Traduzindo

domingo, março 01, 2009

Eu vejo a chuva

Eu vejo a chuva.
Aproveitar a chuva pra escrever e postar logo, tempos não foi tão rápido assim.
Na TV passa o esporte espetacular, viola minha viola e sr. Brasil com o Rolando Boldrin, muito ótimo por sinal.
E aí vaí!
bjo e abraços
=]

Eu vejo a chuva, mas a danada, faceira, faz de conta que nem me viu. Vai caindo indiferente ao meu rosto colado na janela. Eu vou olhando ela cair, tão livre, tão triste. Numa descida suicida, mas com volta, mostrando que o renascimento é possível, a possibilidade de se reerguer depois de uma grande queda. Não, não é uma chuva triste, é uma chuva metafórica, de auto-ajuda, talvez.

E ela caindo, sem saber, ou sabendo, me prendendo em casa. Desisto da janela, vou para a varanda. Não consigo ver a chuva cair e não senti-la em meu corpo. Uns poucos pingos bastam. Um pouco de água e muitas lembranças. Tantas situações com ela. Esta semana mesmo, desci do ônibus e fiz uns duzentos metros rasos debaixo de muita água. Fazia tempo que não corria, ainda mais debaixo de chuva. Uma alegria grande me acompanhou durante a corrida, o sorriso no rosto veio fácil, a vontade de gritar uhuu!! enquanto corria também.

A chuva me prende em casa, não deixa eu ir ver meu amor. Meu amor que é tão docinho e pode derreter na chuva. Na verdade, ela é muito azedinha, uma torta de limão. Caso doce fosse mesmo, não teria essas frescuras, viria brincar na chuva comigo.

Banho de chuva é bom demais, correndo, pegando as bicas, dando carrinhos pelo chão pra ver quem vai mais longe, jogando bola, tomando banho de mar de mar ou de piscina, deitado na rede, vendo um filme, lendo um livro, comendo, namorando, conversando, pensando. Tanta coisa pra fazer e eu em frente ao computador, conversando, escrevendo, viajando.

E ela cai, mas nem se machuca, E na varanda de baixo uma menina olha a chuva penteando os cabelos da boneca. Na em frente, um bem-te-vi se encolhe na prisão. O cachorro da varanda de frente late de instante em instante, com medo de algum mostro invisível, ou querendo parar a chuva a para correr por aí feito doido. E eu aqui. Ela lá fora. É hora de ir lá lhe dar um abraço...
=]

4 comentários:

lorena disse...

olhe, ow cronista porreta, leveza d+, um texto que sai assim rápido, fluido, sem frescuras, pra que coisa melhor.

e a proposito da chuva, tava chegando em casa ontem lá peal meia noite, um hora, qnd a danada começou a cair, pense numa vontade de banho de chuva, mas mamãe naum deixou pq " a esta hora é perigoso"

hehe

=]

Simone disse...

aaaaaaamei. sério, sério mesmo. quanta delicadeza, sutileza, leveza (como disse a Lorena), um montão de "eza" - mas tudo coisa boa.

esses dias mesmo me falava: vai lá, tá quente, chuva forte... faltou coragem e companhia.

beijos

Airtiane disse...

Nossa, ler isso é tão bom. Deu até uma paz só de imaginar.
Lembranças então, nem se fala...
Banhos de chuva no quintal aqui de casa, comendo goiaba e caju tirado na hora e fazendo bagunça nas poças d'água com meus irmãos. Banhos de chuva na rua, jogando bola com a galera toda. Nossa, lembrei um aqui muito massa da época do CEFET, levei um carão do guarda, mas valeu.
Oh coisa boa!!!!
Deu até vontade de tomar um banho de chuva agora e depois assistir filme bem agarradinho, fazendo cafuné e comendo brigadeiro de panela.
Pena não tá chovendo...

Juss disse...

Caramba...esse texto só ficaria melhor de um jeito. Em italiano. huoiasoiuhasoiuhasoius
Adorei a crônica, rapaz.
=]