Traduzindo

quarta-feira, junho 12, 2013

Versos bonitos

Os meus mais bonitos versos
Nunca eu esquecerei

Ainda vai aparecer um ou outro
Quem nem mesmo sei quem são
Daquele tipo bem rancoroso
Dizendo “pura falta de imaginação”

Outros poucos, quem sabe
Um dia ainda dirão
“Eita poema mais bonito
Bem podia ser uma canção”

Meu amor, sua linda
Eis meus versos, vem cá ver:
“Essa vida só é bonita
porque estou com você”

Os meus versos mais bonitos
Nunca eu vou esquecer
Ainda que sejam bonitos
Não se comparam a você

Nos meus versos mais bonitos
Faltou contar uma parte:
Tu és joia preciosa
Um diamante de verdade

Com esse humilde poema
Espero fazer bonito
Que faça jus à tua beleza
E ao brilho do teu sorriso

Pra encerrar a conversa
Preciso dizer-te a verdade:
A oferecer só tenho meus versos
E amor pra eternidade

=]

domingo, junho 09, 2013

O charme do Cafas

Arturzinho estava feliz. Muito. Depois de algumas semanas de muita conversa via Skype, conseguiu convencer Adriana a ir ao cinema com ele. Ela era baixinha, branquinha e de cabelo castanho claro. Tinham se conhecido no aniversário de uma amiga em comum. Conversaram rapidamente, sem muita empolgação por parte dela. No dia seguinte, ele a adicionou no Facebook e as conversas foram evoluindo, até chegar o cinema. Tudo isso em menos de duas semanas.

Foram ver um dos filmes mais recentes do 007, com aquele ator loiro, baixinho e forte. Quando no meio de uma cena do agente secreto com uma bonita modelo, Arturzinho puxou conversa para se aproximar ainda mais e tentar um beijo.

- Esse novo 007 é feio, né?

Adriana nem olhou para ele. Ia comendo a pipoca despreocupada. Até começar a falar:

- Sabe que eu nem acho? Assim, o outro era muito mais bonitão, mas, sei lá, não acho esse aí tão feio não. Ele tem um charme, é diferente.
- Charme? Sério? Não consigo ver de forma alguma. E olha que eu não tenho problema em dizer se um homem é bonito ou não. Se eu achar, digo mesmo.

- Mas ele não é bonito. É charmoso, uma coisa muito subjetiva mesmo, talvez mais que a beleza. E com charme, olha, não dá pra competir.
- Tenho um amigo que sempre fala mais ou menos isso: “não preciso de beleza pra conquistar ninguém”. Aquele cafajeste.

- Ah, mas cafajeste com charme é um perigo. Tem muita mulher que gosta. Eu já tive um em minha vida, mas não é bom ficar contando essas coisas, né? Ainda mais no meio do filme.
- Não, sem problemas, pode falar. Essa parte do filme tá meio chata mesmo.

- Não vou contar o nome dele, tá? Eu o conheci num aniversário também. Aniversário da Renatinha, tua amiga também.
- Renatinha, gente boa.

- Pois é, por isso até demorei a aceitar o teu convite pra hoje, pois andei pensando que dá azar conhecer homem em aniversário das amigas! Olha que cabeça a minha. Sim, depois do parabéns, coincidentemente, eu esbarrei nele, na figura. Ele pediu desculpas, perguntou se tava tudo bem, se eu queria alguma coisa, muito solícito. Disse que era desastrado mesmo e tava até pensando em ir embora, de tanta vergonha que tinha ficado!

Falei do exagero dele e começamos a conversar. Ele não era bonito, nem feio, normal até. Nem gordo, meio magro. Nem dei muita moral no começo. O negócio é que ele era bom de conversa. Perguntou várias coisas, escutou minhas longas respostas e me olhava tão concentrado, focado em mim mesmo... Começou a contar um pouco dele, com uma paixão tão grande e um brilho nos olhos incrível! De vez em quando ele falava alguma besteira, eu ria, e ele soltava um sorriso muito bonito, de apaixonar.

Enquanto íamos conversando, empolgados, depois de quase uma hora de conversa, não sei como, mas estávamos cada vez mais próximos. Pois se no começo ele tocava meu braço, passou para a mão, pegou na cintura e já estava pegando em meus cabelos de vez em quando.

Aí, ele disse assim, como quem não quer nada: “Música alta, né? Vamos mais pra lá?”, e fomos. E não adianta ir pensando: “ah, como ela é inocente, parece uma serpente sendo hipnotizada”. Não. Nada disso. Na verdade, eu tava querendo que ele chamasse mesmo, já tava doida pra dar um beijo nele.

No lugar mais afastado foi que eu reparei como ele era charmoso. E o mais engraçado, ele não soltou nenhuma indireta ou direta pra mim. Nada, nenhuma mesmo. Tanto que eu tava com dúvidas se ele ia querer alguma coisa mesmo, se tinha namorada, se era gay ou só queria conversar mesmo.

Daí, “do nada”, no meio de alguma frase que não lembro agora, começamos a nos beijar. Foi uma noite muito bacana, muito boa mesmo. Depois, ficamos amigos e ficávamos até um tempo desses, quando achei melhor parar. Mesmo ele não prometendo nada, rola um sentimento e a amizade vai pro espaço! E... nossa! Eu a-do-ro essa trilha, essa musiquinha do 007, fico toda arrepiada.

- Olha, essa tua descrição parece tanto com um amigo meu... Tenho até medo de perguntar o nome dele...

- O nome dele? Não queria dizer não, porque é teu amigo, vi no teu face. Quer mesmo saber?
- Só pode ser o sem vergonha do Cafas...

- Cafas? Não, não conheço. É o Pedrinho. Não vale nada, mas é gente boa!

E Arturzinho passou o resto do filme calado...

=]