Traduzindo

quarta-feira, dezembro 26, 2007

Eu e o tempo

Ah tempo, tempo louco, tempo doido,
se eu te tivesse mais um pouco
não viveria nesse sufoco

Se eu pudesse te controlar
Faria era passar mais rápido
só para estar com ela

Ah, tempo louco
Vai mais devagar
quando eu estiver com ela

Ah tempo pouco...
Parece sempre menor
Na hora de resolver minhas coisas

Ah tempo doido
Façamos um acordo:
Dê-me mais um pouco

Sem tempo
Isso não permita
Não é o ideal

Ah tempo...
Há tempos temos isso
Nossa relação desigual

Me lembra a gota do orvalho
Vista sem muito tempo
Mas na memória se mantém

Mas quem não é teu escravo?
Eu já dei carta de alforria
ao meu relógio, teu servo também.

Não adiantou muito,
mas já me sinto bem melhor
mais livre/leve

=]

terça-feira, dezembro 18, 2007

Pescador

Pescador

Eu queria era uma rede...
Pra me balançar
Pra te pescar
Pra te pegar...

Te ver dormir
Te ver sonhar
E ver sorrir
E ao acordar

Pedir meus beijos
Querer meu dengo
Esquecer tudo
Ser só desejo...

E te soltar
Te ver sair
Olhar pra mim
Depois voltar

Não é prisão
Nem dependência
é atração
Minha consciência.

Vou te buscar
Onde estiver
Vou ter pegar
Sê minha mulher

E ser quiser
Podes ir
Não vou chorar
Nem vou sorrir

E ao lembrar
Do teu olhar
Não vou tentar
Por ti chorar

Agora o que será
Não vai partir
Do coração
Não vai sair

E pra acabar
Não vou mentir
Estamos juntos
Não vais partir
É o que tu/eu quis
Final feliz
=]

sábado, dezembro 01, 2007

Profissão injusta?

Segundo o livro mais vendido no mundo, Deus fez a Terra em 6 dias e depois parou para descansar e contemplar a obra. Ele é considerado, ou chamado, de arquiteto. Descendo um pouco do céu, sabe-se que uma obra (não as de arte ou pseudo-arte) não é feita somente pelo arquiteto. Se Deus é o arquiteto, quem é o pedreiro? Ele mesmo? Pode ser.

O pedreiro é um personagem tão comum quanto as árvores e as casa em nossa cidade. Está por tarde parte, levantando, casas, comércios, edifícios, palácios. Trabalhando com mármore, marfin, ouro, prata, madeira de lei... Constrói um teto, um lugar para morar, dormir, trabalhar... Tudo para os outros.

Todo dia, o dia todo a mesma história. E na hora de voltar para casa, o choque. Depois de fazer grandes e belas construções, volta para a simples casa. Nada de mais. Madeira ali, cimento aqui, um pouco de gesso e muito, muito trabalho e carinho colocados nas contrução da própria casa.

Trabalhador braçal, mais do que niguém faz a cidade crescer, faz a cidade mudar. Tão importante quanto pintores, mestres-de-obra, garis, eletricistas e outros mais, mas essa crônica é pra ele, o pedreiro. Em casa de rico e em casa de pobre, ele não tem besteira. Ele vai e faz o que tem que ser feito. Tem muito malandro também, mas qual profissão não tem?

Tem também daqueles dos bons, cantados em samba (tem mesmo?). bom pai, bom marido, querido na comunidade, um bamba. O homem tem suas contas, não nega, tem honra, tudo que pede, paga. Pobreza pra ele, nem de espírito. Tudo tem quem tem saúde e paz, o resto ele corre atrás.

E segue a vida, ou é seguido por ela. Construindo, casas, vilas, prédios. Agora ele quer "construir" uma família, melhorar a casa. Ele sabe que vai conseguir, sabe que pra começar, é preciso antes de tudo acreditar. E vai seguindo "construindo" e executando seus sonhos.

=]

terça-feira, novembro 27, 2007

Mulheres Inteligentes

Muito já ouvir falar: as mulheres inteligentes são as melhores. Não discordo. Cada um tem suas preferências. Ainda existem os que não gostam. Tudo bem, sem problemas. Contudo, não consigo imaginar uma melhor sendo melhor que outra. Cada uma tem seu diferencial, sua beleza única, suas particularidades, tornando-a especial. Única. Ainda tem o cheiro, a voz, o modo de mexer no cabelo, o olhar... Melhor ou pior? Deixa isso pra lá.

Vários homens declaram tal afirmativa aos quatro ventos. Já fizeram poemas às mulheres bonitas. Música para as gordinhas, magrinhas, ruivas e loiras. Enfim, para homenagear a todas. Só conheço uma que fala sobre a “loura burra”. Apenas ela. Pergunto agora qual o problema das mulheres “não inteligentes”? Quem pode afirmar quem é ou não é? Quais os critérios? Conhecimentos acadêmicos? Essa história está muito mal contada... E aquilo aprendido na “escola da vida” não vale? Não conta como conhecimento? Não pode permitir uma boa conversa? Tudo bem, isso não é suficiente, mas não gosto do radicalismo.

Seguinte, e daí se ela acha que a Faixa de Gaza é pra fazer curativo? E se ela pensa na Bastilha como algo para melhorara o hálito? Qual o problema? E se ela pensa no Tiradentes como o primeiro dentista do Brasil? E que as Pirâmides são feitas de Lego e as nuvens de algodão? Qual o problema? Eu ainda acredito que as nuvens são de algodão.

E o fato dela no meio da noite virar pra você e dizer: “Não amor, sexo oral é coisa daqueles tarados que querem de hora em hora...”. E daí se ela acha a baleia o peixe “mais bonitinho” e o golfinho o “peixinho mais inteligente”? E de dizer outro dia:

- Sabe amor, existem muitas pessoas inteligentes no mundo né?
- É verdade.
- E quando um autor cita outro então é porque ele também é bom né?
- Ele pode elogiar ou criticar, mas se é citado, deve ter algum destaque...
- Então esse tal de Ibidem deve ser o melhor de todos...

