Traduzindo

sexta-feira, março 21, 2014

Ao poeta Mário Gomes

Desci do ônibus correndo
Desviando dos elefantes róseos
Vindos de Madagascar
Pulei um rio de pedras
Da largura de um orgulho
E fui veloz feito um caramujo
Queria encontrar o poeta
Antes da morte da tarde
E da inspiração fugir
Pelos dedos dos pés
Desviei de ideias tortas
De ladrões de energia
E de golpistas do amor
Peguei carona com o desapego
Em troca de consideração
Dei de cara com a vergonha
E fingi uma crise de riso
Rolando pelos céus
Enquanto assobiava trovões
Espantando as mazelas ali perto
Atolei o pé numa negatividade
E pedi a força dos fracos
Pra poder me soltar
Respirei fundo
Inspirando o passado
E expirando saudades
Corri feito tempo de prova
Pensando só em chegar
Ao ponto de desencontro
Queria ver o poeta Mário Gomes
Comendo lagartas
E defecando borboletas...

Não consegui

O sol foi embora
A lua não chegou
Nem sinal do poeta
E de suas estripulias
Peguei uns versos do chão
Coloquei no bolso da calça
Queria pagar o trem de volta
E comprar uns sonhos novos
Com o resto do troco
=]
  

PS: Sobre o poeta Mário Gomes: http://mariogomespoeta.blogspot.com.br/

Um comentário:

António Je. Batalha disse...

Estive a ver e ler algumas coisas, não li muito, porque espero voltar mais algumas vezes,mas deu para ver a sua dedicação e sempre a prendemos ao ler blogs como o seu. Se me der a honra de visitar e ler algumas coisas no Peregrino e servo ficarei radiante, e se desejar deixe um comentário. Abraço fraterno.António.