um à sua maneira ir tocando a vida, sem prender-se a ninguém que estava tão longe. Não quis tentar, preferiu o ponto final, foi covarde. E ele falava sem parar agora, mas não saia nada muito coerente, apenas complicava-se mais. E ela,não conseguiu evitar as lágrimas. E a noite acabou, assim como o romance.

Dias depois ele descobre que não mais irá para o Interior. A desculpa a que havia se prendido não mais existia. Poderá transferir para uma faculdade da cidade mesmo, havia surgido uma vaga. Os amigos comemoravam, ela, nem sinal. Ele não teve coragem de ligar, tinha medo.

Criou coragem, apenas o suficiente para agarrar-se ao papel e à caneta. Passou um tempo para conseguir escrever algo, era uma carta. Não escrevia algo assim desde a quinta série. Quinta? Deve ser. Há muito tempo escreveu uma carta para uma tia do Interior e uns versos, obrigado por uma professora de literatura.

Escreveu como nunca mais havia feito e como nunca mais há de fazer. E foi para a casa dela. Seria melhor entregá-la diretamente ou deixar na caixa de correio? Parado, começou a pensar. Parecia perdido. Faltava agora a coragem para entregar? Sim, faltava.

No entanto, tomou uma decisão. Respirou fundo, encheu o peito de ar e o coração de esperança e colocou a carta por baixo da porta. Leria, ela, ou a empregada, ou a mãe dela, o pai, alguém leria. E, tendo um coração, entregará a carta por ele.

No mesmo instante ela abre a porta. Olhos nos olhos. “O que é isso?”. “Uma carta, para você...”. “Não quero saber de carta alguma. Só quero saber de você...”. Rasgou a carta e os dois abraçaram-se. Um abraço forte, apertado, como se naquele instante um alguém invisível tentasse os separar...

E o que havia na carta? Agora não importa mais. Mesmo assim...

Dou-me conta de uma tristeza
E tal sentimento há de colocar um braço pesado sobre meus ombros por muito tempo.
Não desaparecerá tão facilmente.

Falo de perder alguém, uma amizade acima de tudo.
Assim falo, preciso
Querendo evitar o pior, a distância.

Se for preciso, entenderei.
E estarei sempre aqui, disposto a conversar com você.
Como sempre foi.
E você estará sempre aqui, mesmo longe.
Pois jamais será só mais uma.
Jamais será qualquer uma.
Marcou.
Espero não ter te machucado.
Sonho em te reencontrar um dia.
E não coloco um ponto final.
Deixo apenas as reticências...

Perdi Camila
Perdi um bem
Perdi uma amiga

Não soube o que dizer
Engoli palavras
Perdi a fala

Perdi Camila
Que sempre me alegra
Me anima

Perdi o ouro
E também a mina
Triste, tal qual poeta
Perde sua rima

Camila, tão bonita
Boa filha, boa menina
Inteligente e malina

Perdi
Camila

Perdi um amor
Mas lembrarei
Por toda a vida...
=]

segunda-feira, abril 27, 2009

Você me ama?

Bom, depois do record do mÊs passado, esse mês o negócio tá meio parado né?
Peço desculpas, semanas um pouco pesadas e a preguiça tá sempre com uma mão no meu ombro, sussurando em meu ouvido, se insinuando...heehehhe

Hoje eu peguei uma chuva muito boa, deu até vontade de escrever sobre isso. Somente eu na rua, as poças d'água, folhas secas pelo chão, rosas copo-de-leite amarelas( eu inventei isso, sei nem se existe esse nome)... Deu vontade de sair correndo de novo na chuva, de gritar ieiiiii! urruuuu!! Mas não, dessa vez eu fiquei só curtindo a chuva mesmo, andando no meio da rua...

E ontem rolou um passeio muito bom demais aqui, com uma bike, com uns bons amigos, vi muita cidade por uma nova ótica. Me senti um turista em minha cidade, e o fato das pessoas ficarem olhando pra vocÊ como se vocÊ fosse um estranho ajuda ehehhe. E fiz um visita muito ótima, que deve ter outras vezes.

E agora, sem enrolação, lá vai o texto. Espero que gostem. É um pouco longo, só um pouco. E se tudo der certo, não tardo a voltar!
Bjos e abraços!
=]

Chegou cansado em casa, o novo trabalho (nova empresa, novos colegas, novo chefe) não estava sendo fácil. Pegava uma carona e um ônibus para chegar em casa agora. Estava mais pesado, mas era isso mesmo, sabia da necessidade de ganhar um pouco mais pra poder realizar alguns sonhos que somente o dinheiro pode realizar, sonhos materiais. Dos outros ele mesmo cuidava com o decorrer do tempo.

