Traduzindo

terça-feira, março 30, 2010

terça-feira

Qual o maior desafio para quem pretende escrever todos os dias? A falta de assunto. Por exemplo, começar a escrever sem ter idéia do que ser vai falar, como estou fazendo agora, é bastante complicado. Há o risco de ser jogar várias palavras e elas não possuírem sentido algum, importância alguma. Apesar de achar que isso vai acontecer agora, vou arriscar, pelo desafio, por ter dito que faria.

Vamos por partes, sem pressa. Como se resume um dia? O que houve de importante nele? Quais sentimentos e pessoas passaram por mim hoje? Quais valem a pena falar? Eu poderia encher o texto de interrogações, mas isso de nada ajudaria.

Estudei, um pouco, como sempre, pela manhã. Nesse momento, eu percebo a necessidade de ser mais fiel à minha palavra, não posso sair dizendo por aí que vou fazer tal coisa e não fazer. Palavra tem de ser cumprida. Bem, não sou perfeito, longe de mim e peço desculpas aos perfeitos, mas meu objetivo é ir melhorando aos poucos, sempre descobrindo novas falhas, sempre tentando corrigi-las, afinal, qual seria a graça de não ter defeitos? A graça também está em tentar corrigi-los.

Fora a família, que acorda junto todo dia e nunca perde essa mania, tive contato com pessoas ótimas hoje. Amigos e amigas. Senti algo confuso, por um momento, tive a sensação de perder todos, senti como se fosse um último contato. Na minha cabeça, ficava direto pensando: “vão fazer falta, vou sentir falta...”. Não, não pretendo me separar deles tão cedo, mas deve ter sido mais uma de minhas viagens. Já imaginou, sonhar acordado, pesadelo acordado, perdendo algumas pessoas queridas? Tu já parou pra pensar no valor que tem tuas amizades, tuas reais amizades? Já sentiu a dor de perder um amigo querido? E outra, por besteira? Por conta de uma situação desagradável que acabou permanecendo por falta de conversa e confiança? Amizade não é coisa para se jogar ao vento... Voltemos para a realidade...

Problema real, dor nas costas. Uma dica, não durma no sofá, meu cochilo de hoje lá quase acabou comigo, burrice pura e gratuita. Para melhorar, futebol na tv. Não, o futebol não é apenas um bando de pessoas em campo atrás de uma bola, ali tem muito mais do que isso. Ali são sonhos, realizações, vidas transformadas e dinheiro, muito dinheiro em jogo (sem trocadilhos). Mas a vida não é só futebol (a minha é uma boa parte futebol, tem grande parcela, paixão sem tamanho, mas deixa para lá). É preciso ajudar em casa.

E isso me lembrou que pela manhã eu fui o encarregado de ir trocar o gás, e lá fui eu, dar o gás no serviço (com trocadilho, infame, eu sei). Sem querer, tomei um chá, de cadeira, Quase meia hora depois, lá aparece o sujeito para cobrar o butijão. Já estava começando a me estressar, eu, sujeito dos mais paciente que conheço. No entanto, a humildade do rapaz e a simpatia que tinha espantou pra longe meu péssimo humor.

Outro bom momento do dia, encontrar com miei amici. Quando namorava, há uns quatro, três anos, uma das promessas corriqueiras era fazer italiano. Ela não entendia a razão, eu também não. Hoje, ainda não sei, mas acho uma língua muito bonita. Anos prometendo e nada. Até fazer o concurso, entrar e encontrar pessoas maravilhosas com as quais já não me imagino sem contato. Se eu tivesse feito antes, quais pessoas teria conhecido. Cada decisão, um caminho diferente. Coisas da vida, quem entende? Ainda assim, prefiro um milhão de vezes os amigos de agora...

Ponto alto do dia? Visita pós-aula a uma amiga queridíssima. Tomando parte da cena, a mãe e o irmão, pessoas ótimas com as quais sinto-me bem à vontade, familiares já. Conversas sobre amores passados, amores presentes, relacionamentos, páscoa, escritores, sobre o ato de escrever, enfim, sobre a vida. E tem coisa mais bonita que a vida?
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segunda-feira, março 29, 2010

Segunda-feira

Escutando nada mais nada menos do que a 5ª Sinfonia do Beethoven (pesquisa pra um outro texto, pra criar um clima, agora, alternando com reggae, mpb, michael jackson e outras coisas). A proposta do blog para essa semana é a seguinte: um texto por dia, fugindo do modo tradicional. Nada de textos feitos anteriormente, ajeitando os erros de português, os versos enfeitados, vai ser tudo feito no calor do momento, contando o que aconteceu no dia. O motivo disso? Eu digo no final, na sexta-feira.

