Traduzindo

quarta-feira, janeiro 27, 2010

Sorriso da Lua

Como nos velhos tempos! Acabei de escrever e já estou colocando aqui. O plano não era esse texto não, mas espero que gostem.
Até o próximo.
Beijos e abraços!
=]

Foi uma das coisas mais bonitas que me disseram. Já me chamaram de anjo, de irmão, me fizeram elogios diversos por coisas até hoje incompreendidas por mim. No entanto, a frase dela foi de longe a melhor.

Conversávamos depois de uma semana separados. Uma semana? Pouco tempo não é mesmo? Mas o que é o tempo para os apaixonados? Quando quase nade de uma hora afastados é tempo demais e o exagero estrangula a razão sem piedade, perceba, você pode estar doente ou apaixonado, quem sabe, até os dois. Pode-se notar isso quando a semana começa e você está pensando no fim de semana para vê-la de novo.

Nessas conversas cotidianas através da internet (Tudo bem? Como foi o teu dia? Vai fazer alguma coisa hoje?), quando o coração bate tão rápido quanto os dedos batem nas teclas, percebe-se, ainda de forma diferente da presencial, um sentimento bom.

O encontro acontece, enquanto se aproximam, calmaria, tal qual pipa no céu sem ventania. O contato, tal qual o choque do rochedo com o mar, intenso e repetido diversas vezes sem vencedor, força da natureza.

A lua é testemunha e protagonista do ápice. O vento traz uma canção, aconchego-a em meus braços. É preciso dizer? Talvez não, mas entre sussurros, feliz coincidência da palavra “saudades”. Então, sem uma conversa inicial, olhando em meus olhos, em minha alma, ela diz: “Sabe, essas noites sem ti, pensando na vida e olhando pras estrelas, reparei algo estranho, espero que não ria de mim. Quando vi a Lua minguante, lembrei do teu sorriso, encantador, que eu acho tão bonito quanto...”.

Não consegui dizer mais nada, afastei um pouco seus cabelos cor de ouro e fui fazer um eclipse com aquele sorriso, feito sol pra mim, pois só de aparecer já ilumina tudo ao meu redor...
=]

sexta-feira, janeiro 22, 2010

Capitães da Areia

Computador querendo travar total.
Saudades daqui, das pessoas.
Volto logo, espero.
Beijos e abraços!
=]

Eu queria dizer que não, mas não quero mentir, não posso negar. Chorei, pouco, mas chorei hoje. Os olhos marejados, inundados de lágrimas, que se recusavam a cair. Minhas rebeldes lágrimas, valentes. Depois, decidem pular em uma descida suicida.

Chorei com o final de um livro, já lido quase uma dezena de vezes. Sempre o leio quando o estou esquecendo, deixando a história de lado. Bonita e triste história da família sem laços de sangue. Miseráveis e alegres, guerreiros valentes, homens em corpos de crianças. Donos das ruas, calçadas e do areal. Donos da noite, dos dias e das tardes. Malandros, heróis, lutadores e crianças, sim, crianças.

Falo dos Capitães da Areia, de Jorge Amado, da Bahia. Livro porreta, seu mano, como diriam. A família que vai se desfazendo com a morte de uns e a despedida de outros. Lia um pouco por dia para adiar a despedida. Acabo o livro e me despeço de meus irmãos, meus companheiros (palavras bonitas demais).

O chefe Pedro Bala, o amargurado Sem Pernas, o bom João Grandão, o mulato sertanejo Volta Seca, o malandro Gato, o boêmio Boa Vida, o religioso Pirulito, o batuta Professor, a querida Dora, a mãe de santo Dona Aninha, o saveirista e capoeirista Querido-de-Deus, o amigo Padre José Pedro, o doqueiro companheiro João de Adão, o velho trapiche iluminado pelo luar...

Depois de um tempo voltarei a ler o livro. E, não duvido nada, as lágrimas tornarem a cair novamente...
OS: Depois de ler o livro, lembrei que na Band havia passado a mini-série. Qual não foi minha surpresa quando descobri um trailer do filme baseado no livro a ser lançado ainda este ano. Alegria.
http://www.youtube.com/watch?v=OH1zaYjAzD8

quarta-feira, janeiro 06, 2010

Meu amor, já cheguei

Meu amor, já cheguei!
Pra ganhar teu coração
Vem sem pressa, vem sem medo
Basta pegar minha mão

Meu amor, meu pecado
Ó meu anjo salvador
Se teu amor, selvagem fera for
Eu serei bom domador