Nem bem tinha jantado, ou sequer conversado direito com os irmãos, pai e mãe, foi somente o tempo de tirar a gravata sufocante e os sapatos daquela marca conhecida, a eununcameacostumo e o telefone tocou.

- Alô? Boa noite.
- Alô. Amor, sou eu. Ando me sentindo um pouco triste, me sentindo sozinha esses dias e queria conversar contigo.
- Tudo bem.

Sempre conversavam por telefone durante a semana. E nos fins de semana se encontravam e combinavam de fazer alguma coisa ou então de não fazer nada, juntos. Sair ou ficar na casa de um dos dois, sempre haveria algo para se fazer e para não se fazer. Podia ser um show, um cinema, uma praia, um teatro, uma exposição, visitar amigos, ir ao shopping, museu, zoológico, biblioteca... Não se cansavam dos programas e de inventar novas coisas para fazer.

E nos dias de ficar na casa de um dos dois não faltavam opções também. Filmes, livros, revistas, conversas, carinhos, uma rede... E o fim de semana era intenso para compensar a semana longe um do outro. E já ia fazer sete anos que estavam juntos. Começaram no colegial e até hoje estão firmes e fortes. Ele trabalhando, já formado, e ela estudando e estagiando.

Superaram muitas crises, fizeram muitas coisas juntas, passaram pelas mais diversas situações e se gostam cada vez mais. Se entendem como nenhum outro casal. Brigam vez por outra, discordam, para não ser perfeito. Ele gosta de reggae e brega, ela gosta de samba, eletrônica e mpb. Eles gostam de tudo, mas às vezes esquecem isso só para discordar mesmo. Vão vivendo, um dia de cada vez, e fazendo planos para os outros.

Voltemos para a ligação. Ele está tão cansado e ela hoje nem para perguntar como foi o dia dele, se está tudo bem...

- Amor...
- Pode dizer, estou escutando...
- Você me ama?

...

Um choque.
- Engraçado você perguntar isso... Estava pensando em nossas aventuras outro dia... Lembro daquele reggae na beira do mar, o céu mais estrelado de toda a minha vida, a maresia, nossos amigos, faltou só a fogueira, mas isso é detalhe. O caminhar pela praia ao teu lado, carinho, amor só pra nós dois...

Lembro daquela rave que nós fomos, que eu não suportava de jeito nenhum, mas estava lá por tua causa, porque tua queria ir e que eu fosse contigo. E eu ainda agüentei as quatro primeiras horas, mas não agüentes as outras oito...

Lembro daquelas brigas com teu pai, por ele não torcer o mesmo time que o meu, por não gostar do meu topete sem gel, por não gostar do Chico e preferir o Caetano. Ainda por eu não saber quem é Carlos Gardel, não saber a escalação do Brasil de 1982, não saber decorado o soneto de fidelidade (Nem isso! É um inútil!). Por eu usar uma camisa do Bob Marley. E ainda por dizer pra ele que até largava o futebol por causa da filha dele. (Rá! Duvido!!). Ainda bem que até hoje não precisei provar e ele hoje em dia me respeita e até me chama pro futebolzim dele. Além de me contar piadas engraçadíssimas, histórias de pescador e me mostrar os versos que fez quando novo...

Lembro das brigas com tua mãe por eu não gostar de comida francesa, preferir a italiana, a brasileira (arroz e feijão) e por gostar dos fast-foods. Por achar que homem não precisa saber de tudo, ser mecânico, carpinteiro, engenheiro... Lembro de quando elogiou meu lado romântico ao te entregar aqueles versos. E lembro mais ainda do olhar dela quando eu chegava pra namorar contigo quando teu pai não tava em casa. Era um olhar dizendo “vai meu filho, ser feliz e fazer minha filha feliz...”.

Lembrei de tanta coisa dia desses e só pela simples lembrança comecei a rir de um jeito tão gostoso que meu irmão mesmo sem saber a razão de tanta graça começou a rir comigo...

Lembro de ter cavalgado nuvens, contado estrelas, moldado o fogo, parado o vento, lutado contra a gravidade e contra todas as leis da física e dos homens e dos deuses, contra os profetas do fim, contra o que quer que fosse preciso só pra estar ao teu lado e te dar meu amor.

E agora ainda vem perguntar se eu te amo? Preciso dizer mesmo? Eu te amo!! Desse amor que cresce a cada dia, saudável e sem prazo de validade. Desse jeito assim exagerado de te querer cada vez mais e não medir esforços pra te fazer feliz!

- Amor, ta me ouvindo? Me faz um favor? Repete aí que o telefone aqui de casa tinha ficado mudo...

=]

segunda-feira, abril 06, 2009

Tá louco, cara?