Isso pode até tirar o sono por algum tempo, mas você vai querer entender que ela falou assim por causa do bom humor. Ela vai começar a se esforçar para entender tudo que é dito por você. Vai estudar o máximo possível. E mesmo assim, se não conseguir essa proclamada “inteligência”, você não deixá-la sentir-se frustrada.
Porque quando você está voando alto demais, ela vem e te “aterrissa” com um abraço ou se agarra à ti para compartilhar um vôo. E quando você não acredita em mais nada ela vem e diz: “Calma, vai dar tudo certo”. E você se esforça para acreditar. E quando você parece perdido, basta ela pousar o olhar em você, para nada mais fazer sentido, para o mundo parar e você entender que nada disso importa quando se está com ela. Inteligente ou não.

sexta-feira, novembro 16, 2007

Desencontros

Pra você eu quero
Dedicar os versos mais belos
Dar os beijos mais tenros
Os abraços mais apertados
O sorriso mais sincero
O conselho mais esperto
O presente mais singelo...

Ela é um misto de serenidade e alegria,
Pessoa simples, sem besteira,
Algo raro que não se vê todo dia

É fácil chamá-la de Princesa.
Dedicar versos mais belos,
Exaltar sua beleza.

Ouvir ela cantar
Desejar só a leveza
Não querer vê-la chorar.

Só querer um...

Com a voz mais doce
Posso te falar meus versos mais amargos
Com um sorriso no rosto
Posso te dizer meus dias mais trágicos
Com a cara mais limpa
Posso te contar as mentiras mais deslavadas
E com um peso no coração e na alma
Posso te pedir para ir embora.

Eu começo? Você começa?

E já estamos de volta
Buscando sempre o prazer
Deixando de lado a dor

Agora chega de sofrer
Você veio na forma mais linda
Eu vim como seu protetor

Então, vamos apenas viver
Eu sou espinho
Você é flor

A vida temos que dar valor
Você, a motorista
Eu, o trocador

E agora é hora de contemplar
E sou a Praia
Você é o Mar

Subiremos nos degraus da vida
Você o Andaime
Eu o Andar

E cantaremos nossas vitórias
Eu a música
Cê o sabiá

E teremos luxo demais
Você o Champagne
Eu Caviar

Faremos um carnaval
Eu, Dodô
Você, Osmar
Eu o Prazer
Você o Dançar

Criaremos com louvor
Você a Tela
Eu o Pintor

Travaremos nossa luta
Você a Resistência
Eu o Invasor

Ah, meu Pai, que disparate
Eu o Chumbo
Você o Bacamarte

Nossa diferença não será um desastre
Você a Guerra
Eu a Arte

A nossa força não decai
Você, a Olívia
Eu, o Popeye

Nosso passo levanta poeira
Eu a Ginga
Você a Capoeira

Seremos perfeitos como os Profetas
Eu a Metade
Você Completa

Não precisamos ir embora
Eu o relógio
Você a hora

Ficamos acertados assim.
Você é o Começo
Eu sou o Fim...

Acorda

Não
nem pense
não vou dizer nada

Se não consegue ler os meus olhos
de que adianta escutar minhas palavras?

O jogo agora mudou
Não existe caça nem caçador

A casa caiu e o circo foi embora
O picadeiro ruiu e o palhaço agora chora

Chora mesmo?
Ele é um artista

Você cresceu mas não aprendeu
Devia ter escutado os conselhos

Conselhos. Sim, isso mesmo.
Aquelas coisa que escutamos hj e dizemos depois

Quem quer saber disso tudo?
Chega de pranto. Morte ao infortúnio.

Tomemos a bastilha do teu coração
Onde insiste em aprisionar bons sentimentos

Derrubemos os muros que construiu
Aterremos aquele fosso

Me admira saber
que você não quer fazer esforço

Acorda pra vida
Não dorme no ponto.

Afasta as interrogações
Afasta as certezas

Pra quê certo ou errado?
Eu prefiro doce e salgado.

Deixa de maniqueismo
Nem bom nem mal

Esquece isso
Açucar ou sal?

Já pensou no futuro?
Ou prefere chorar e se escorar no muro?

Vai moça
Vai rapaz

Joga tudo isso pro alto
Foge da tua Alcatraz

Deixa de onda
Relaxa

terça-feira, novembro 06, 2007

Pra onde vai?

O começo foi tranquilo, legal.
Nada havia de mal.
No entanto surge um dilema:
Há felicidade sem problema?

É preciso acabar com tudo
Destruir, modificar
Construir pontes
E derrubar muros

Mesmo os contos.
Mesmo as poesisas.
Mesmo as loucuras.
Tudo precisa terminar

Toda festa tem que acabar
E veio então nosso fim
Cada um pra seu lugar
E a história terminou assim:

Vou ser só mais um garoto
Você só mais uma menina
Agora sem pierrôt,
E eu sem colombina...

Meu anjo, meu futuro e meu presente

Quando eu nasci
Um anjo engraçado
Veio dizer para mim
“na vida tenha cuidado,
não seja um doidim”

Depois de grande, crescido
Eu comecei a pensar
Continuava na mesma, perdido
Aonde ele quis chegar?

Desculpa não ser perfeito
Não posso me obcecar
Tampouco esconder os defeitos
Nem quero te enganar.

Um dia

Um dia

Um dia tentaram me enganar
Disseram “te amo”
E eu acreditei.

Um outro dia, tentaram me alertar
Disseram “cuidado”
E eu nem liguei...

Um novo dia, tentaram me acalmar
Disseram “tudo tem volta”
E eu me acalmei...

Um certo dia quiseram me acordar
Disseram “é melhor assim”
E eu duvidei.