O que eu fiz de bom hoje? Muita coisa e pouca coisa ao mesmo tempo. Consegui estudar um pouco pela manhã e planejava estudar mais pela tarde, o que acabou não dando certo e espero conseguir fazer mais tarde. Caso passe nessa prova a minha vida estará feita e aí eu não sei o que será dela, só sei que não posso reclamar dela, me deu incontáveis alegrias e tristezas que eu nem lembro mais.

Comi chocolate e chocolate sempre faz bem, independente de você estar mal ou não. Sim, eu estou bem, obrigado por se preocupar. Conversei bastante tempo no telefone com uma pessoa super feliz, que me fazia rir e tossir ao mesmo tempo. Alegria natural, bonita. Pessoas assim todos querem por perto. Falei, depois, à noite, com quem eu queria falar de verdade, e, mesmo falando pouco, sempre me faz um bem danado, seja pela internet ou qualquer que seja o meio. Engraçado, saudade é palavra corriqueira...

Vi um filme norueguês ou suíço, não lembro (não, eu não sou cult, sem ofensas, o filme veio com 2012, que amigo meu emprestou para nós). Filme com bons elementos, falando de amor, honra e lealdade, valores e sentimentos que mexem bastante comigo desde a mais tenra idade. Como assim? Eu cresci observando isso tudo e admirando demais. Demonstrações de amor ou de honra/lealdade/amizade me deixar com os olhos cheios d’água e arrepiado. Graças aos valores passados por familiares e também pelos quadrinhos (Maurício de Sousa e Walt Disney e DC e Marvel). Sempre valorizei o trabalho em equipe e as vitórias coletivas, assim como o exemplo deixado por grandes homens e mulheres, como Joana D’Arc, Madre Teresa, Gandhi, Luther King e tantos outros que lutaram por fazer desse mundo um lugar melhor. Acho que por isso minha vocação pra mártir, sempre quero sofrer por todos. Alguém vai a pé? Deixa que eu vou. Alguém vai comer menos? Tudo bem, nem estava com fome mesmo. Um dia eu me lasco com isso ainda...

E sempre pensando nesse pessoal que fez muito eu me pergunto o que eu ando fazendo por um mundo melhor. O que eu faço? É o bastante? Conta em alguma coisa? Eu tento fazer a vida das pessoas ao meu lado mais feliz, melhor, das pessoas conhecidas e das não conhecidas. Tenho um sentimento que não sei dizer se é cristão, mas asseguro que é acima de tudo humano, visando um bem melhor para todos. A minha simpatia é o bastante para os desconhecidos? A minha atenção, a maneira de tratar bem, meu bom dia, meu sorriso, isso serve de alguma coisa para alguém mesmo?

Eu não sei quem vai poder me responder isso, mas independente disso, eu vou continuar a ser assim e tentar melhorar sempre, pois eu sou do jeito que sou naturalmente, sem forçar nada, fruto da criação e das influências ótimas que tive ao longa dessa curta vida. Acredito que to pro aqui ainda por ter algo especial pra fazer (não, eu não sou o Neo ou um novo messias). Eu acredito que eu posso ajudar muita gente. Eu não sei como ainda, mas eu vou dar um jeito de descobrir...
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domingo, março 28, 2010

Domingo, dia de praia...

Domingo, fase final de recuperação.
Amanhã é dia de estar cem por cento bom.
Voltar a viver (drama).
Vontade de vida.
Mais um texto feito na fase gripe-delírios-aumentados.
Espero que gostem.
Beijos e abraços!
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Domingo, dia de praia, e lá estava ele caminhando. Despreocupado com a vida, com o trabalho, com o amor, com o cachorro... Corria pra esquecer de tudo mesmo. E estava funcionando, não fosse por um desses encontros inesperados mas sempre prazerosos.