Bom, o título eu coloquei agora porque, mais uma vez, não consegui pensar em nenhuma legalzim.
Texto que era pra ter ido faz um tempo, lá pro dia 18 de março mas é isso aí.
Agora não tem mais nenhum texto guardado no pc, tudo na cabeça e eles não estão querendo sair, tão querendo complicar... Sem stress, uma hora eles aparecem.
Então, talvez eu demore pra escreve de novo, nunca se sabe, mas vou ficar lendo com prazer os blogueiros amigos.
Agora, indo lá, até depois.
Beijos e abraços pra vocês!
=]

Quarta-feira foi um dia incomum. Dia de fazer o exame físico e o psicotécnico para saber se posso ou não dirigir um carro. Será que sou louco? Não, não. Muito não. O necessário, acredito eu.

Como a auto-escola é aqui perto de casa decido ir caminhando, uma das coisas que mais faço na vida, caminhar. Algo que decididamente me faz bem. Andando eu vou pensando ou me desligando, atento apenas aos gatunos.

Desde criança tenho a mania de andar me equilibrando pelo meio-fio, prática sempre condenada por minha mãe, mas só o faço em ruas tranqüilas. Sinto-me “o” equilibrista mesmo em algo tão besta. Fico distraído com isso, a única coisa que importa é se equilibrar. Por vezes me empolgo tanto que chego a abrir os braços, coisas de louco, de criança, de velhos e bêbados.

Outra mania ao andar pela rua é de “perseguir e ultrapassar” a pessoa à minha frente. Como numa corrida, na minha imaginação. “Vou já ultrapassa-la... Em dois quarteirões eu passo...”. E sigo, na minha corrida imaginária, distraído com uma competição sem vencedores ou perdedores. Ah, já ganhei e perdi várias vezes, não sou tão bom assim e algumas pessoas tendem a fugir da corrida, desviando do caminho e saindo da minha frente.

Chegando ao local desejado, cedo demais, decido esperar um pouco do lado de fora. Do outro lado da rua, uma banca do velho Jogo do Bicho, o Paratodos, proibido, mas funcionando, como em muitas coisas no nosso país. Um grupo de homens a olhar o movimento, devem estar contando quantos carros passam durante a manhã e quais os modelos, algo assim interessante.

Um velho passa na rua. Ninguém viu. Uma mulher passa na rua. Assobios. E logo a matilha de homens começa com seus comentários, cada qual seguindo sua conduta. Já disse o sábio: “quer conhecer um homem, observa os comentários dele sobre a mulher que passa”.

Pois bem, o primeiro a comentar foi o capitalista-tarado-escravocrata, lançou logo um: “ah uma dessas trabalhando lá em casa!”. Os outros nem ouviram, pois olhar uma mulher e ouvir outras pessoas é complicado, vide namorado agarrado com namorada escutando ela falar sobre alguma coisa que ele não vai lembrar mas concordando enquanto olha para uma outra mulher.

E veio então o socialista-tarado-opressor, jogou um “eita, uma mulher dessas é pra mais de um, um só não dá conta!”. E foi seguido pelo mais “religioso”: “Sim, isso sim é um presente dos deuses!”.

E fora seguidos de opiniões “profissionais”. Como a do arquiteto: “Que curvas! Que design!”. E do açougueiro: “Tanta carne pra uma mulher só...”. E então chegou um estranho. “Isso sim é o raiar do sol em plena escuridão, é a vontade de viver intensamente que precede o perigo, a sombra fresca em um dia de sol. O colo desejado depois de um dia de trabalho. A luva que esquenta mãos frias. A metade perdida noutro lugar. O reencontro com vidas passadas...”

E os outros, olharam incrédulos, não acreditam nas palavras escutadas. Um sujeito com problemas, só podia ser. Logo disseram:
-Tá louco, cara! Ta vendo que é uma mulher?!

E fui fazer o meu exame...
=]

quarta-feira, abril 01, 2009

Versos, que te quero versos

Opa!
Bom, o título é esse aí mesmo porque eu não achei nome pros versos, aí esse veio na cabeça agora. Se alguém tiver um melhorzinho eu tô aceitando.
De volta aos versos. Eu tô com um texto pronto maas só vai depois.
Tanta coisa pra dizer mas o cansaço tá grande.
Ia fazer um texto com o primeiro de abril mas acabou nem dando, ele vai ficar na gaveta de txtos, minha cabeça...
Sempre uma alegria estar aqui e visitar os amigos!
Beijos e abraços pra vocêS!
=]

E esse meu coração
Tantas vezes flechado
Perseguido pelo cupido
Não deseja mal à ninguém
Mesmo tantas vezes partido

Já conheceu vários problemas
Mas não se aquieta, meu amigo
Prefere essa vida louca
Sempre correndo perigo

Aprendeu um negócio
De tanto apanhar
Se hoje está ruim
Uma hora vai melhorar

Em meus sonhos, uma clareza
O futuro, nunca saberei
Em minhas lutas, uma certeza
Nunca desistirei

Muitas vezes quebrado
Outras tantas iludido
Sempre recuperado
Pois desistir não é do agrado

E então vem o tempo
Pra dar uma lição
Que até uma simples notícia
Pode te levar ao chão

Baixe a guarda companheiro
Voa com tuas asas
Deixa o corpo entre as nuvens
Só não entre em desespero

Coração, é assim mesmo
Vai brigando, vai lutando
Colocando a cara à tapa
Só não vale viver com medo
=]

quinta-feira, março 26, 2009

Oura, é Carnaval!