Meu amor, meu futuro
Meu destino promissor
Tenha certeza, darei duro
E serei merecedor

Meu amor, minha carona
Pro paraíso aqui na terra
Se fosse eu, um Adão
Doaria todas as costelas

Eu te dei foi vários quilos
De poemas sem sabor
Parecia mais a bíblia
Com seus cantos de louvor

Não sabia o segredo
Das rimas mais bonitas
Era versar com paixão
Deixar a razão escondida

Eu não quero uma santa
Para deixar em um altar
Eu quero você bem humana
Para junto a gente pecar

Se fosse tu uma donzela
Não seria eu, um herói a te salvar
Era mais fácil ser vilão
E querer te seqüestrar

Meu amor, minha alegria
Meu chocolate com licor
Não fosse tu, minha estrela-guia
Como seria, eu, um trovador?

Já pensou, minha princesa
Na desgraça que seria?
Eu privado de meus versos
Que desgraça! Covardia...

Já sabes de minhas riquezas?
Honesto, trabalhador e festeiro
Saúde, paz e alegria
Sempre teremos à mesa

A minha jornada só começa
Com o teu animado: Bom dia!
Sem ele nem tenho nada
Vida triste... Porcaria!

É você, minha doçura
Que me faz dormir tranqüilo
-Boa noite, vai, meu anjo
Nem preciso de sonífero

Não fosse tu, meu amor
Nunca eu teria amado
Estaria por aí,
Cão vadio, solitário

Meu amor, minha amiga
Minha rede em fim de tarde
Eu prometo te amar agora
E não por toda a eternidade
=]

domingo, janeiro 03, 2010

Reencontro

No próximo, eu falo mais.
Por enquanto, pensar mais um pouco no que dizer.
Beijos e abraços

Quase não acreditei quando tocou o meu ombro. Estava com um grupo de amigos ali no Dragão do Mar, um ponto turístico da cidade. Uma roda de bons amigos conversando e bebendo que iriam ficar em segundo plano no momento em que me virasse para descobrir quem me chamava.

Não reconheci de imediato. Então ela colocou a franja de lado e pude entender quem estava de volta.

- Juliana?
- Eu mesma! Saudade grande eu estava de você!

Juliana, um anjo. Estudamos juntos por três anos. Era um anjo, um doce de pessoa. Passamos um tempo juntos. Não deu certo. “Anjos e demônios estão sempre em guerra”, ela costumava me dizer, embora eu ainda fosse um rapaz comportado comparando com hoje, mas isso não importa agora. Éramos, acima de tudo, bons amigos. Conversávamos durante a aula, intervalo, pelo telefone, por mensagens, pela internet, não assim direto, mas sempre de vez em quando durante ao dia. Mesmo sendo chamado por ela de gaiato, antes de dormir ela sempre dizia: Boa noite meu anjo, e me fazia ir mais leve para a cama.

Conversamos sobre a vida e a morte e a vida após ela, futilidades no geral. Histórias em geral, nossas e dos outros. Apesar do visual estranho para meus olhos, continuava bonita.
- Então tu não está namorando? Tem jeito mesmo não!
- Oura, eu vou namorar, tu vai ver. E tu, namorando?
- Sim, sim. Está vendo aquela rodinha ali? Meu amor está ali!
- Aquele ali, não é? De jeans colado, camiseta branca e jaqueta por cima? Ele é bem estiloso, parabéns pelo namoro.
- Não é não, é a pessoa do lado dele, de bota preta, calça jeans surrada e uma camiseta preta bem justa.
- Mas ali é...

O tempo parou. Ali ao lado do sujeito que eu acabara de descrever havia uma ruivinha, linda de matar e morrer, embora estivesse com um aspecto mal cuidado. A ficha demorou para cair e então voltei a raciocinar.

- Parabéns mais ainda! Ela é linda...
- Olha lá, hein, seu gaiato. Vai roubar minha namorada não!

E começou a rir aquela risada gostosa de sempre, parecendo mais nova toda vida que sorria assim. Naquele momento a maquiagem preta, os piercings e até a franja caindo no meio da cara pareceram desaparecer. Eu vi ela como costumava ver antigamente, não era por conta de ter mudado o visual que não era mais uma boa pessoa, independente das aventuras por quais passou durante esses anos.

Hora de ir embora. “Preciso voltar”, ela disse. Eu precisava voltar ao meu grupo também. Não marcamos de nos encontrar de novo. A vida que ia se encarregar disso, mais uma vez. E então, antes de ir embora ela me disse: Boa noite meu anjo, a gente se esbarra por aí.
=]