- Mandinha!
- Betão!
- Poxa, quanto tempo, hein? Como tu tá?
- Eu tô ótimo! Tudo indo bem comigo, e contigo?
- Tudo indo bem também. Caramba, quase um ano sem se ver não é?
- Acho que é isso mesmo, por aí. Trabalhando lá ainda? Noivou já? Formada já?
- Nada disso. Cabei o namoro, troquei de trabalho e tô pra me formar agora.
- Cabou o namoro, que chato. Eu achava o Júlio um cara legal...
- Eu também, mas chega uma hora em que não dá mais. E teu namoro, como tá?
- Cabou também. Foi bom, mas ela teve que viajar e achamos melhor terminar mesmo.
- Poxa, tu tava todo apaixonado que eu lembro.
- Tava mesmo, mas é assim mesmo, fica a lembrança dos momentos felizes. Novos amores aparecem, eu espero. Acho que já ando apaixonado de novo...
- E ela tá por ti?
- Não sei, essa é a pior parte. Não dá pra ter certeza e nem chegar perguntando...
- Mas quem é que não gosta de ti?
- Ah, valeu. Mas vai saber...
- Tu sabe que eu era louca por ti, né?
- E eu por ti, não é mesmo?
- E por qual razão não deu certo mesmo?
- Não sei, acho que não era pra dar certo mesmo ou então vacilamos, quem sabe? Foi bom naquele dia, bons tempos, bons dias aqueles...
- Bons tempos. Engraçado foi que quando eu terminei um tempo com Júlio, nós ficamos, mas depois voltamos e tu e ele continuaram se tratando muito bem.
- Olha, eu não queria clima estranho quando encontrasse com vocês, casal que eu sempre gostei muito. Por isso há tempos temos nossa amizade, desde o começo da faculdade, mesmo tendo ficado uma vez. Engraçado, pois tem gente que depois de terem tido alguma coisa, não sabem continuar amigos. Vai entender...
- Antes da gente ficar, a gente era amigo né?
- Isso mesmo, sempre foi bem tranqüila essa nossa amizade, apesar do desejo mútuo, sempre conversamos bem e tivemos muito respeito um pelo outro.
- E depois da gente ficar, nós continuamos amigos, né?
- Sim, porque não vi motivos pra terminar a amizade, apesar de diminuir um pouco o contato, seria natural, mas não diminuiria a amizade de forma alguma.
- Então, se a gente ficasse agora, mesmo não tendo nada depois, nós continuaríamos amigos?
- Eu acho que somos adultos e experientes o suficiente pra saber dividir as coisas...
- Então...
- Mas não vamos ficar hoje, né? Ando apaixonado. E beijar uma pessoa pensando em outra não é legal não...
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sábado, março 20, 2010

Não custa nada...

Fui acordado por uma voz suave a me chamar para ir à praia, mas resisti, não tinha a mínima condição. Passei a noite anterior finalizando um texto. Meu editor me espancaria se não o enviasse logo. Num misto de trabalho e prazer, de inspiração e transpiração, consegui terminar mais um capítulo do novo livro e pude ir dormir. Era mais ou menos quatro horas da manhã. A minha vontade era de passar o dia dormindo.

Depois de dormir um pouco, escuto algum barulho vindo da porta. Mal abro os olhos e vejo um quadro emoldurado pela porta, uma vista maravilhosa. Lá está ela, descalça, o vento brincando com seus cabelos castanho-escuro, uma vestidinho branco e, em seus braços, olhando pra mim, com os braços agitados e dando uns grunhidos de alegria, ele.

Nele, eu vi meu sorriso, os olhos dela. Ela o deixou em cima do meu peito. Engatinhando em mim, começou a colocar os dedinhos em meus olhos, meu nariz, minha boca. A cada espirro ou careta minha ele ria uma risada tão gostosa... Enquanto eu também podia ver um sorriso de satisfação lá da porta. E ele todo bonitão, de fralda limpinha, cheirinho de lavanda, bonézinho azul-claro e o pés descalços, tão branquinhos, assim como o resto do corpo.

Chamei: "Vem pra cá também". Deitou ao meu lado, olhando pra nós dois, homens de sua vida. Começou a me fazer carinho, depois, cócegas. E a cada risada minha, ele gritava e ria que parecia preencher a casa toda. Ali no quarto, com ele e ela, sentia estar no paraíso. O quarto, em sua maioria branco e com vários retratos nossos na parede, com amigos e família, do tempo que éramos dois, e, mais recentes, nós três, parecia um pedaço particular do céu.

