Nova vida

Vivi uma vida inteira
Quando meu sorriso
Esbarrou no teu

Entre árvores, confetes, luzes
Músicas e ambulantes
Entre tantos
Nós dois

Então, meus olhos pequenos faiscaram
E corpo e alma despertaram
Para uma nova vida

Viajante

E, assim,
Seguimos

Em cada volta
Aterrissagem
Reencontro

Pegamos fogo
Queremos mais

Vem
Encosta, cheira,
Morde

Abraça meu corpo
Aquece minha alma

Distraído

Andava
Tão distraído
Que
Sem querer
Tropecei

Em minha própria
Vida

Revolução de nós dois

Nesse tempo terrível
De fotos, vídeos e histórias
Unicamente sobre mim

De uma não declarada,
mas gritante
Ditadura do Eu

Ainda luto
Busco
Prefiro
A Revolução de Nós Dois

Teu cheiro

Acordei
No meio da noite
Sentindo teu cheiro

A cama
Vazia de ti
Transbordava
De puro desejo 

Fechei os olhos
Me vi em ti
Uma amostra 
Do que está por vir

Movidos pelo prazer

Tal hora esquecemos
Nossos nomes
Casa, história, sobrenome
Foi tudo embora
Roupas, medos e a vergonha

A culpa é nossa
Tanto desejo
Tanta saudade
Precisa de um jeito

São dois animais
Negar pra quê?
Guiados por instinto
Movidos pelo prazer

Física

"Dois corpos
não ocupam
o mesmo lugar
no espaço"
Dizia o professor

Coitado, pensei
Não sabe ele
Que nos poemas
(E em nossa cama)
Dois corpos
São um só

Único

Eu não sei dizer
De um jeito nunca dito antes
Mas eu sei fazer de um jeito
Que só eu sei fazer

Estou contigo
No céu
Na terra
No mar
Bom mesmo é a vida
Dormindo e acordando ao teu lado