Traduzindo

quarta-feira, dezembro 28, 2011

O DJ do ônibus

Quem costuma utilizar o transporte coletivo público sabe muito bem do que vou falar agora. Sabe, também, que é ali, e bem ali, mesmo, que sociólogos, psicólogos e juristas deveriam estar. Ali, todo o comportamento humano se revela, se rebela e se transforma, cotidianamente. O modus operandi humano está ali, todos os dias, pedindo para ser estudado e revelado. Ali, toda a solidariedade e todo o egoísmo apresentam-se das mais diversas formas.

No coletivo, direitos e deveres não são sempre prática ou teoria, confundem-se bastante. Muita gente acha até que não existe nada disso. A lei é a seguinte: quem chega primeiro, fica sentado. Idosos (as), pessoas com bebê de colo, gestantes e deficientes, ás vezes, e só ás vezes, ganham um lugar. Seu, por direito. A lei do coletivo não está nos livros e todos que ouvem falar dela negam a existência de qualquer lei que possa, um dia, quem sabe, regular as pessoas dentro do coletivo. Resumindo, para alguns, não há lei. Pura selva.

A nova e triste moda é a de ser o DJ do ônibus. A pessoa, homem ou mulher, tanto faz, coloca músicas para tocar no celular ou em algum aparelho portátil de som, no mais alto dos volumes. E ainda fica com aquela cara de “hãm?”. Uma falta de respeito. E não há lei que proíba isso, aqui, em nossas terras alencarinas.

As pessoas não reclamam por puro medo, hoje em dia a coisa não está fácil... Nem ao menos pedir para diminuir o volume... Todos ficam com medo de alguma represália violenta. Eu já tive o azar de estar numa dessas viagens, em pé, no meio de uma disputa de paredões. Três “celulares” brigavam para saber qual era o mais potente. E tome forró, funk e pagode...

Nada contra os ritmos, é mais pela falta de educação mesmo. Um playboy usa a grana para comprar paredão de som para colocar no carro e incomodar as vizinhanças por onde passa. Quem não possui tanta grana incomoda mesmo só com um celular.

De vez em quando eu não acho ruim a presença do DJ, é claro, quando ela toca as minhas preferidas. O motorista de certa linha de ônibus costumava escutar Alpha Blondy, Bob Marley, Cidade Negra e outros, toda manhã, e eu achava o máximo ir para o trabalho escutando reggae.

Espero que nossas autoridades “competentes” possam resolver isso. Bom, mesmo pensando positivamente, a criação de alguma lei e possível multa não acabará com o problema, da mesma forma como acontece no trânsito. É preciso investir de alguma forma, seja com educação, multas ou, pelo menos, distribuindo fones de ouvido da mesma forma como acontece com preservativos no posto de saúde e campanhas ensinando a importância de usá-los...
=]

2 comentários:

Anônimo disse...

Eu realmente amor por você para convidados postando em viagensnaveia.blogspot.com

*** Cris *** disse...

Olá,td bem?
Rapaz é assim mesmo, horrível,né?
Feliz ano novo e obrigada pelo carinho no meu blog.
Bjs!