Um dia quiseram me explicar
Disseram “a vida é assim mesmo”
E eu me revoltei!

Um dia, que dia, eu pude entender
“É o fim”, nem precisa dizer
E desde então pensar nisso não mais tentei...

E os dias passaram
Novos amores vieram
Na vida nem tudo é certeza
É mais questão de paciência...

Perdas e Ganhos

Ainda que eu não queira
Mesmo que você chame
Peço que vá embora
Não mais cê me engane/encante

O tchau é necessário
O tempo é precioso
Preciso de sossego
Sei que nada é perfeito

Nem tudo ilusão
Uma volta é possível
Não sem reflexão

Quando um não quer
E dois não fazem
Os corações tranqüilos,
Afastam e não se partem

O os olhos já nem brilham
Encontro mais não há
Ainda resta algo vivo
Só não sei o que será

Restaram bons momentos
E também decepções
É tudo questão de escolha
Somos reflexos de nossas decisões

Mas veja só não ando triste
Porque sei que acabou
Meu bom humor resiste
Agora tudo passou

Eu te vejo qualquer dia
Não mais com o mesmo amor
Em mim ainda resta alegria
Quem sabe te dou uma flor...

segunda-feira, outubro 08, 2007

Estou de volta

Olha, voltei,
Era preciso.
Sentia falta.
Desculpa, não agüentei.

E a saudade era grande demais.
O negócio era saber o que faltava...
E percebi, não era algo que corria atrás.
É algo tão simples que nem imaginava.

E muitos podem nem acreditar.
Nem discordo, foi difícil perceber.
Nem sei se é algo normal de ocorrer.
Mas essa saudade era necessária matar.

Sentia falta de mim.

Engraçado não é? Mas é verdade.
Não podia relaxar com essa carência.
E nem venha dizer: isso é coisa da idade...
Sai pra lá razão ou exata ciência.

O mar, o futebol, os amigos.
O computador, um texto, a internet, os delírios.
Uma comida, uma bebida, uma saída.
Nada extraordinário, com muito sentido.

Sentia a falta de escrever e dividir.
De conversar, de pouco falar e muito ouvir.
De muito falar, de se preocupar.
Dos trabalhos, das agonias, de cochilar...

De andar ligeiro, sem olhar pro lado.
De ir bem lento, ficar lesado.
De parar e conversar.
De dizer: vai cara, aparece por lá.

E então o reencontro aconteceu.
Não teve festa, não teve fogos.
Apenas uma sensação de alívio.
De construção sobre destroços.

E a vida continua então.
Contraditória como sempre foi.
Com algumas mudanças.
Mas certas coisas não hão de mudar.

E dessa vez desatou o laço.
De volta a minha pequena loucura.
O caminhar incerto dos passos.
Sem graça é a vida sem procura. (mesmo sem saber do quê)

E olha a gente aqui outra vez.
Com graça, sem grilo.
Com certeza, talvez
De novo, no mesmo estilo.

E só pra finalizar
Quero deixar uns conselhos:
Não tenha medo da vida.
Aprenda a encarar o espelho.
Duvide e acredite em tudo.
Não basta forma sem conteúdo.

=]

quinta-feira, outubro 04, 2007

Presente

Ele
Tem olhos miúdos
Olhar tímido
E sorriso claro

Ele
Anda quase que obstinado
Nem olha pros lados
E vai correndo, em busca de um algo maior

E talvez ele nem saiba que algo é esse
E quem é que sabe?

Ele
Na sala de aula é inquieto
Mexe no tênis
Na caneta
Parece passarinho doido pra fugir

Ele
Fala pouco
Mas sabe ouvir
E escreve como poucos

Ele
É sensível
Discreto
E tem um olhar sonhador

Ele
Escreve em prosa
Versos
Crônicas
Poesia

Ele
É por vezes confuso
Enrola, enrola
As palavras fogem
E o pensamento vai embora

Mas um dia ele haverá de encontrar o tal algo maior

E um dia ele há de ser feliz
Se é que já não é sem saber.

Lorena da Silva

quarta-feira, setembro 26, 2007

O Sujeito

O Sujeito

Ele parece que vai Cair.
Mas só balança, balança.
Tão lúcido quanto um bêbado.
Tão inocente quanto uma criança.

E ele parece tão Perdido.
Vai prum lado, vai pra outro.
Está dançando, está bailando.
Nem se estressa com o sufoco.

E ele parece tão Ausente.
Olha pra lá, olha pra cá.
Parece que deixa o corpo - e a mente,
Manda ir passear.

E ele parece tão Sozinho.
Um olhar perdido, um jeito manso.
Parece sempre em descanso,
Deixando acumular pedras no caminho.

E ele parece tão Alegre agora.
Está entre amigos.
Está com a família.
E ele sabe que essa é a melhor hora.

E ele parece tão Apaixonado - coitado
Um suspirar quando ela passa.
Sorrindo mesmo com a desgraça
De por ela não ser notado.

E ele parece tão Feliz.
Abraça a todos.
Beijo pra algumas.
Parece tudo como sempre quis.

E ele parece Menino novo
De tudo acha graça.
Pra ele não existe estorvo.
De tudo faz piada.

E ele parece passarinho.
Música pra ele é natural.
Só não tente prendê-lo.
Isso só termina mal...

