Traduzindo

segunda-feira, abril 06, 2009

Tá louco, cara?

Bom, o título eu coloquei agora porque, mais uma vez, não consegui pensar em nenhuma legalzim.
Texto que era pra ter ido faz um tempo, lá pro dia 18 de março mas é isso aí.
Agora não tem mais nenhum texto guardado no pc, tudo na cabeça e eles não estão querendo sair, tão querendo complicar... Sem stress, uma hora eles aparecem.
Então, talvez eu demore pra escreve de novo, nunca se sabe, mas vou ficar lendo com prazer os blogueiros amigos.
Agora, indo lá, até depois.
Beijos e abraços pra vocês!
=]

Quarta-feira foi um dia incomum. Dia de fazer o exame físico e o psicotécnico para saber se posso ou não dirigir um carro. Será que sou louco? Não, não. Muito não. O necessário, acredito eu.

Como a auto-escola é aqui perto de casa decido ir caminhando, uma das coisas que mais faço na vida, caminhar. Algo que decididamente me faz bem. Andando eu vou pensando ou me desligando, atento apenas aos gatunos.

Desde criança tenho a mania de andar me equilibrando pelo meio-fio, prática sempre condenada por minha mãe, mas só o faço em ruas tranqüilas. Sinto-me “o” equilibrista mesmo em algo tão besta. Fico distraído com isso, a única coisa que importa é se equilibrar. Por vezes me empolgo tanto que chego a abrir os braços, coisas de louco, de criança, de velhos e bêbados.

Outra mania ao andar pela rua é de “perseguir e ultrapassar” a pessoa à minha frente. Como numa corrida, na minha imaginação. “Vou já ultrapassa-la... Em dois quarteirões eu passo...”. E sigo, na minha corrida imaginária, distraído com uma competição sem vencedores ou perdedores. Ah, já ganhei e perdi várias vezes, não sou tão bom assim e algumas pessoas tendem a fugir da corrida, desviando do caminho e saindo da minha frente.

Chegando ao local desejado, cedo demais, decido esperar um pouco do lado de fora. Do outro lado da rua, uma banca do velho Jogo do Bicho, o Paratodos, proibido, mas funcionando, como em muitas coisas no nosso país. Um grupo de homens a olhar o movimento, devem estar contando quantos carros passam durante a manhã e quais os modelos, algo assim interessante.

Um velho passa na rua. Ninguém viu. Uma mulher passa na rua. Assobios. E logo a matilha de homens começa com seus comentários, cada qual seguindo sua conduta. Já disse o sábio: “quer conhecer um homem, observa os comentários dele sobre a mulher que passa”.

Pois bem, o primeiro a comentar foi o capitalista-tarado-escravocrata, lançou logo um: “ah uma dessas trabalhando lá em casa!”. Os outros nem ouviram, pois olhar uma mulher e ouvir outras pessoas é complicado, vide namorado agarrado com namorada escutando ela falar sobre alguma coisa que ele não vai lembrar mas concordando enquanto olha para uma outra mulher.

E veio então o socialista-tarado-opressor, jogou um “eita, uma mulher dessas é pra mais de um, um só não dá conta!”. E foi seguido pelo mais “religioso”: “Sim, isso sim é um presente dos deuses!”.

E fora seguidos de opiniões “profissionais”. Como a do arquiteto: “Que curvas! Que design!”. E do açougueiro: “Tanta carne pra uma mulher só...”. E então chegou um estranho. “Isso sim é o raiar do sol em plena escuridão, é a vontade de viver intensamente que precede o perigo, a sombra fresca em um dia de sol. O colo desejado depois de um dia de trabalho. A luva que esquenta mãos frias. A metade perdida noutro lugar. O reencontro com vidas passadas...”

E os outros, olharam incrédulos, não acreditam nas palavras escutadas. Um sujeito com problemas, só podia ser. Logo disseram:
-Tá louco, cara! Ta vendo que é uma mulher?!

E fui fazer o meu exame...
=]

5 comentários:

marinaCqm disse...

"...desligando, atento apenas aos gatunos."

"Por vezes me empolgo tanto que chego a abrir os braços, coisas de louco, de criança, de velhos e bêbados."

Bem minha cara... (rs)

Quanto a "competição", ri demais. Muitas vezes acontecem essas "doideiras" mesmo conosco. Ai, ai... Bom você contar, assim, verdadeiramente as situações pelas quais você passa que, muitas vezes, podem até parecer estranhas pra você. Você pode achar que acharemos estranhas também, mas acabam sendo tão familiares! :D

E, quanto aos comentários dos homens... já disse, né? (rs) Muito bem pensando e, eu adorei todo o texto.

Lembrando...

Sempre tem um coringa. :D E, nesse texto, observei vários. Parabéns, de novo! BeijÃO!

Airtiane disse...

Oba, vou ganhar carona, sou praticamente tua vizinha mesmo... ;D

Nossa, me vi agora ó.
Também tenho essa mania de caminhar sobre o meio fio, de apostar corrida com quem tá na minha frente. Acredita que às vezes me empolgo tanto que perco até parte da audição?
Deve ser coisa de doido mesmo...
Fazer o que?

Ah, esses tipos ai tem aos montes, mas ainda bem que existem os estranhos...
Também não são perfeitos, mas são os melhores. hehehehe

E que história é essa que você vai demorar? Sua vinda aqui devia ser diária, ou você esqueceu que o vício precisa ser alimentado? Isso aqui faz bem, e muito. Some não.
;D
Bjão

PS: “Isso sim é o raiar do sol em plena escuridão, é a vontade de viver intensamente que precede o perigo, a sombra fresca em um dia de sol. O colo desejado depois de um dia de trabalho. A luva que esquenta mãos frias. A metade perdida noutro lugar. O reencontro com vidas passadas...”

Gostei demais disso.

...a asa para alçar vôo. [depois te conto essa história, me lembra]

Bjão

Vanessa disse...

HAHAHAHAHAHAHAHA. Amei...isso foi sério?

Um beijo!

Marcelo Victor de Souza Gomes disse...

Ei mah, agora que fiquei sabendo que vc tah tirando a carteira. Eu sabia que os últimos a tirar a carteira de motorista da moçada era eu e você. Então, acho que serei mesmo o último, pq ainda num deu nem vontade de guiar um possante.
Quanto a parte do "andar na rua" seja no meio, seja ultrapassando os outros, eu me identifiquei que só. Você só esqueceu que no centro da cidade isso fica mais emocionante, que nem naquele dia que você levou um carrinho de uma dona hauha bom reflexo meu chapa.
Quanto a parte do "como se falaria de uma mulher", pra mim é completamente circunstancial. É evidente que certas garotas nos inspiram mais. Ainda assim, a poesia está longe de ser algo cotidiano.
Grande abraço e bem vindo ao blogueiros!!!

lorena disse...

grande rafael, passo tempos sem vir por aki e qnd venho ganho um presente destes. Crônica das boas, qnd crescer quero escrever crônica que nem você.

se bem que ler isto me lembrou de uma outra coisa que não pode ser mais adiada, além da mono, a bendita carteira. hehehe

“Isso sim é o raiar do sol em plena escuridão, é a vontade de viver intensamente que precede o perigo, a sombra fresca em um dia de sol. O colo desejado depois de um dia de trabalho. A luva que esquenta mãos frias. A metade perdida noutro lugar. O reencontro com vidas passadas...”

só podia vir de tu neh, um homem sensível, poucos mas existem, graças ao bom deus. rsrs

beijos-abraços

saudades bem grandonas viu.

=]