Depois de muito agito, ele dormiu em cima de mim. E ela começava a me acariciar, com uma mão em meus cabelos e passando a outra em meu braço. Pensei baixinho: "Espero que não puxe meu cabelo, ou alguns dos poucos pêlos do meu braço. Não tenho a menor intenção de acordar agora..."
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sexta-feira, março 19, 2010

Gripe, burrice e desejo

Não, não foi tudo ao mesmo tempo. Aos pouquinhos eles foram dando o ar da graça. A gripe estava comigo há duas semanas já. E eu, saindo no sol quente, indo pro ar-condicionado, tomando sorvete, jogando bola... A burrice já tá inclusa aí (apesar dessas coisas todas terem valido a pena). Como eu forcei demais a minha resistência imunológica, quando foi segunda-feira agora ela chegou no meu ouvido e disse: “Tudo bem, me dou por vencida. Quer ficar doente mesmo, né? Então fica e fique sabendo que só volto daqui a alguns dias”. Foi embora ela, mas eu estou conversando com ela pra ela voltar logo pra mim.

Foi um dia de várias doses de chá, terríveis por sinal. Como pode um negócio tão ruim fazer um bem danado pra gente? Mais uma pra série “coisas que eu não entendo”. Minha mãe (salve, mãe!) já me deu várias broncas, pelo fato de eu não descansar, não parar em casa e, por conta disso, agora estar doente. “Não pára em casa, quer ficar bom como? Nem pense em sair esse fim de semana. Fique descansando!”. Manda quem pode e obedece quem tem juízo, né? Onde foi que deixei meu juízo mesmo...

O que mais me ajuda na recuperação nem são os chás e remédios, mas o carinho da minha mãe. E eu, manhoso por natureza, fico ainda mais estando doente. Vai tudo muito bem até a mãe dizer “pára de ser manhoso menino, levanta daí e deixa de moleza”. Carinho de mãe...

Sim, o desejo não é de hoje também, vem de outros dias já, de semanas atrás. Sendo que apenas hoje durante uma beleza de febre imaginei como extravasar tal idéia através de palavras. Caso não faça muito sentido, peço desculpas por mais um dos meus delírios escritos. Tem vezes que a gente não acerta a mão mesmo, mas vale pelo registro do desejo, puro.

Pois é isso, do alto da gripe, da febre, no auge do sentimento, dos delírios, eu comecei a escrever esses singelos versos. Espero que gostem.
Beijos e abraços.
=]

Desejo

Vai chegar o dia
Em que meus braços formarão o teu cinto
Meus dedos, enlaçados com teus cabelos
Formarão um só. Indivisível
Meu nariz passeará por teu corpo
Em busca de todos os teus aromas
Meus dedos, quando soltos
Percorrerão cada palmo
Da tua pele macia
Meus olhos, antes de fecharem
Verão somente os teus olhos
E sorrirão felizes
Quando fecharem
Saberão que meus lábios
Estarão mesclados com os teus
Meus lábios
Serão teus lábios
E te beijar
Será como beijar
a minha
Vida

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segunda-feira, março 15, 2010

Romances da vida...

Todo mundo deseja vivenciar um romance, daquele de livros e filmes, com exceção, é claro, das exceções. O problema é que tais pessoas acabam por não acreditar que podem vivenciá-lo e terminam criando barreiras. Não acreditam e o impedem de acontecer. Não adianta apenas sonhar, tem de dar oportunidade para acontecer.

Quem não sonhou com aquele romance na praia? Andando de mãos dadas, conversando sobre as gorduras contidas no filé de gato e as proteínas do Serenata de Amor, além, é claro da política econômica do Quirguistão e do número de vezes que se pisca durante a vida? Bem, tais conversas estão ali apenas pra preparar pro beijo, a ser invejado pelos passantes e testemunhado pelo belo fim de tarde. O beijo estava marcado pra acontecer desde o momento em que ela tropeça em um côco e ele ri dizendo “cuidado com o meu côco”, iniciando aquela conversa e história parar contar para amigos e amigas.

Até os brutos e brutas desejam romances. Amigo meu da academia sonha em ter uma companheira para conversar sobre as “bombas” que injeta, suplementos e afins, além da disputa saudável sobre
quem levanta mais peso. Amiga outra, baladeira, apesar de dizer aos demais “Deus me livre namorar!”, confidenciou-me dia desses estar louca para acham um carinha na balada que seja bem carinhoso, bom de “pegada” (como ela mesmo diz) namorar, casar logo e se aquietar em casa. Todos querem companhia, romanceada, ou não.