E ele continua Branquelo
E ele continua Sonso
E ele continua Magrelo
E ele continua Risonho
E ele permanece Aéreo
E ele ainda tem Sonhos
E ele ainda se faz de Tonto
E continua Estranho
E ele parece Ótimo!
E permanece o Mesmo.
E ele continua tão Normal.
E ele continua Vivo!
E já não é o Mesmo.
E ele é pura Contradição.
Ele continua um Aprendiz.
E ele aprendeu a dizer Perdão
Ele quer saber quem sabe Amar
Porque um dia ele quer Aprender
Porque ele deu folga pro Coração
Ele nem pensa no Amor agora
E sabe que o Mundo dá voltas
Ele sabe que o Destino é criança arteira
E quer viver Mais ainda
Ele não quer parar pra Pensar
E sabe que precisa Parar
Ele dispensa as Algemas
Ele já pensou em Fugir
Ele resolveu Lutar
Ele conhece o amargo da Derrota
Ele já Venceu outras vezes
Ele sabe que Tudo vai melhorar
Ele descobriu que tão Cedo não vai parar
Ele sabe que Não está só
Ele sabe que a vida é Bela
Ele continua fazendo Caminhos
Ele segue Errando e Acertando
E ele continua Feliz!
E sem pensar em mudar...

E ele ainda sabe
Que pode morrer de escrever
Nada nele vai mudar
Ele sabe como pensa
E como costuma agir
Mas ele é Contraditório
Sabe que pode mudar
E caso isso aconteça
Tomara que Ele perceba

terça-feira, setembro 25, 2007

O tempo não afasta

Quem sou eu? Deixe-me pensar um pouco... Aviso logo, preciso escrever. Quem puder parar de ler é melhor parar agora. Sinto muito, mas eu preciso escrever. É uma necessidade. É algo que está na cabeça e precisa sair, precisa ir embora. Ir embora antes do bar fechar, antes do mel acabar, antes da gota delirante tocar o chão, ante do sol se pôr, antes de fechar os olhos e perder a razão...

Bom, está tudo escuro. O chão é duro. Escuto coisas estranhas. Pessoas querendo, ou melhor, tentando falar algo. Um raio ilumina tudo. Todos com cabelos e barbas grandes (será que é alguma manifestação da esquerda?), vestidos com pele de animais.Tenho uma clava na mão, ou será um tacape? Bom, é uma arma. Meu Deus... é a Pré-história. Sou um homem das cavernas.

Saio pra caçar em grupos e vivo a minha curta vida perigosamente. Sou feliz. E tu está lá também. Mesmo naqueles tempos teu cabelo é liso e negro, negro não como a asa da graúna, mas como a noite que chega quando o sol vai deitar. A vida é curta para a gente, para todos. A morte chega de forma rápida, ninguém aqui vive muito. A partida é algo natural. Estamos de volta ao escuro.

E de repente fez-se a luz. Eu sou poeta. Minha arma é minha palavra. Roupas estranhas, não menos que as companhias. Faço poemas épicos, engrandeço reis, apresento heróis e tenho minha musa, filha do Rei. Faço poemas de amigo. São para ti, não se engane. E o rei começa a enganar o povo. E eu começo a espalhar a desordem, o povo está furioso. Cabeças vão rolar e a minha foi a primeira apenas para implantar o terror entre os dissidentes. E mais uma vez eu volto para a escuridão.

Meus olhos mais uma vez estão abertos. É abafado aqui. Difícil mover o corpo. Tenho uma lança e um cavalo. Uma armadura também. Minha vida é lutar. Sou cavaleiro, fiel ao Rei e à Rainha. Meu corpo e alma são devotados ao reino. Meu coração é da camponesa que todos os dias passa pelo estábulo e me lança um olhar que paralisa. Enfrento exércitos de assassinos, de selvagens. Mas na hora de falar com ela minhas pernas tremem. Ainda consigo. Mas o nosso rei obedece ao papa. Agora irei fazer parte das Cruzadas. Morte aos infiéis. Eu vou, mas meu coração fica. A inevitável, enfim, chega. Vou feliz por estar lutando, mas triste por não ter vencido a batalha contra meu coração.

Minha nossa, que luz é essa que chega e ilumina tudo. Será a luz do Senhor? Não, deixe pra lá. É o brilho do ouro. Sou um sultão. Aproveito a vida como ninguém. Tenho mil mulheres. Riquezas que não têm fim. Mas algo inesperado acontece. Das mil mulheres quero apenas uma. E por querer apenas uma é que irei morrer. As outras não se contentam com a boa vida que lhes dou. Sou traído. Bebo algo antes de deitar e parto para um sono profundo e sem fim

Ah, agora sou índio. Vivo pelado pintado de verde num eterno domingo (isso é uma música?). Sou feliz. Tenho minha família. É a minha tribo. Ainda sou amigo do homem branco. Estou com a vida boa. Caçar, pescar, colher, comer, dormir. O que eu quero mais? Falta ela (sim, é você ainda). A filha de um homem branco poderoso. É meu amigo. Não tenho que me preocupar. Temos um caso. Sou índio, mas não burro. Podemos nos encontrar escondidos. Seu pai nada diz, mas ele já sabe. Até que um dia ele me chama pra conversar. Tudo vai bem. Ele diz não ser contra, apesar de todos falarem que é. Eu acredito nele. Vou indo embora. Meu coração parece que vai explodir. Mas o que explode mesmo é o tiro que recebo nas costas...

Mais uma vez vou embora. Nossa, calor de novo. Onde eu estou? Que roupa de couro é essa? E esse chapeuzinho engraçado? Espingardas e facões. Rapadura e farinha. Eita... lá vem confusão.

Sertão, aí vamos nós. O capitão manda e nós obedecemos. Ele e a Maria dele. O Diabo Loiro também comanda. Vamos seguindo, fazendo saques e matando gente. Morre um a gente substitui por outro. Somos imortais e invencíveis. Não há coronel ou polícia que nos segure. Falta algo... Acho que fiz besteira. Matei um casal de velhos. Eles tentaram me matar, me confundiram com algum bandido. E agora quem vai tomar conta da filha deles? Acho que eu posso fazer isso. Ela já não é menina, é mulher. Ela é teimosa. Briga e reclama demais. Quer lutar com a gente. Onde já se viu? Mal chegou e já acha que agüenta o combate. Eu tenho medo de dar uma arma pra ela e ela atirar em mim. Mas o capitão mandou a gente obedece. Ela até que não é mal. Eita, só mais essa ação e nós damos um tempo pra curtir. Podem estremecer, macacada, vocês tão perdidos... Perdidos ficamos nós. Era uma emboscada. Mais uma vez de volta ao escuro.