Bom, recorde esse mês mesmo.
Esse texto é do mês passado, da época do Carnaval. Eu ia colocar antes mas acabei deixando de lado pra poder dar uma melhorada nele, que também nem deu certo heheehe.

E agora eu vou colocá-lo enquanto eu faço um outro texto acolá. Assim que acabar eu coloco ele aqui, tem horas que não dá tempo e dá preguiça de escrever, mas eu vou ser forte! Esse texto eu acho meio estranho, acho que eu enrolo demais, que quero dizer alguma coisa e acabo sem dizer, mas, oura, é Carnaval!

E vamos que vamos.

Bjos e abraços!
=]

“Thuco, thuco, thuco gostoso, thuco, thuco, dança do povo...”
“Rala a tcheca no chão! Chão! Rala a tcheca no chão...”
“Isso não é reggae, isso não é samba... Cuduro! Cuduro! Você faz assim, você faz assim...”
“If i was young, i leave this town...”
“Pretty girl….”

“Acabou-se o carnaval! Vão se embora seus sem-futuro! É o fim da festa! Do bacanal!” Dona Roberta Pessoa, 22 anos.

Acredito que estudioso nenhum há de abarcar o sentido real do carnaval, se é que ele existe. Pode até imaginar o sentido imaginário, mas vai ficar na imaginação. Como disse um sábio, que não conheço, cada caso é um caso. O sujeito aproveita o carnaval pra ficar em casa com a família, filhos, amigos. O amigo do trabalho viaja e se veste de mulher. A chefe dele viaja com o amante, que é o marido de outra mulher. Outra viaja para o exterior, ou para o interior. Uns vão para as serras, curtir um frio, jazz and blues. E tem aqueles que vão para as praias. E quem nunca foi para um carnaval em alguma praia, vou contar o que nós vimos nesse nosso carnaval mais recente.

O Carnaval é uma festa religiosa, ou, pelo menos, era pra ser. Alguém lembra o que é comemorado? Não? Tudo bem, ficamos com o feriado pelo feriado mesmo. Foram cinco dias de carnaval (sexta à noite, sábado, domingo, segunda, terça e quarta pela manhã). E voltei achando que se durasse mais dias tinha muita gente morrendo, ia ser pesado demais, pro fígado, rins, estômago, cérebro, e, pro bolso.

Quando se fala em Carnaval na praia, quais pensamentos surgem primeiro na cabeça de muitos? Casas lotadas, pouca roupa, muito álcool, pouco juízo e muitas loucuras. A sexualidade está no ar, assim como o lúdico. Sim, o lúdico. Adultos tornam-se crianças, sendo que mais perigosos. As crianças, ah, essas se divertem, tem coisa melhor do que poder jogar goma em todos os conhecidos e desconhecidos que passam por perto? Não, não tem. Mas nem todos ficam perigosos, há alguns que fazem a brincadeira saudável. Sim, isso existe.

E como é isso? É ver a misturada que a festa faz em alguns locais. Todos de branco, no rosto e no corpo, a goma iguala todo mundo. O mais fraquinho suja o mais fortinho. E não brigam. Bem, alguns brigam, e esses não sabem brincar. A festa mais democrática? Bom, pode ser. Pode não ser.

É época de mela-mela, de muita música (?) em alto volume, desrespeitando o sono dos demais. Oura, é Carnaval. Tudo pode não é? Não é o que dizem? É época de trair namorado e namorada. Oura, é Carnaval. É época de beber até perder a consciência. Oura, é Carnaval (e tem vezes que nem precisa ser pra fazer isso). É época de beijar todos e todas. Oura, é Carnaval. É época de fazer tudo loucamente, carpe diem levado ao extremo possível. Oura, é Carnaval.

No Carnaval a gente vê o bombado de academia vestido de mulher. E ele, tão macho, se solta tanto que nem percebe que está gostando daquele vestido, daquela mini-saia, maquiagem, de agarrar outros homens... Opa! Oura, é Carnaval. É época de descobrir que o Carnaval é uma época à parte. Oura, é Carnaval.