Quanto tempo dura um romance? Isso, de verdade, eu não sei. Pode durar uma troca de olhares na fila do banco, um beijo numa festa estranha e com gente esquisita, um aperto de mão inicial e o abraço de despedida com aquele beijo quase na boca (Uh! Na trave!). Além é claro de outras boas opções, como uns meses de conversas ao telefone, por cartas, ou, como preferem os modernos, no MSN (um tipo de bate-papo da época).

A morena que sentou ao meu lado, linda, discreta, de jeans e camisa branca básica, sem maquiagem. Este é um bom exemplo-secreto, veja a descrição. Livro no colo, castanhos cachos soltos ao vento na altura do pescoço, tocador de mp3 na mão... Ou seja, deu bons sinais de que estaria disposta a conversar, sinais tais casando com o sorriso e a pergunta: “posso sentar ao teu lado?”. Mas é claro! Hoje em dia quem faz tal pergunta? Pessoal anda mal-educado...

Pois sim, poderíamos ter tido um romance? Sim, seria uma história legal, curta ou intensa, enfim, legal. Sendo que quando chegasse em casa e contasse pra minha esposa tal história, isso não ia ser mais tão legal e eu acabaria, com sorte, dormindo no sofá, caso ela não decidisse jogar minhas coisas pela janela, praguejando a noite inteira contra “os homens safados e essas caçadoras de romance e de homem alheio”...
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quarta-feira, março 10, 2010

Surpresas da vida

E a vida é engraçada
Quando você menos espera
Ela dá um jeito e muda tudo

E lá estava eu
Esperando o trem para
A rotina
E sem querer, peguei o errado
E fui direto pra
Felicidade

E com tantos mares navegados
Eu, jovem, velho marujo
Inocentemente experiente
Por ter passado por tantos portos
Finalmente encontrei um
Pra chamar de meu,
Seguro

Eu não te esperava
E te encontrei
Sem nem mesmo procurar
E assim está acontecendo
Se foi sorte ou destino
Eu só posso agradecer

Ainda mais sendo tu
Diferente de nós
- Meros mortais -
Todos nomeados
Tu não, é diferente
Não tem um nome
Mas sim um adjetivo
Que te define como
Pessoa
E que te revela
Como mulher...
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terça-feira, março 09, 2010

Bilhete ao coração

Coração,

Saudações e saudades

Veja só você, parece que foi ontem, mas já estamos em março, março!
Quanto é mesmo hoje? Dia 07, já?
As águas de março fecham o verão? Tomara, anda fazendo calor demais (agora o único calor que eu quero é o do teu corpo).

Hoje eu preciso ser rápido, embora não queira dizer que serei objetivo e direto.
Março será um mês cheio de fortes emoções, vai ser divertido, tenho certeza disso.

Depois iremos lembrar: “aquele março de 2010, que beleza hein? O que foi aquilo mesmo?” e seremos somente sorrisos.

Dois meses passaram já? Foi rápido não é mesmo? Posso dizer, no entanto, da alegria desses dias, desses meses.

Eu estou falando de um modo um tanto quanto confuso por estar buscando uma melhor maneira de escrever pra ti de modo agradável e rápido, pois, como já disse, o tempo é curto.

Eu não quero uma carta feito um relatório de cientista ou burocrata, porque para o trabalho deles, eles são obrigados a serem totalmente racionais.

E eu tanto não quero, quanto não consigo isso, eu sou todo emoção, felizmente e infelizmente.

Eu tenho diversas coisas pra te contar ainda, mas isso vai ser olhando nos teus olhos, e, “dentro da tua orelha fria, dizer segredos de liquidificador” (valeu, Cazuza).

Espero e desejo um ano ótimo para nós, cada qual com suas conquistas, duplamente comemoradas. E caso haja tristeza, será compartilhada, mas eu prefiro ficar só nas alegrias agora. Dividiremos, venceremos e perderemos, mas juntos viveremos...

Era pra ser uma carta, mas acabou ficando meio que um bilhete de tão curto, né?
Melhoras pra ti.
Beijos

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sábado, março 06, 2010

Sonhos...

"À noite, entre miados de gatos no cio, apitos do vigilante da rua e o volume alto da TV do vizinho, eu pude ouvir tua voz. Agradeço a Graham Bell por poder ouvir tua sonolenta voz antes de dormir. Assim, pude ir conversar com Morpheus, pude, enfim, dormir tranquilo".

