Traduzindo

terça-feira, julho 26, 2011

Querer

Arrá!
Pensaram que tinham se livrado de mim, não é?
Pois é, estou de volta.
Foi mal a ausência, tava numa pesquisa de campo. O objeto da pesquisa?
A vida.
Se alguém tiver sentido minha falta, foi mal.
Espero poder retomar a regularidade.
E vamos que vamos.
Beijos e abraços
=]

Quando a gente quer, dá um jeito. Ontem eu vi a menina esperar o rapaz terminar de jogar futebol, e isso tudo somente para acompanhá-la até a porta de casa. Vi como ela caminhava o mais próximo possível dele, talvez nem sentisse o cheiro forte do suor. Percebi uma sutil atração entre os corpos e vi o instante no qual ele lhe deu um beijo. E ela saiu, quase flutuando, para casa. Se para o rapaz foi apenas mais uma beijo, para ela, aquele beijo, ah, aquele beijo, foi como a reza antes de dormir. Agora sim podia ir deitar tranqüila.

Eu acredito que quando a gente quer, conseguimos. Aí também não é só uma questão de querer, entra no jogo o esforço, a dedicação. Eu já vi um homem fazer o trabalho de vários, ao salvar tantas crianças como eu nunca pude imaginar.

E já vi mulheres largarem tudo para irem para um país paupérrimo cuidar dos menos favorecidos. Menos favorecidos? Que hipocrisia. Na verdade eles não são nem um pouco favorecidos, são os mais desfavorecidos, isso sim.

Eu acredito que quando a gente quer, corre atrás. Eu vi um homem fugir da seca e tentar ser presidente da República. Mesmo perdendo várias vezes, ele conseguiu, não desistiu. Eu vi o rapaz que tentou o vestibular pra medicina quase uma dezena de vezes, o mesmo que se tornou um dos mais conhecidos cirurgiões-plásticos.

Eu vi cidades e países reconstruídos após as mais diversas tragédias. Eu vi mulheres fortes como somente as mulheres conseguem ser. Eu vi países e povos lutando por independência, e não comprando, como nós fizemos.

Eu vi tanta coisa, mesmo os jornais fazendo questão de divulgar mais as tragédias do que as coisas boas, que continuo a acreditar em dias melhores. E se eu posso fazer alguma coisa para o dia ser melhor para alguém, por qual razão não fazer? Se o máximo que consigo é dizer um bom dia, dar um sorriso ou uma informação, por qual razão não fazer? Se posso ajudar, por qual razão me omitir?
=]