Traduzindo

segunda-feira, setembro 27, 2010

Sem texto

Bem, peço desculpas, mas hoje não teremos texto novo. Eu juro, tentei, mas não estou com condições psicológicas para escrever alguma coisa que preste. Vou até dividir com vocês, rapidamente, o ocorrido e tentarei ir logo pensando em alguma coisa para a próxima vez.

Estava eu na Lua, meu mundo por natureza, em espírito, mas em corpo estava no prédio onde moro, quando escuto passos. Olho para o lado e quando vejo, vocês não vão acreditar, nem eu acreditei: não havia nada lá. Sim, nada. Estarei eu ficando louco? Quer dizer, mais louco? Para alívio da consciência minha, uma pessoa havia mesmo aparecido e ficado escondida atrás de uma coluna, para criar um clima de suspense.

Sorte que eu não sou curioso e voltei a ler o jornal. Na verdade, resolvia as palavras cruzadas, depois das histórias em quadrinhos, a minha parte favorita do impresso matutino. Levemente, sinto um toque no ombro e alguém falando sussurrando: Se eu fosse uma assassina, já teria te matado, tu poderia estar morto uma hora dessas.

Se fosse ali sentado o Lord Byron em meu lugar, teria dito algo do tipo: “Oh, dama das estrelas, de olhar cristalino e sorriso arrebatador, senhora dos meus dias e noites, responda-me antes deu suspirar pela última vez, pois meu fraco coração já não agüenta tantas fortes emoções: o que é a vida, se eu não tiver o teu amor?”. Bem, como eu sou mais romântico, perguntei: “Ah, é tu, criatura?”.

Era meu velho amor.

E aquele ou aquela que não tiver um velho amor, não faça nada, apenas continue lendo, por favor. Garanto uma coisa: com as seguintes palavras você não aprenderá nada, nem desaprenderá. Seguinte, velho amor sempre volta a aparecer. Pode sumir vários anos, ter conhecido na creche e reconhecer apenas no próprio velório, mas reaparece. Ou então naquele trem lotado, em que ela sem querer lhe confunde com algum tarado. Acontece? Bem, tudo pode acontecer.

Mas vamos voltar ao meu velho amor. Ela some um tempo e depois volta. Qual a graça? A graça é um dia você achar que o amor virou amizade e, em outro, achar loucura estar pensando em tentar de novo. Tem algum sentido nisso? Não, não tem. Porque ás vezes é só amizade mesmo e em outras é puro desejo. Alguém controla isso? Não, pelo menos eu não controlo. E falo isso sem peso na consciência algum. Ontem, desejo, amanhã amizade, e assim vai...

Engraçado é contar a história já prevendo alguns comentários. “Mas esse velho amor existe mesmo? Tu não se apaixona sempre? É a mesma do samba, do ônibus, do vestido? É uma das tuas musas imaginárias? Ou das reais?”.

Digo isso porque na semana passada algumas pessoas me perguntaram, mais uma vez, sobre alguns textos. “Mas diga aí pra mim – e eu não conto pra ninguém – o que realmente é verdade ou mentira nos teus escritos”. Respondi, ainda refletindo sem entender a verdadeira importância da questão. “Oura, mas diga-me você, então, o que realmente é verdade ou mentira na tua vida”.

=]

8 comentários:

Leni.com disse...

Adorei Rafael.Ficou bem engraçado esse negócio de ex parecida com assombração..rs

YslanRodrigues disse...

Esse cara, nunca me enganou. hahaahahaha

Tamyle Ferraz disse...

"Mas tu num se apaixona todo dia?"





rsrs...

esse velho amor, ah é verdade, todo mundo tem um e é uma eterna dúvida saber o que ele se tonará.
Amei o texto.

Helena Rodrigues disse...

Ah, esses amores inesquecíveis...!

Não sei se o que está no passado deveria continuar mesmo por lá.
Tenho o péssimo hábito de tentar encaixar os dois, como se pudesse dar certo. Até agora, nunca deu.

Bjão!

*** Cris *** disse...

É iso aí, um velho amor acaba aparecendo,né?
Bjs!

marinaCqm disse...

Mas é que não importa se é velho ou novo o amor. É amor!
E por isso grassa tanto em todos nós, todo o tempo, nos sonhos,
no dia-a-dia e, inclusive, nos textos - ainda mais.
Não se limite por preocupar-se sobre o que estão pensando por aí.
Amor é coisa linda e a vida sem ele, bem... pode se chamar de vida?

=D :*

Jéssica Trabuco disse...

Ah.. já me perguntaram isso várias vezes...
E é, um velho amor sempre retorna!

Eutímicas ás Avessas disse...

Nos teus textos o que menos importa é se é verdade ou mentira. O que vale á a tua intensidade.

Beijo