No Carnaval a gente vê a menina com o namorado dizendo “amor, vou só ali comprar um água”, e acaba beijando mais cinco bocas diferentes, de homens e mulheres. Ou então ele quem diz “amor, vou comprar uma cerveja e volto já, fica aí!”, e volta depois de alguns bons minutos dizendo “a fila tava terrível” e pensando no que vai contar aos amigos depois.

É tempo de ver adultos e crianças brincando sem medo de serem felizes. De ver senhores e meninos juntos numa grande algazarra. De ver meninos e meninas tornando-se homens e mulheres. Indo brincar escondido na beira da praia escura, dentro do carro, na casa por um instante vazia...

É tempo de ver que todos são dançarinos e simpáticos a quase tudo. Ver várias pessoas dançando até o chão com o maior sorriso do mundo. Vê que o álcool, o maior lubrificante social inventado pelo homem, realmente funciona! Se o homem inventou ou descobriu, ganhe o bônus e o ônus, pois se algumas pessoas ficam mais sociáveis, algumas ficam também mais perigosas, principalmente com um carro ou moto ou garrafa ou pedra ou nada nas mãos.

É tempo de ver a garotinha triste porque viu o namorado com outra. De ver o marmanjo chorando porque a namorada foi pegue por trás das dunas com o melhor amigo dele. É tempo de ver o perdão nascendo, e morrendo, amores nascendo, outros acabando. É Carnaval, oura mais!

É tempo das muitas paixões ou da grande paixão. Ver aquela pessoa na praia pela manhã, passar o mela-mela atormentando-a, ganhando a simpatia mesmo enchendo boca e olhos e ouvidos de goma. Arrancar um sorriso e saber que mais tarde na praça as coisas vão melhorar. É hora de se apaixonar de novo no outro dia. É tempo de não ter hora para nada. Sempre é hora de diversão.

É tempo de ficar mais perto dos amigos, ficar sozinho com o amorzinho, sem pais nem irmãos menores por perto, sem papagaio vigiando. É tempo de estreitar as amizades, acabar com algumas e começar outras. É tempo de aproveitar o tempo, para descansar, para utilizar todas as energias possíveis e impossíveis. Pra extravasar todas as tensões e frustrações. Mas quem lembra delas? Oura, é Carnaval!

No Carnaval é permitido tudo, menos ficar de cara emburrada, isso não combina. Porque é nessa data que se esquece tudo de ruim, prega-se a overdose de alegria, de loucura. Quem conseguir descansar, extravasar e ficar satisfeito com o feriado está de parabéns. Vale ficar só na tranqüilidade também, só no sossego. Bom, pelo menos tentar, pois não é difícil um playboy qualquer sem nada na cabeça aparecer mostrando que o som do carro dele pode ser mais alto que um trio elétrico. Pode ser Carnaval, mas babaquice, idiotice demais em uma só pessoa devia ser crime, punidos com o Carnaval todo em cana, vendo o sol nascer quadrado. Isso serve para os chatos, para os marginais, para aquele que só querem saber de brigar.

Eu não entendo como um sujeito pode estar rodeado de mulheres e ficar olhando para outros homens atrás de briga. Tanta mulher bonita por aí, tanta coisa melhor pra fazer... Com um tempo bom desses pra fazer tanta coisa... Carpe diem! Vamos aproveitar o máximo o dia, a vida! E, oura mais, é Carnaval!

=]

segunda-feira, março 16, 2009

Crônica de domingo

É Lorena, acho que esse mÊs é recorde mesmo.
Negócio tá indo bem heehehheeheh.
Essa agora saiu no domingo, aí vou colocar logo hoje.
Conseguindo esvaziar um pouco a cabeça.
E é isso, até depois.

Abraços e beijos!
=]

Crônica de domingo

O domingo amanhece chuvoso, não dá vontade nem de sair da cama. Sair daquele mundo bem quente e aconchegante pra enfrentar o mundo frio. No entanto, é preciso ir lá fora, resolver assunto inacabados, os quais nunca se acabam, graças.

Depois de um café da manhã bem light, é hora de sair de casa com dois objetivos: colocar crédito no celular para poder me comunicar com algumas pessoas e comprar um par de chinelos novos, pois os meus então tão velhos que pareço que ando sob dois guardanapos com cabrestos.

Decidi fazer um caminho diferente, indo em uma rua paralela à avenida. Tudo tranqüilo demais e eu lembrei: tenho de escrever sobre o meu bairro, e o texto deveria começar assim “o meu bairro nem sabe o quanto eu gosto dele...”. Mas não começou assim. Bem, vamos em frente.

A rua estava tão tranquila, lembrava-me a rua paralela do outro lado, que utilizo quando volto do trabalho. Nesses dias tão calmos, vou andando apenas escutando os meus passos, e isso acontece até na avenida vez por outra.