Gritos. O que será isso? Passo a mão no rosto. Barba e cabelos grandes. Pré-história de novo? Roupas justas. Arma. Cangaço de novo? Gritos novamente. Algo como “luta”, “companheiros”, “Araguaia”... Ah, sou guerrilheiro. Gostei. Vamos à luta. Humm... quem é essa companheira do meu lado? Oi? Tudo bem? Você vem sempre aqui? Certo. Combinado. Depois da resistência ao ataque de hoje a gente conversa melhor. O quê? Vai me emprestar tua arma? Obrigado, vou usá-la com carinho. Opressores, tremei!... É, não deu. Dessa vez você se foi antes. Algumas balas antes.

Agora eu estou aqui. Sem armadura, sem armas, sem pinturas, sem roupas justas, de couro. Falta algo. Falta alguém. Falta Você...Tenho minha vida. Estranha e louca e simples vida. Minha família e amigos. Os rótulos eu deixo para os produtos. Eu sou vários e sou nenhum. Eu tenho tudo e tenho nada. Sempre em processo de desconstrução e construção. O final não combina com o texto, mas é porque certas coisas devem ficar no ar....

Posso pedir?

Era mais um fim de tarde. Nada planejado para fazer à noite. Acabou a aula antes das seis da tarde (por volta das cinco e meia) e ficou decidido que iríamos todos comer em alguma lanchonete. Como de hábito, foi só me sentar um pouco e começar a pensar em mil coisas, deixando o corpo no lugar e mandando o espírito passear.

O grupo era formado por cinco pessoas, eu e mais quatro. A garçonete chegou, nem reparei direito nela, apenas a escutei falando:
-O que vão querer do nosso cardápio? Querem provar alguma coisa antes de pedir?
Os outros rapidamente estranharam esse comportamento tão educado e diferente dos demais atendentes/garçons. Provar algo? E agora podia fazer isso?

Deixando as dúvidas de lado eles fizeram os pedidos: “Pode preparar quatro sanduíches simples”, disse um respondendo pelos demais. A moça anotou os pedidos, e ficou parada esperando pelo último pedido:
-E você? Vai querer provar o quê?
O que eu quero provar? Nossa, essa pergunta é muito complexa. Acabei pensando em besteira. E pensando alto demais.
-O Amor.

A garçonete ficou parada. Foi aí que eu realmente reparei nela. Ela continuava com os olhos fixos em mim. Rabiscou alguma coisa no papel e saiu. Nesse momento, os outros caras começaram a rir e a comentar. “Eita cara, dando em cima da menina na maior cara de pau”. “E tu não se agüenta né? Quer frescar com todo mundo...”. “Essa foi boa rapaz, tu não tem jeito mesmo”. “E depois eu sou o sem-noção que fica dando essas cantadas bregas”.

E enquanto todos riam – eu ria também sem saber se tinha dito aquilo para brincar ou se tinha dito com alguma seriedade – a garçonete voltou.
-Olha, é o seguinte: Os quatro sanduíches já estão sendo preparados e daqui a uns dez minutos eles estarão prontos.

Todos estavam sérios. Como a moça deu uma pausa para poder falar algo, o sorriso já começava a aparecer no rosto de alguns. E ela completou:
-E quanto a você – disse olhando pra mim com um rosto tranqüilo – o seu pedido não tem no nosso cardápio. [Dito isso os caras começaram a rir baixinho]. Mas se você puder esperar um pouquinho, disse ela com um sorriso, meu expediente termina seis horas. Depois disso a gente sai daqui e eu vou ver o que posso fazer pelo seu pedido...

Todos se entreolharam incrédulos enquanto eu me levantava e saia para esperar e ficar pensando, no meu pedido, e que por vezes pensar alto não é assim tão ruim...

segunda-feira, setembro 10, 2007

O coração, a malhação e a decisão, tudo ão.

E eu ando tão sem nada pra escrever que estou ficando mais ou menos preocupado. Tá faltando alguma coisa, falta eu escrever de novo. E então, a ispiração que eu estava perseguindo, apareceu diante dos meus olhos. Algumas vezes não é sobre coisa boa mas preciso escrever um pouco.

E enrolo tanto que eu já estava até esquecnedo sobre o que eu ia falar mesmo. Agora complicou um pouco, a idéia/frase/palavra/conceito é arteria demais, bobeu um pouco ela foge e nem sei se volta mais. Eu enrolo demais pra escrever, mas o que eu disse é verdade.

Acabei vendo uns escritos e queria falar deles. Dum coração que parece estar quebrado, do barulho cada vez mais forte saindo daquela caixa de som que vez por outra chamamos de peito, das mão ficando geladas, das pernas ficando fracas. E isso acontece em situações boas e ruins, se é que existe isso. E eu lembrei duma música de forró que dizia que "cristal quebrado não cola jamais, sonhos feridos não curam não sai, melhor esquecer não volto atrás, baby eu juro te amar nunca mais...". o que eu quis dizer com isso? Nem sei, mas lembrei de outra música: "Vontade de ti já passou, vontade de vida ficou, me envolvo comigo, pois sou meu melçhor amigo, então Não vou te dar meu coração, pois cada pedaço de alma que chora baixinho merece perdão...". Apenas lembrei.

O coração é de vidro? Quebrou e não cola mais? Então seus problemas não acabaram... Não, ainda não inventaram, e se o fizeram não me disseram, remédios para esse tipo de dor. Não há ponte de safena que dê jeito. Não tem dieta de colesterol que ajude. Sempre me dizem, e sempre mesmo e isso ja´tá ficando chato, que o melhor remédio é o tempo, vou mais nem falar disso.