Acho que para combinar comigo, meus sonhos não são nada normais. Esses dias, tive dois sonhos bem estranhos, bem viagens mesmo, tais quais os meus textos e pensamentos.

Hoje não vai ter texto, culpa da preguiça, sempre danada, e da inspiração, quer dizer, da falta dela. No entanto, eu acho necessário contar os sonhos para saber se algum entendido em sonhos pode me ajudar, explicando alguma coisa.

O primeiro, o mais assustador, foi rápido e intenso. Acordei confuso, quase acreditando no sonho. Nele, existia uma mulher com quem eu tive alguma coisa, amiga de uma “amiga”, o que tornava a história mais confusa. No sonho era tudo maravilha até o encontro das duas. Aí acordei tão confuso, querendo saber se tal pessoa realmente existia, embora não lembrasse seu rosto. Fiquei atordoado, totalmente.

No segundo, meu avô estava meio “congelado” no tempo. Quando ele despertou, eu tive a honra de apresentá-lo para várias coisas novas. Engraçado, fui falar do computador, apresentar as pessoas da família, e até o cachorro, um pinche (hoje com muitos e muitos anos) filhotinho.

Achei engraçado o modo como o subconsciente guarda bem nossas memórias. Querendo eu não conseguiria lembrar, mas no sonho tava tudo muito claro. E eu, que já ando a sonhar acordado com cenas do passado e criando várias e várias expectativas sobre o futuro, imaginando cenas e mais cenas, agora sou atormentado pelo tempo até em meus sonhos. Sobre os dois sonhos, fiquei feliz de poder passear com meu avô, como quando era criança e fazia bastante, ia com ele para todo canto. E sobre o outro, fiquei feliz de ter sido um sonho, pois meu coração não agüentaria duas mulheres e tanto sentimento...
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Da “pequenez” das coisas...

Idéia surgida agora pela manhã.
O plano era colocar outra coisa.
Mais tarde eu volto.
Abraços!
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Da “pequenez” das coisas...

Estava lendo o jornal calmamente, aproveitando o calor e vento seco desses dias tão complicados, em termos de temperatura. Quando minha mãe chega com uma proposta inusitada, um pedido simples: “Ei, já que tu não ta fazendo nada aí, tu não quer ajudar na varanda ali não?”. E fui ajudar. Explico: depois da pintura do teto e das paredes é comum ficar respingos de tinta pelo chão. Como eles não saem tão facilmente, lá fui eu com uma faca e um pedaço de esponja de aço martirizar minhas costas e ajudar um pouco.

Enquanto fazia o trabalho, ia pensando na vida. Não liguei o som para ficar a sós com meus pensamentos. Trabalhos manuais permitem-me grande concentração e grande capacidade de desligar-me uns segundos, alternadamente. Em certo momento, encarando aqueles pingos brancos e cinzas no chão, me pus a pensar na pequenez de algumas coisas. O que é pequeno em tamanho pode não ser o mesmo em sentimento.

Como assim? Bom, no meu monólogo eu tinha ótimos exemplos, mas agora eles fugiram um pouco. Um espinho no pé, pequeno, causa uma dor considerável. Exemplo infame, não é mesmo? Eu acho outro, um instante.

Dia desses tive em meus braços a filha de um grande amigo meu, tão pequena, tão frágil, tão bonita, tão com carinha de joelho... E tão importante! E mudou tanto a vida do casal querido. As nossas, pois além de ter simplesmente nascido, foi mesmo no dia do meu aniversário.

E as mulheres? Como costuma dizer um amigo meu: “as baixinhas são as menores (melhores)”. Minha mãe é baixinha, gente boa e invocada. Li certo dia: “os melhores perfumes estão nos menores frascos, assim como os piores venenos”. Minha experiência com tais mulheres me permite dizer: sim, é verdade.

Eu costumo reparar nos detalhes, por vezes até a parte mais importante me passa despercebida. A minha ótima memória sempre me ajuda, excetuando-se raras vezes. Viu meu cabelo novo? Não, mas gostei do brinco novo, do brilho na tua sandália, nesse fio loiro novo não visto antes.

Falando de coisas pequenas, e os atos singelos, quem descarta seu valor? Um rosa de presente, um olhar mais carinhoso, um aperto na mão, uma mordida nos lábios... A pequenez aqui não é no sentido depreciativo. Preciso parar. Agora. Estou lembrando de tuas lágrimas, tão pequenas, simples, mas com a capacidade de me fazer desmoronar por inteiro...

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