Essas ruas assim calmas, são de uma calmaria que parece enganar, pois alguém pode estar à espreita, esperando para dar um bote... Não é hora de pensar nisso. Vamos para a calmaria mesmo.

Quais são os sons do momento? O grito e o riso das crianças, pois domingo todas acordam cedo com uma sede de viver, de brincar, de fazer tudo ao mesmo tempo. Indescritível. Criança não descansa nunca. Posso ouvir também o canto dos pássaros, alguns em suas prisões, outros em suas árvores. Cantos dos mais tristes e dos mais alegres.

E domingo é dia de futebol também (qual dia não é para mim?). Passo na mercearia e compro meu par de chinelos pretos (parece sujar menos). E na volta vejo pai e filho, os dois com camisas alvinegras. O pai levando o saco de pão e a criança despreocupada em sua bicicleta.

E ali eu vi meu passado e futuro imaginário, sem saber se aconteceu ou se vai acontecer algo do tipo. Eu nem sei do futuro, eu esqueço um pouco do passado, eu vivo e brigo com o presente, eu esqueço o futuro, eu lembro o presente e o esqueço depois. Eu brinco com o presente planejando o passado e esquecendo o futuro. Vou vivendo, com passado, presente e futuro. E eu sei da minha relação confusa com o tempo, eu precisando dele, e ele me ajudando quando quer.

=]

quinta-feira, março 12, 2009

De despedida

Rapaz, antes do previsto que nem havia previsto.
Tava querendo escrever sobre isso faz um tempo, andava me atormentando a cabeça.
Aí não tava nos planos escrever desse jeito, mas, bem, tá aí agora.
Acho que vou bater o recorde de postagens num mês ehehehehhe.
VÊ se termino outros inacabados, se faço uns que estão presos por aqui, vê se escrevo mais e leio mais...
e até dpois então!
bjos e abraços!
=]

A distância ia aos poucos diminuindo. -Corpo inteiro à vista!! Gritava um dos meus neurônios mais empolgados, sempre fora maravilhado com histórias de marinheiros. –É a terra prometida!! Gritou meu neurônio mais religioso. – Nada disso. É o fruto proibido!! Gritou meu neurônio mais gaiato, pra brincar com o religioso. E na verdade, de proibido não havia nada. A “fruta” estava ali, tão bonita, tão saudável, radiando beleza, um algo assim sem palavras que vinha caminhando em minha direção. E ficava olhando e me aproximando.

O que era corpo inteiro agora era só o tronco. –Eita! Vamos nessa!! Gritou um dos meus mais empolgados. –É agora! Vai seu mole! Incentivou outro. E eu parecia meio surdo àquilo tudo, escutava e nem dava atenção. Foi chegando mais perto.

Olhos nos olhos. Olhos na boca. Água na boca. Olhos nos lábios, nos dentes, uma mordida no lábio. Vontade, desejo... E assim, sem dizer palavra alguma, foi acontecendo a maior aproximação possível. Sem hesitação. Não era hora pra pensar em mais nada. Era a hora de deixar acontecer como deve ser, naturalmente...

E então a despedida. O desencontro, o aparte. – Vai macho, mais um não mata não!! Gritou um dos meus mais namoradores. – Declama um Vinicius pra ela!! Disse um dos mais românticos. Era a hora da separação, da despedida, assim como foi o encontro, sem muitas palavras. Dentro de pouco tempo estaria à 2378 km de distância de nossa capital.

O que haveria de fazer? O que haveria de dizer? Dizer? Mais nada. Fazer? Sim. Mais um. De despedida. Mesmo com o último do momento, não estava satisfeito, mas não havia mais o que fazer. Era apenas vê-la ir embora. Como as aves que voam no verão, mas um dia regressam.

E aconteceu tão tranqüilo, tão bom. Por qual razão não fizeram antes? O que os impedia? Agora não adianta pensar sobre isso, na verdade, adianta, pode-se tirar uma lição.

E nessa curta história somente um aspecto pode ser considerado ruim. Sabe o que foi? O pouco tempo.
=]

terça-feira, março 10, 2009

Bons tempos

Opa!
De volta. Um pouco depois do previsto, pra variar.
Acabei de lembrar aqui de que quem gosta cuida.
Eu ia colocar algo novo pelo menos uma vez por semana, quatro vezes por mês.
E pensei em escrever mais solto, sem ficar mexendo no texto, fazer um desses assim pá-pum, direto pro blog, sem arquivo salvo no word ou bloco de notas.
Um texto bem pessoal, pra ir escrevendo e me conhecendo mais ainda.
Vamos tentar, depois.
Até breve então!
Bjos e abraços!
=]
ps: tempos sem poesia é ruim, cÊ fica cabreiro de fazer algo novo, se ficou bom ou tá se repetindo, se ainda sabe fazer. essa tava guardada faz um tempo, tava faltando inspiração pra acabar. sorte que eu achei!
=]