E ás vezes, sem mudar de assunto, você leva um golpe tão forte, que parece qeu seu coração quer sair ou vai parar na barriga. E se o meu for parar na barriga eu tenho medo do meu estômago ser tão ácido quanto meu humor que eu deixo escondido [muitas vezes só pra mim]. E ter meu coração derretido, desfeito. Não tem preço. E o coração mesmo sendo músculo não fica treinado com exercício. Ele só se fortalece/enfraquece na batalha diária - ou em drops- da vida real. E não, você não pode mudar de canal. Mas pode escolher ser telespectador/público passivo ou ativo de sua vida. Como sempre diz o sábio Capitão Planeta: O poder é de vocês!

=]

terça-feira, setembro 04, 2007

Três pra um - terceiro do final

O Tempo
presente
já já
é passado
o tempo
futuro
sem ser
planejado
precisa de uma
atenção
um cuidado
não pode deixar
ele assim
tão jogado
é bom
que tu pense
com muito carinho
como vai construir
o seu próprio
caminho...
=]

Três pra um - segundo do meio

e agora, tudo
tudo que
eu quero
é uma mão
uma mão
de ajuda
mas não
qualquer uma
tua mão
no rosto
pescoço
no resto
do corpo
tua ajuda
pra mim
é fundamental
me traz alegria
afasta o mal...
teus olhos
me seguem
iluminam o caminho
traz paz
pro meu peito
já tão conturbado
te digo:
o tempo passou
parou o moinho
as águas cessaram...
mas não tem problema
começamos de novo
achamos outro rio
criamos um caminho

Três pra um - primeiro de começo

Leve fazer
leve? o quê?
leve a hora
embora é agora
embora? senão
o peso melhor
pesado? ir
pesar... embora
leveza acabar
trazer como?
de volta com tudo
querer começar
poder de novo
melhor tem mais
fazer--------futuro

sexta-feira, agosto 31, 2007

Meninas/Mulheres/Bonecas

Meninas pintadas
parecem bonecas
não sabem ó Meu Deus
que vida adversa
é a desse brinquedo

Meninas mulheres pintadas
com um pó na cara
e bochechas rosadas
arrumam um jeito
de sempre mudarem
mais nova ou mais velha
inocente ou sensual
mas peço por favor:
não pensem apenas
no visual

Bonecas, brinquedos
são tão maleáveis
não fazem maldades
não pensam em bondades
dipensam dinheiro ou crença
apenas existem
dependem apenas
de imaginação
as meninas mulheres
quando se pintam
me lembram as índias
indo guerrear
que maldade a minha
por vezes uma pintura
no dia-a-dia
não quer dizer nada
ou só quer mostrar
quão belas podem ficar

bonecas brinquedos
meninas mulheres
realmente são lindas
e eu as admiro
mas ainda lhes digo
descamsem a pintura
limpem os rostos
deixa a natureza
mostrar a leveza/beleza
da naturalidade
do rosto bem limpo
sem qualquer maquiagem...

terça-feira, agosto 28, 2007

E a tristeza também deve ser registrada...

-E então Escritor, qual é o problema?
-Mionha Musa, é a tristeza que voltou. Ruim demais. A tristeza sempre vem acompanhada da vontade de escrever.
-Bom que assim tu vem me visitar. E tristeza por causa daquela pessoa de novo?
-Não, não
-Não gosta mais dela?
-Não é isso. Gosto dela agora apenas no sentido de gostar como pessoa e querer o bem dela. Não é mais o gostar de querer namorar ou algo do gênero...
-E o que foi agora?
-Nem sei como te explicar... Parece que eu levei um "fora", um "dispensa" de uma amiga.
-Estava apixonado por ela?
-Não é bem isso. Apaixonado pela pessoa sim, no sentido de querer muito bem, de torcer para qeu tudo dê certo para ela, de admirar e da companhoia fazer bem, trazer sempre alegria.
-Existe mesmo amizade entre homem e mulher?
-Não vou nem responder porque acho que nem vale a pena...
-Era amizade mesmo?
-Se não era amizade não sei mais o que poderia ser...
-E o que ela te disse?
-Ela é a primeira pessoa que me diz que eu sou sincero e transparente. E isso com pouco tempo de convivência...
-E isso te ofendeu?
-Não é bem isso. Sempre me acusaram de ser uma pedra de gelo. De nunca demonstrar sentimentos. Aí alguém chega e te chama de sincero e transparente. Ela que conseguiu fazer uma leitura de minha pessoa duma forma que nunca fizeram antes.Aquele negócio de "você não me engana"... Acho que também pelo fato de eu tratar cada pessoa de maneira diferenciada, de apenas mostrar um lado que fica sempre guardado apenas para pessoas que considero de confiança. Nem sei te dizer. Ela adquiriu minha confiança de verdade. É aquele negócio de você de repente abrir os olhos, estar na beirada de um precipício, olhar para o lado e ver essa pessoa de confiança. E então ela diz: Vamos? Pula comigo! Confia em mim! E vocÊ vai sem medo de ser feliz... Ah, é difícil encontrar alguém assim. Que vocÊ possa confiar e trocar confidências sem segundas intençõs...
-Sim, mas e porquê a tristeza mesmo?
-Você pode nem entender, mas parece que perdi uma amizade...
-Sério mesmo? Tu é muito dramático rapaz, deixa disso... Sério mesmo?
-Olha, engraçado que eu nem sou muito de dizer o quanto eu gosto de uma pessoa. Mas toda vida qeu digo acontece algo assim, ela, por exemplo,não acreditou. E eu quero ela muito bem...
-E tu não pode arranjar outra amiga não?
-Seguinte, ninguém substitui ninguém. OU é aquela pessoa ou entãonão dá certo. Amizade não é que nem sapato que quando você desgasta pode comprar um novo. Com amizade não é assim...
-Então já resolvi pra você!
-Como assim?
-Oura, está na cara! Quando vocÊ tem amizade e tira amizade, se restar amizade é porque é amizade.
-O que isso quer dizer?
-Que se for mesmo amizade então ela há de prevalecer!
-Minha Musa, não sei o que faria sem ti...
-Deixe na cabeça só os bons pensamentos Escritor e siga em frente...

