Traduzindo

terça-feira, agosto 26, 2008

Poema-Desabafo

Já chega!
Não agüento mais.
Vai embora, me deixa em paz!
Não agüento mais você.
Estou cansado.
Do seu rosto angelical.
Estou cansado do teu jeito de me olhar.
Do jeito que fala comigo.
Não agüento mais teu abraço apertado.
Estou cansado do teu cheiro bom, teu perfume.
Não suporto mais teus atrasos, que sempre valeram a espera.
Estou cansado dos teus esquecimentos.
Das tuas lembranças engraçadas.
Não suporto mais teu riso gostoso.
Teu jeito doce.
Do teu jeito amável com todos.
Estou enjoado.
Estou cansado do teu beijo.
Não me faz uma falta enorme.
Estou cansado de passar horas ao teu lado.
Estou cansado de passar horas te olhando.
Te cheirando...
Te beijando...
De tu dizer que não me entende.
Estou cansado do teu corpo.
Do teu belo cabelo.
Não suporto mais o jeito que me acalma.
Tua pele macia.
Estou cansado.
De passar horas pensando em você.
De sentir tua falta.
Estou cansado dos teus sonhos malucos.
De nossas conversas absurdas.
Estou cansado do modo como ri fácil de minhas besteiras.
De te aquecer nas noites frias.
Não agüento mais estar ao teu lado.
Já chega!
Agora já foi o bastante.
Não agüento mais mentir.
Já menti demais em um único poema...
=]

2 comentários:

Diego Medeiros disse...

É legal esse artíficio da mentira; traz-nos uma sensação de novo-outro. Não saberia explicar muito bem, no processo criativo da escrita faz bem, são outros espaços, vidas outras, esforço na diferença. Escrevo-te em fluxos.

O humano, por outro lado, é aquele 'acaso que pode muito' dito por Dostoievsky. Qualquer tentativa de nomeá-lo é meio insana. Sabes que adoro uma provocação. Suas respostas estão vivas, como deve ser.

Minhas saudações querido Rafa.

Anônimo disse...

Ahhh que poema lindo e tão bom de ler!