Traduzindo

sexta-feira, dezembro 04, 2009

Minha amiga

-Ela chegou logo dizendo, “Carlos Henrique, precisamos conversar. Ou eu, ou a final do campeonato, e aí?” Então eu disse para ela assim: “Bem, eu estou indo pro estádio, quando esfriar a cabeça você pode me ligar”.

-E ela? Ligou?

-Não, ainda não, mas é porque faz pouco tempo.

-E quanto tempo faz?

-Faz uns cinco meses só, acho que ela deve ligar um dia, nem sei... Brincadeira, isso foi antes da prova de ontem.

-Mas tu não tem jeito mesmo, Carlinhos. É um mané incurável...

-Oura, ela propõe um negócio incoerente desses, agora, espero que ela encontre alguém que a faça feliz...

-E lá vai a quinta do mês, e hoje nem é dia dez ainda, mas tu é safado...

-Poxa, Bruninha, mas tu ta me cortando direto hoje, hein? O que é que tu tem? O que eu te fiz ou te fizeram?

-Nada não, nada não...

-Foi teu ex-namorado? Ele continua te perturbando é?

-Não, aquele mala deu um tempo agora...

-E o que foi então?

-Sei lá, essas tuas histórias, já tão me enchendo ó...

-Poxa, mas tu que sempre me pergunta, tu que sempre puxa o assunto.

-Eu sei, mas agora quando eu perguntar não é pra contar. Estamos entendidos?

-Tudo bem, não conto mais nada.
-Tu anda muito safado, já ta bom de parar com isso e se aquietar, crescer, né? Pode parar de enganar as meninas e se comportar?

-Eita, mas tá atacada hoje, hein? Digo é nada. Quem vê tu falando assim até pensa que é verdade...

-E não é não? To mentindo?

-Não é que esteja mentindo, mas eu não fico enganado ninguém, pois nada prometo. E além disso, eu sempre respeito as meninas, nunca as tratei mal. Não dou em cima de mulheres carentes ou bêbadas, namorando ou recém saídas de um namoro, ainda abaladas com o término (isso, caso saiba), tenho meus princípios!

-Sei, muito bonito o discurso, mas não me engana não...

-Quanta amargura, hein? Tu, por exemplo, assim que te conheci, há mais ou menos dois anos, tu tinha acabado aquele teu outro namoro. E eu te ajudei, te dei meu ombro amigo.

-Bom, mas outro dia tu me contou ter pensado em um algo mais...

-É verdade, pensei mesmo e tu sabe bem disso. No entanto, para preservar nossa iniciante amizade, eu achei melhor não tentar nada, te respeitar...

-E quem disse que o que eu queria era teu respeito?

-...
=]

11 comentários:

marinaCqm disse...

Ah, rapaz, tá explicada a
armagura da Bruna. (Risos)

Bom diálogo e ótima construção
de idéias! Criativo como sempre.

* Ah, mantenho minha opinião. (Risos)

Grande abraço, queridíssimo meu!

Unknown disse...

Oiiii Rafaaaa...
UM excelente fds pra vc tb...
Bjitosss
=)

Felicidade Clandestina. disse...

Nossa adorando visitar por aqui
também (:

Bacana mesmo essas tuas historias
essa entao o/

:* bj

Jéssica Trabuco disse...

o final dos seus textos são sempre inovadores.. rsrs
Gosto muito! (:

Maíra disse...

Ah, como Carlos é lento...


Gostei do texto. Aliás, gosto do blog todo! :)

Priscila Lima disse...

queria conseguir escrever diálogos com essas facilidade, os meus sempre parecem tão forçados, os teus tão naturais. =)

"e quem disse que eu queria o teu respeito", a melhor parte. me senti extremamente contemplada. hehehe

beijos

Claudio Henrique disse...

Então era por isso que ela estava amargurada rsrs. Muito bom o conto, surpreendeu a história no final.

Abraços e boa semana.

Anônimo disse...

Kkkkkkkkkk!

Ta vendo!
Nós meninas,tbm temos nossos discursinhos,Mas na prática,a coisa ás vezes é bem outra,rs.
Bjo,bye.

Mariana disse...

Rafa, lembra de min ?
Estou de volta, com blog novo
ja estou te seguindo, volta no meu tb.

mil beijooos !!!

Diego Medeiros disse...

Tem uma singularidade que flui contínuo. Depois, descontínuo. Tirar do lugar comum é teu tino.

Gosto demais grande Rafa.

Abraço forte.

Juss disse...

Uma palavra: Bufu.
:P