segunda-feira, agosto 27, 2007

Eita... vamos lá... primeiro respirar um pouco e recuperar o fôlego.
E eu esqueci de dizer da minha alegria, felicidade, sentimento positivo extrapolado, seja lá o que for. Surgiu de repente.
Um quebra nas algemas, muris derrubados e enfim voltei a ter minhas asas.
E se bobear, já estarei longe. E perto.
Porque é preciso voltar e não perder as raízes.
Porque é preciso partir pra poder voltar.
Por enquanto é só.
Somente.
=]

quarta-feira, agosto 22, 2007

Ando deveras preocupado. Preocupaçãozinha que aparece apenas de vez em quando, não posso exagerar. Peço primeiramente desculpas por conta do texto que vais ler agora, isto é, se for mesmo continuar a leitura. É um texto feito Às pressas, nem um pouco trabalhado. Servirá mais como registro de algo que preciso falar logo senão acabarei esquecendo.

É sobre uma certa carência e falta de controle de certas pessoas, uma dificuldade no trato com pessoas. Parece-me que hoje em dia é difícil conhecer alguém interessante, que se possa admirar, sem qeu necessáriamente deseje-se logo um relacionamento. Pera aí né? Me ajude...

É preciso saber que existem milhares de pessoas interessantes e especiais no mundo. Tente raciocinar um pouco. Não precisa ter um caso com todas essas pessoas. Não se pode apenas ter uma admiração por alguém? Sem interesses mesmo, apenas por admirar e querer bem. Eu sei que o coração ninguém controla, mas peço apenas que tome cuidado. Falo essas coisas nem sei para quê... Quem é que vai me escutar? E se escutar quem vai pensar sobre isso ou pelo menos lembrar? Bom, fica aqui o registro.

=]

segunda-feira, agosto 20, 2007

E é rápido

E passa rápido.
E enche o peito.
E está de volta.
Sentimento bom que eu vou tirar um pouco e guardar numa garrafa. Assim mais tarde eu possa degustar melhor. Quem sabe eu te empreste pra tu relembrar. Tudo muito bom. Ler o mar e ouvir o sol. Tudo fica muito mais fácil.
E essa alegria nem é minha. É dos outros, mas eu peguei pra mim. Se incomoda? Pode falar...
Você nem sabe como mas me fez feliz. Quer que eu diga?
Foi só te ver feliz. Isso já basta. Não vou mentir. Quero só o teu bem. E já tá bom de acabar com esse texto telegrafado. Fala um negócio. Ponto. Outra coisinha. Ponto. E o texto vai ficando todo pausado, parecendo que não quer sair, não quer ir embora, querendo ir aos poucos, sem pressa, com uma pequena demora. E pra quê um tempo pra respirar se você já treinado desde pequeno para continuar a ler sem parar indepente do que esteja escrito na sua frente ou do seu lado que já vai virar sua frente tão rápido que você nem vai perceber e mesmo assim vai ler sem se importar se é da frente ou se é do lado e não vai nem querer saber quem foi o sujeito que pensou em escrver e acabou escrevendo aquilo lá que você leu e ás vezes nem sabe no que aquilo vai servir mas leu mesmo assim e agora a mensagem já foi esquecida porque são várias mensagens e o tempo que se tem para ler é pouco e a quantida é enorme e você não pode parar um segundo porque o apelo visual é frequente demais nessa nossa sociedade do consumo e da imagem que é criticada por vários mas ninguém faz nada para mudar ou para parar um pouco e respirar.

Hummmm....Um pouco de ar...
Não se preocupe. Ou melhor, se preocupe um pouco. Quem sabe o que quer e o momento de querer nunca fica pra trás. Mas eu comecei falando de outra coisa mas a prolixidade e a verborragia por vezes querem seu espaço.
=]

Vai vai

O corre-corre é inimigo. Por vezes sim, por vezes não.
Ele pode atrapalhar a qualidade. Ele pode estimular a criatividade.
O tempo é louco, é doido.
Se eu tivesse mais um pouco, não vivia num sufoco.
Não em uma luta contra o tempo. Por vezes ele é aliado.
Um jogo deveras emocionante.
Vencer e perder são faces opostas duma moeda de valor inestimável.
Um dia a gente ganha no outro a gente perde.
Mas você sabe vencer e continuar a vida.
E quando perde quer parar porque o mundo parece que vai acabar.
Me ajude. Tenha paciência...
A vida é assim. Um ganha e perde irregular.
Queria que ela fosse igual exata ciência?
Qual é a graça? Tudo tão certinho como nos planos...
Eu quero ver você rir e chorar.
Mas tudo por alegria. A tristeza não te desejo.
E agora o corre-corre voltou.
E me leva junto com ele.
=]

terça-feira, agosto 14, 2007

de novo

É hora de tirar a poeira
de onde quer que ela esteja
É hora de sacudir o esqueleto
nem que não seja o seu
É hora de tirar o gelo
do coração e da vida
É hora de uma pausa

