Sábado amanheceu um dia tão bonito como há tempos não acontecia. Desde a sexta eu acho. Comecei a pensar, ainda meio confuso, nas milhares de opções a serem feita num belo dia como esse. Eu poderia ir visitar um amigo no Interior ou quem sabe uma amiga na beira da praia. Eu poderia alimentar os meus pássaros habitantes das ruas e árvores e donos dos céus.
Eu poderia ir ao fundo do mar buscar a pérola mais preciosa para presentear meu coração. Eu poderia subir aos céus e trazer um pouco das nuvens para costurar um travesseiros pra mim. Eu poderia ir ao passado procurar por momentos esquecidos e ficar no presente imaginando o futuro com um copo de suco na mão e um sonho na outra.
Então eu acordei de verdade e fui escovar os dentes e tomar o café da manhã. Em seguida, o cruel choque com a realidade. O meu guerreiro celular avisa-me: dentista às onze horas. Que crueldade! Como deixei fazerem isso comigo? O jeito foi ir, sem mais dramas.
Sem mais enrolar, saí de casa. O caminho inteiro pôde perceber a minha tristeza ao ir ao dentista. Parecia mais um condenado caminhando para a forca, um jogador indo para o banco de reservas ou um gato depois de um banho forçado.
No caminho, bem perto já, eu vi um sujeito tão forte, com a colada roupa parecendo rasgar a qualquer momento. Um Hércules etíope tão forte e assustador que parecia afundar o chão quando pisava. Ao seu lado, exalando beleza e graça, uma moça tão bela – ainda que bem forte – a fazer Afrodite e a rosas corarem de inveja ao verem tanto deslumbramento em forma de gente. Apesar do monstro ao seu lado inibindo a maioria dos olhares, alguns passantes arriscavam um olhar, tanto que o falso cego mal pode disfarçar uma olhadela, quase se entregando.
O sol brilhava intenso e os pássaros cantavam como se a última cantoria fosse, trânsito não havia e as pessoas estavam todas bem simpáticas. Nesse clima de tanta paz e amor eu decidi encarar o dentista sem medo algum. Á tinha decidido até a minha fala: “olhe, doutor, precisa nem de anestesia não, faz esse canal aí dos dois lados logo que eu preciso sair, o dia me chama lá fora”. Estava decidido.
Então eu entro no consultório e a simpática moça me informa com o sorriso maior do mundo: “Hoje, por conta de problemas técnicos, não teremos atendimento. Tem como o senhor ligar depois para marcar um outro dia?”.
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6 comentários:
E esse outro dia chega?
Estamos presos e livres ao mesmo tempo. É um sábado cheio de possibilidades, porém...
Grande abraço!
Travesseiro de nuvem?
Eu quero um também!!!
=]
sábado, pra mim, não costuma ser tão cheio de possibilidades...
xerão
ufa!salvo pelo gongo! ou melhor, por problemas técnicos...rs gostei da viagem do belo dia.
Encorajou-me a ir ao dentista....
Ai, ai...Qdo for, lembrarei de você!!!
Beijinho grandiii!!!!!!!
meu cronista favorito da verdadeira escrita leve e despretensiosa
saudades daqui e de tu.
sábado é um dia tão lindo e leve, espero em breve voltar a viver a essência desse lindo dia. rsrs
beijos
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