Traduzindo

sábado, março 06, 2010

Da “pequenez” das coisas...

Idéia surgida agora pela manhã.
O plano era colocar outra coisa.
Mais tarde eu volto.
Abraços!
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Da “pequenez” das coisas...

Estava lendo o jornal calmamente, aproveitando o calor e vento seco desses dias tão complicados, em termos de temperatura. Quando minha mãe chega com uma proposta inusitada, um pedido simples: “Ei, já que tu não ta fazendo nada aí, tu não quer ajudar na varanda ali não?”. E fui ajudar. Explico: depois da pintura do teto e das paredes é comum ficar respingos de tinta pelo chão. Como eles não saem tão facilmente, lá fui eu com uma faca e um pedaço de esponja de aço martirizar minhas costas e ajudar um pouco.

Enquanto fazia o trabalho, ia pensando na vida. Não liguei o som para ficar a sós com meus pensamentos. Trabalhos manuais permitem-me grande concentração e grande capacidade de desligar-me uns segundos, alternadamente. Em certo momento, encarando aqueles pingos brancos e cinzas no chão, me pus a pensar na pequenez de algumas coisas. O que é pequeno em tamanho pode não ser o mesmo em sentimento.

Como assim? Bom, no meu monólogo eu tinha ótimos exemplos, mas agora eles fugiram um pouco. Um espinho no pé, pequeno, causa uma dor considerável. Exemplo infame, não é mesmo? Eu acho outro, um instante.

Dia desses tive em meus braços a filha de um grande amigo meu, tão pequena, tão frágil, tão bonita, tão com carinha de joelho... E tão importante! E mudou tanto a vida do casal querido. As nossas, pois além de ter simplesmente nascido, foi mesmo no dia do meu aniversário.

E as mulheres? Como costuma dizer um amigo meu: “as baixinhas são as menores (melhores)”. Minha mãe é baixinha, gente boa e invocada. Li certo dia: “os melhores perfumes estão nos menores frascos, assim como os piores venenos”. Minha experiência com tais mulheres me permite dizer: sim, é verdade.

Eu costumo reparar nos detalhes, por vezes até a parte mais importante me passa despercebida. A minha ótima memória sempre me ajuda, excetuando-se raras vezes. Viu meu cabelo novo? Não, mas gostei do brinco novo, do brilho na tua sandália, nesse fio loiro novo não visto antes.

Falando de coisas pequenas, e os atos singelos, quem descarta seu valor? Um rosa de presente, um olhar mais carinhoso, um aperto na mão, uma mordida nos lábios... A pequenez aqui não é no sentido depreciativo. Preciso parar. Agora. Estou lembrando de tuas lágrimas, tão pequenas, simples, mas com a capacidade de me fazer desmoronar por inteiro...

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