Pausa

É hora de voltar
E é hora pra isso
ou para aquilo
mas é hora

de decidir
se fica aqui
se vai embora
mas é hora

de rir de novo
de ficar tonto
de olhar no olho
de dizer tchau
eu vou embora

de dizer
estou de volta
não aguento
tentei
mas você sabe
ora bolas

de enxegar
de perceber
de se tocar
melhor saber
se tem lugar
ou se é hora
de ir embora

de se expressar
de extravasar
de dizer tudo
e mais um pouco
que não é tarde
que sempre há tempo
que sempre é hora

de perceber
a ilusão
pra pior
ou pra melhor
de descobrir
se vale a pena
ou já valeu
de guardar tudo
em algum lugar
ou lugar nenhum
de esquecer
ou relembrar

se quer msm ficar
ou se precisa
ir embora
em boa hora

=]

segunda-feira, agosto 13, 2007

Sei lá

E as aranhas chegam e fazem suas teias
E o movimento é bom pra evitar
o tormento
E se tudo passa
cuidado para não ser passado
E se tudo fica
cuidado para não ficar engessado
E se tudo não são flores
comece a arrancar as ervas daninhas e a plantar flores
E se tudo são flores
cuidado com os espinhos
E com o amor que fica
cuidado senão tudo complica
E se o tempo é o melhor remédio
cuidado com a overdose
E se teu coração é de gelo
o sangue quente pode causar choque térmico
E se você prefere ser frio
cuidado com o calor humano
E se da solidão você tem medo
não haja como um idiota, mesmo sendo um
E se você se acha um mané
relaxe, exitem caras mais manés que você
E se Um não quer Dois não fazem
o Três pode entrar na dança
E se quem cochicha o rabo espicha
é bom ter cuidado com fofoca
E se mentira tem pernas curtas
e melhor quebrar a cara-de-pau e fazer umas pernas maiores
E se você aprender a dizer não
lembre-se de dar chance ao sim, ou então não vais casar
E se pimenta nos olhos dos outros é refresco
beijos cafuné e dengo na gente é sossego
E pra quem tudo quer nada tem
melhor que nada querer e esperar pela sorte
Quem acredita sempre alcança
mas é bom rever seus planos vez por outra
Em terra de cego quem tem um olho é rei
enterra ele e vamos fazer nossas leis
E se for Olho por olho e dente por dentes
melhor parar que ficar cego e banguela
E eu digo pra você que as coisas hão de melhorar
ainda que eu diga isso há tempos e tempos
as coisas realmente irão melhorar.
=]

terça-feira, agosto 07, 2007

Eu sei que existem nuvens no céu.
Só que eu ainda não sei como elas são.
Nuvens negras?
Nuvens brancas ou coloridas?

O pior é não saber sua cor...

segunda-feira, julho 23, 2007

Volta

Depois de uma pífia tentativa de manter um blog, só fiz dois posts, estou de volta.
Se isso é bom ou ruim só o tempo ou um leitor desprevinido poderá dizer

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

História de um bairro e sua gente

Contra os que acusam Fortaleza de ser uma cidade sem memória, foi inaugurado o Memorial da Gentilândia, contando a história do bairro. O projeto é de responsabilidade do professor da Universidade Estadual do Ceará (UECE) Elmo Vasconcelos e demorou nove meses para ser feito. O memorial fica na Rua Francisco Pinto número 128, no Benfica, funcionando no Bar do Marcão. O apoio cultural é da Federação das Empresas de Transportes Rodoviários dos Estados do Ceará, Piauí e Maranhão (CEPIMAR) e é idealizado pela Confraria da Gentilândia.
Segundo Elmo a idéia surgiu dos encontros semanais da confraria, no Bar do Marcão, em que eles “trocavam figurinhas”. Até que surgiu a pergunta: Por que não colocar para Fortaleza? As fotos que ilustram os doze painéis foram doadas por ex-moradores e moradores atuais, enquanto outras tiveram de ser compradas, como por exemplo, algumas do arquivo do historiador Nirez. Os painéis contam a história do local sob diversos aspectos. Mostra o pioneirismo da família Gentil, as confrarias do bairro, as mulheres ilustres, o comércios de destaque, enfim, a história através de fotos e textos.
Nos painéis é contada a história do bairro, inicialmente confundindo-se com a do coronel José Gentil, que dá nome à pracinha local. Fotos da família Gentil vão se misturando às fotos sobre as primeiras casas, educação, festas, esporte e até da visita do então Presidente do Brasil Getúlio Vargas à cidade, hospedando-se em um dos casarões da família Gentil.
O presidente da CEPIMAR, David Oliveira, é responsável pelo apoio financeiro ao memorial. Os pais dele, moradores antigos do local, fundaram uma das primeiras empresas de transporte do Ceará. David mostra as fotos contando suas curiosidades: quem está vivo, quem morreu, o que fazia, o que faz agora, como era o local e o que é atualmente. A mais difícil de conseguir, segundo ele, foi a do antigo Cine Benfica. A foto pertence ao arquivo do jornal O Povo e foi encontrada numa matéria sobre imóveis abandonados.
À primeira vista, pode parecer estranho o local escolhido para colocar o memorial. O dono do bar, Marcos Alves, o Marcão, explica que foi por conta dos membros idealizadores do projeto freqüentarem o local. Os participantes da Confraria da Gentilândia se reúnem no bar todos os sábados. “Todos clientes fiéis”, conta Marcão. Por conta do memorial o estabelecimento passou a receber mais pessoas. Segundo o proprietário, “alguns comerciantes não gostaram por causa da concorrência, mas outros ajudaram. Bom que é um algo mais pro bairro”.
O local onde ficam os painéis é o antigo quarto do Marcão. São quatro mesas, cada uma com duas cadeiras, onde os visitantes podem se acomodar. O lustre do local é bem diferente, parece uma cuscuzeira, feito pela filha do David Oliveira. O dono do bar, natural do Cariri e antigo morador do Jardim América, explica como chegou à Gentilandia: “Passando por aqui, gostei do local, abri o bar e me estabeleci”.
O professor Elmo, que defendeu dissertação de mestrado na UECE sobre o Benfica, deseja que o memorial seja seguido como exemplo. “Tomara que seja embrião para outros bairros. Identidade é o que a gente já viveu”. O memorial fica aberto para visitas de 8:00 da manhã às 10:30 da noite. Como bom “gentilandino”, o professor expressa seu carinho pelo local. “Gentilândia não é um bairro oficial, é um vivido. Nós nos tornamos Gentilândia”, afirma ele.