- Senhor...
- Entende o que eu tô dizendo? Faz sentido? Porque eu tô me sentindo um daqueles pensadores da antiguidade que de repente gritam "eureka!". Deixa eu repetir: não existe tempo perdido, não tem como. A palavra "perdido" passa uma sensação de algo a ser recuperado, encontrado. Uma pessoa perdida pode ser encontrada. Ou se encontrar. Um objeto perdido pode ser encontrado.
Mas o tempo, não, senhor, ele não pode ser perdido porque ele não pode ser encontrado! Quer dizer, o tempo é o agora, nós o estamos vivendo. O tempo futuro ainda será vivido, aproveitado. O tempo passado, ora, já passou. O hoje é o agora, sem parar.
Nunca teremos tempo perdido porque nunca poderemos recuperá-lo. É melhor dizer "tempo gasto", "tempo desperdiçado". Perdido não, perdido nunca. Jamais repetirei isso, não quero passar para alguém a possibilidade de um tempo a ser recuperado, não, senhor.
Se quer um conselho, não sei se quer e mesmo não querendo eu vou dizer: planeje o futuro e aproveite o presente. Aproveite da melhor forma possível. Se houver um chance de se arrepender por não fazer, faça. Ou não faça. Não vou mandar na tua vida, né? Fica o conselho: escolha bem como curtir o seu tempo. Aproveite-o bem, pois não iremos mais recuperá-lo.
- Senhor...
- Não, senhor. Nem adianta insistir. Pra mim, não tem mais essa de tempo perdido.
- Senhor, eu só quero saber se vai ser crédito ou débito. Desculpa ter dito que a máquina ruim faz a gente perder tempo...
sexta-feira, agosto 21, 2020
Tempo perdido
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crônica
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