Que saudades eu tenho
Dos meus tempos de poeta
Minha rima era perfeita
Minha mulher era a mais bela

Que saudades, meu Deus!
De namorar sob a lua
As estrelas, olhos teus
Minha mão junto à tua

Meu amor que saudades
De estar ao teu lado
Era estar no paraíso
Ao lado do pecado

Tudo agora é saudosismo
Por lembrar assim você
Algo louco, incontrolável
Eu estava à sua mercê

Minha morena, imperatriz
Sempre dona de meus sonhos
Não me lembro de uma só noite
Sem desejar ao teu lado ser feliz

Que saudades daquelas terras
Um oceano a ser navegado
O teu corpo, então, desconhecido
Pedindo para ser explorado

E eu então admirado
Ah meu Deus o que fazer?
-Vais ficar aí parado?
Vou fazer acontecer...
=]

domingo, março 01, 2009

Eu vejo a chuva

Eu vejo a chuva.
Aproveitar a chuva pra escrever e postar logo, tempos não foi tão rápido assim.
Na TV passa o esporte espetacular, viola minha viola e sr. Brasil com o Rolando Boldrin, muito ótimo por sinal.
E aí vaí!
bjo e abraços
=]

Eu vejo a chuva, mas a danada, faceira, faz de conta que nem me viu. Vai caindo indiferente ao meu rosto colado na janela. Eu vou olhando ela cair, tão livre, tão triste. Numa descida suicida, mas com volta, mostrando que o renascimento é possível, a possibilidade de se reerguer depois de uma grande queda. Não, não é uma chuva triste, é uma chuva metafórica, de auto-ajuda, talvez.

E ela caindo, sem saber, ou sabendo, me prendendo em casa. Desisto da janela, vou para a varanda. Não consigo ver a chuva cair e não senti-la em meu corpo. Uns poucos pingos bastam. Um pouco de água e muitas lembranças. Tantas situações com ela. Esta semana mesmo, desci do ônibus e fiz uns duzentos metros rasos debaixo de muita água. Fazia tempo que não corria, ainda mais debaixo de chuva. Uma alegria grande me acompanhou durante a corrida, o sorriso no rosto veio fácil, a vontade de gritar uhuu!! enquanto corria também.

A chuva me prende em casa, não deixa eu ir ver meu amor. Meu amor que é tão docinho e pode derreter na chuva. Na verdade, ela é muito azedinha, uma torta de limão. Caso doce fosse mesmo, não teria essas frescuras, viria brincar na chuva comigo.

Banho de chuva é bom demais, correndo, pegando as bicas, dando carrinhos pelo chão pra ver quem vai mais longe, jogando bola, tomando banho de mar de mar ou de piscina, deitado na rede, vendo um filme, lendo um livro, comendo, namorando, conversando, pensando. Tanta coisa pra fazer e eu em frente ao computador, conversando, escrevendo, viajando.

E ela cai, mas nem se machuca, E na varanda de baixo uma menina olha a chuva penteando os cabelos da boneca. Na em frente, um bem-te-vi se encolhe na prisão. O cachorro da varanda de frente late de instante em instante, com medo de algum mostro invisível, ou querendo parar a chuva a para correr por aí feito doido. E eu aqui. Ela lá fora. É hora de ir lá lhe dar um abraço...
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quarta-feira, fevereiro 18, 2009

Imitando a Lorena ou conversa com o Eu-Lírico

Opa!
De volta!
Li o texto da Lorena e fiquei impressionado (do Lugar de Leveza, tem um link ali do lado direito, recomendo demais, muito ótimo).
Aí fiquei impressionado. E pensando: o que o meu eu-lírico iria me dizer?
E tome viagem pensando....
Tem alguns erros aí mas é porque o sono é grande agora.
Depois eu volto e ajeito, eu acho.
Beijos e abraços!
Até depois.
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-Opa! Bom dia!!

-Hãm? O quê?

-Bom dia, levanta macho?

- O que é isso? Sonho?

-Sou eu cara, o eu-lírico (o meu word quer separar o eu do lírico, mas eu deixo é tudo junto!)

-Sabia que aquela lasanha antes de dormir não ia fazer bem...

-...

-Ou então eu vi o texto da Lorena e me impressionei demais...

-Pode ser também, mas isso não tira o fato que estou aqui e agora...

- E onde cê teve esse tempo todo?

-Aqui do teu lado, mas preferia não aparecer...

-Beleza. E agora? Tenho direito a três pedidos?

-Não sou o gênio da lâmpada...

-Ah, vai ficar andando no meu ombro então?

