Traduzindo

sexta-feira, maio 15, 2009

Perdi Camila

Bom, o nome ia ser "eu criei um monstro", porque o texto que ia sair era bem pequeno.
Mas por preguiça de terminar, fechar logo o texto, ele acabou crescendo, crescendo.
Eu colocava mais um pouco, mudava outra coisa...
E aí taí ele um pouco grande!

Quem tiver paciÊncia de ler, espero que goste.
Muito obrigado À todos.
Espero voltar em menos de uma semana, vou tentar, eu juro!
Bjoos e abraços
=]

Andava triste o sujeito e ninguém sabia a razão. Os amigos lhe perguntavam e ele dizia: Não é nada não, apenas um momento de reflexão. Ficava pensativo a maior parte do tempo, não precisava dizer nada a ninguém, mas todos sabiam que estava com algum tormento.

Estudou com Camila durante três anos, os últimos do colégio. E o que de começo era apenas amizade, tornou-se um algo mais no último ano. Durante esse tempo viveram um romance, não declarado para todos, num acordo silencioso com alguns, um clima de vai acontecer o namoro a qualquer momento e todos irão saber. Ficavam de vez em quando. Nada era certo, mas eles gostavam quando estavam juntos. Durou quase um ano tal aventura, até o fatídico dia.

Estavam todos na festa do final de ano, a tradicional despedida de turma. E depois de algumas bebidas as conversas começaram a fluir mais facilmente. Saíram os dois para uma conversa particular. E ela já começou assim: “Vamos resolver logo isso, ou colocamos um ponto final e acabamos ou então oficializamos”. E ele, tão menino ainda apesar da barba rala e do bigode fino que ostentava com tanto orgulho, não soube o que dizer. Ficou pensando apenas que no próximo ano estaria cursando direito no Interior e ela, Medicina na Capital. Não conseguiu dizer nada, tentou falar, mas enrolou-se todo com as palavras.

Até, com muito esforço, começar a falar. Não tinha certeza de que queria esse relacionamento à distancia. Achava melhor cada um à sua maneira ir tocando a vida, sem prender-se a ninguém que estava tão longe. Não quis tentar, preferiu o ponto final, foi covarde. E ele falava sem parar agora, mas não saia nada muito coerente, apenas complicava-se mais. E ela,não conseguiu evitar as lágrimas. E a noite acabou, assim como o romance.

Dias depois ele descobre que não mais irá para o Interior. A desculpa a que havia se prendido não mais existia. Poderá transferir para uma faculdade da cidade mesmo, havia surgido uma vaga. Os amigos comemoravam, ela, nem sinal. Ele não teve coragem de ligar, tinha medo.

Criou coragem, apenas o suficiente para agarrar-se ao papel e à caneta. Passou um tempo para conseguir escrever algo, era uma carta. Não escrevia algo assim desde a quinta série. Quinta? Deve ser. Há muito tempo escreveu uma carta para uma tia do Interior e uns versos, obrigado por uma professora de literatura.

Escreveu como nunca mais havia feito e como nunca mais há de fazer. E foi para a casa dela. Seria melhor entregá-la diretamente ou deixar na caixa de correio? Parado, começou a pensar. Parecia perdido. Faltava agora a coragem para entregar? Sim, faltava.

No entanto, tomou uma decisão. Respirou fundo, encheu o peito de ar e o coração de esperança e colocou a carta por baixo da porta. Leria, ela, ou a empregada, ou a mãe dela, o pai, alguém leria. E, tendo um coração, entregará a carta por ele.

No mesmo instante ela abre a porta. Olhos nos olhos. “O que é isso?”. “Uma carta, para você...”. “Não quero saber de carta alguma. Só quero saber de você...”. Rasgou a carta e os dois abraçaram-se. Um abraço forte, apertado, como se naquele instante um alguém invisível tentasse os separar...

E o que havia na carta? Agora não importa mais. Mesmo assim...

Dou-me conta de uma tristeza
E tal sentimento há de colocar um braço pesado sobre meus ombros por muito tempo.
Não desaparecerá tão facilmente.

Falo de perder alguém, uma amizade acima de tudo.
Assim falo, preciso
Querendo evitar o pior, a distância.

Se for preciso, entenderei.
E estarei sempre aqui, disposto a conversar com você.
Como sempre foi.
E você estará sempre aqui, mesmo longe.
Pois jamais será só mais uma.
Jamais será qualquer uma.
Marcou.
Espero não ter te machucado.
Sonho em te reencontrar um dia.
E não coloco um ponto final.
Deixo apenas as reticências...

Perdi Camila
Perdi um bem
Perdi uma amiga

Não soube o que dizer
Engoli palavras
Perdi a fala

Perdi Camila
Que sempre me alegra
Me anima

Perdi o ouro
E também a mina
Triste, tal qual poeta
Perde sua rima

Camila, tão bonita
Boa filha, boa menina
Inteligente e malina

Perdi
Camila

Perdi um amor
Mas lembrarei
Por toda a vida...
=]

2 comentários:

Simone disse...

Ah eu estou com preguiça... ME PERDOA! ME PERDOA! ME PERDOA!

Eu vou voltar e vou ler, tá? Juro. Domingo, pode ser? Não poste até domingo! ehuaheauhe

beijos

YslanRodrigues disse...

Maxo,esse texto é a tua cara..porque em? kkkk

Muito bom, principalmente o final.

Um dia...,ainda escrevo assim.


abraço.
:)