-Eu não sou papagaio, nem tu é um pirata...

-Então vai ficar me dizendo o certo e o errado?

-Não és o pinóquio, e nem tenho cara de consciência falante...

-Hum... que um telefone pra ligar pra casa então? Eu-lírico – fone – casa?

-Muuuito engraçado você....

-Sério então? O que tu faz mesmo?

-Eu? Eu faço tudo? Tudo que escreves sou eu que penso. Teus pensamentos e versos e prosas, os doces, os amargos. Os rasos e os profundos. Tudo que não escreves, também. Sou teus espaços, mesmo os vazios...

-Uau, que bonito, se garantiu, depois me ensina certo?

-Não adiantaria nada, sem mim, não vais pra frente...

-Sim, e qual a razão dessa revolta? O que eu fiz?

-Andava muito cheio de si por aí, muito garboso. Ou tens humildade ou não me terás mais.

-Rapaz, então tu me confundiu com alguém, eu sou o mais humilde dos humildes. Humildemente falando, claro.

-Te emendas rapaz, leva as coisas a sério.

-Sim, e agora tava pensando aqui ó, tu podia bem ser mais útil pra mim...

-Como assim?

-Te explico. Ando a esquecer uns versos. Penso em algum lugar e os perco. Antes, guardava-os bem na memória, ia melhorando aos poucos até colocar no papel. Mas agora, não sei o que acontece...

-Obra minha. Pra tu vencer a preguiça. Dar duro nos textos. Deixar de moleza, deixar de esperar a inspiração, trabalhar nos textos mesmo. Resumindo, vencer a preguiça.

-Bem dito, agora dá licença que vou dormir...

-Vai nada. Vai agora mesmo escrever. Aproveita a idéia e joga no papel, no computador ou o que seja.

-Macho, não se empolga que tu não manda em mim não. Vou se eu quiser. E se tu achar ruim, te mato agora no texto.

-Não teria coragem... E seria mais que morte, seria suicídio...

-Não teria coragem? Mas é agora que vou acabar isso!

-Não adianta. Essa tática é conhecida. Muitos autores usaram já, até tu, nós, usamos já.

-Hum? Como assim?

-Tu queres criar um clima, um suspense. O criador e as criaturas, não vai dar certo...

-Vai não é? Quer tentar a sorte?

-Não vai adiantar. Essa tática é conhecida, já te disse. Tu cria um clima de suspense, um momento de maior tensão e finaliza com chave de ouro, com algo inesperado...

-Hum... muito bem. Vamos mudar então. Fazer assim: eu deixo tu continuar a trabalhar comigo. Topa?

-Eu é que vou dizer se tu pode ou não continuar comigo. Afinal, o que tu é, ou acha que é? Um escritor? Um sujeito com um blog? Alguém que gosta de escrever?

-Bem, nem sei como te dizer isso. Não se assuste. Pra começar, gosto de escrever, então, sou um escritor. Se gostasse de nadar eu seria nadador, se gostasse de pescar seria pescador...

-Continue...

-Eu tenho um blog, me viciei nele. Sou um blogueiro assim dizendo. Sou um cara que gosta de escrever, para o blog ou não.

-E quanto à poesia? O que tem pra me dizer?

-Eu gosto de poesia também. Gosto de ver poesia, dos poetas famosos e dos amigos. Arrisco-me de vez em quando. Se muitas vezes sai uma porcaria, algumas vezes algo de bom aparece. Pode ser dentro das métricas, pode ser fora também, não importa. Além da poesia, adoro repente, e se pudesse, ou soubesse, faria vários e vários.

-Então tu se considera um poeta?

-E quem não é? O que é preciso para tal? Uns escolhidos podem e outros não? A poesia vai além da escrita. É um jeito de ver a vida, de sentir, de viver, e mais do que isso. Está além...

-Falou bem, enrolou um pouco apenas. Mas não me respondeu a pergunta: tu se considera um poeta?

-Não sou poeta, apenas tenho um coração quer precisa se expressar. Está feliz agora?

-Não. Podes enganar vários, mas não a mim. Tua negativa em si carrega toda um resposta positiva. Agora, me diz o teu tipo.

-Que tipo? De mulher? De sangue?

-Não, de poeta...

-E tem tipo? Sabia não...

-É dos apaixonados ou dos amaldiçoados?

-Bem, para mim é tudo igual. Os apaixonados são amaldiçoados e os amaldiçoados são apaixonados. Eles possuem certa semelhança.

-Muito bem. Boa resposta. Ficarei contigo.

-Hei, agora me ocorreu algo.

-O que foi?

-Hum... se for como estou pensando, estou feito!

-E o que será?

-Se tu, que é meu eu-lírico apareceu...

-O que é que tem?

-Quando as minhas musas irão me visitar?

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